Mensagem

Mensagem

domingo, 6 de julho de 2014

CARTA ABERTA A PACHECO PEREIRA
ONDE SE ESCLARECE A DIFERENÇA ENTRE ESQUERDA E DIREITA
Curiosamente, este Blogue “Olharaesquerda” foi criado em 2008, inspirado pelo  o texto de Werner Schwab, “A sociedade dos dois décimos”, baseado na obra “A armadilha da Globalização” de Hans-Peter Martin e Harold Schumann, que sempre  considerámos profético e de tal modo fundamental, que colocámos um link no seu cabeçalho para permitir um fácil e rápido acesso ao seu conteúdo.
No entanto, o primeiro texto que colocámos, dada a emergência, foi uma “Carta Aberta” a Pacheco Pereira, criticando o seu texto intitulado "As minhas razões pró-americanas", que nessa ocasião vieram publicadas no seu blogue “Abrupto”.
Nesse texto, Pacheco Pereira escreve a seguinte frase logo no início?
“Os americanos, povo, partidos republicano e democrata, e Administração Bush consideram-se em guerra. Guerra contra quem?” 
Ao confundir os interesses do povo norte-americano, com os da “Administração Bush”, Pacheco Pereira, parece iludido sobre a natureza da luta de classes, e baralha os interesses dos “donos” da Reserva Federal, ou seja dos patrões do Capitalismo, com os da população propriamente dita.
Quatro anos depois, todos os argumentos que apresentámos na nossa “Carta Aberta” foram comprovados.
A protecção dada a Israel, as sucessivas alianças feitas pelos norte-americanos com os extremistas árabes para derrotar a ex-União Soviética no Afeganistão (e não só!). O apoio dado à organização “terrorista” “Al-Qaeda” de Bin Laden, que se transformou em arqui-inimigo após o atentado de 11/setembro, (afinal fora criado, armado, treinado e financiado pelos próprios americanos!) tendo  voltado hoje a ser um dos secretos aliados, na desestabilização  da Síria e do Iraque.
Na altura, só faltou dar a conhecer as manobras subterrâneas do governo dos Estados Unidos, que como sabemos hoje, graças aos documentos da Wikileaks já em 2006, o governo norte-americano tinha no actual presidente “eleito” da Ucrânia, Petro Poroshenko, um agente informador dos serviços secretos norte-americanos, para além de que como todos sabemos, apoiaram  financeiramente os grupos neo-nazis que mais tarde ocuparam a Praça Tahrir e derrubaram o governo legalmente eleito e substituíram-no por elementos neo-nazis, que defendiam a definitiva separação da influência da Rússia, por troca com a integração na “União” Europeia, como aliás também neste Blogue ficou amplamente demonstrado.
Tudo isto são provas, de que estavamos certos e de que Pacheco Pereira estava de facto enganado, sobre os fundamentos da política do governo norte-americano.
Vem tudo isto a propósito do hipotético “pseudo-regenerado” Pacheco Pereira, num importante e esclarecedor artigo, publicado ontem no jornal “Público” com o titulo “A direita deixou de ser patriótica” diz a páginas tantas:  
“Na história do PCP, o quadro nacional sempre esteve presente na ideologia e na política e o que é muito importante, no imaginário da “indústria nacional”, do “pão português”, muitas vezes o reverso do “trigo” das Campanhas do Trigo do Estado Novo. A questão é que nessa tradição também estava o PSD e deixou de estar.” 
Este “elogio” ao PCP, ainda há pouco absolutamente impensável, na sua escrita mesclada sistemáticamente de um repulsivo anti-PCP, embora seja um elogio justíssimo, faz-nos “cair o queixo” e questionarmo-nos, sobre o que se estará a passar com este homem.
Até porque, continuando a reconhecer-lhe uma superioridade intelectual indiscutível, como aliás fizemos questão de assinalar na “Carta-Aberta”, permitimos-nos a emendar as suas afirmações e humildemente esclarecê-lo quando diz: 
“À partida, faço uma prevenção e uma precisão iniciais. A prevenção é que a designação de “direita” e a dualidade “direita/esquerda” não são nos dias de hoje termos muito precisos e úteis do ponto de vista analítico, mas uso aqui o termo “direita” por facilidade e comodidade, num mero sentido descritivo. Designa essencialmente o PSD e o CDS, mas, e aqui já se revela por que razão o termo é ambíguo, podia-se incluir também o PS nesta matéria.” 
Nós não estamos de acordo!!! 
Pelo contrário!!!
Nunca como hoje, a fronteira da “direita/esquerda” foi tão fácil de demarcar. 
Nunca como hoje, colocando na “Esquerda” a problemática ligada ao Trabalho, aos trabalhadores e à exploração da produção e na “Direita” às questões que dizem respeito ao Capital, à exploração nas relações de produção, e à especulação financeira, percebe-se facilmente o mundo que as separa e fica clara e bem “catalogada” o significado da dicotomia Esquerda/Direita. 
No entanto, por uma questão de honestidade, não posso deixar de referir, que compreendo Pacheco Pereira quando diz: 
“e aqui já se revela por que razão o termo é ambíguo, podia-se incluir também o PS nesta matéria.” 
De facto a política do PS, tal como desde sempre o PCP tem denunciado, auto-proclamando-se de lídimo defensor dos interesses da Esquerda, mais não faz que permanentemente defender os verdadeiros interesses da Direita, embora apelidando a sua posição como de esquerda e a que melhor defende os interesses dos trabalhadores, camuflando assim os resultados e confundindo os seus militantes.
E por isso que faço desta outra Carta Aberta a Pacheco Pereira, a ver se ele definitivamente percebe, que afinal a vida é mesmo um luta de classes entre explorados e exploradores, por mais de queiram confundir a esquerda com a direita.

Sem comentários: