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segunda-feira, 28 de julho de 2014

UGT SINDICALISMO DOS PATRÕES


UGT CENTRAL ESPIRITO SANTO

Vamos reproduzir um texto que veio no Jornal I de sábado passado, de autoria do jornalista Tiago Mota Saraiva, que emite uma opinião muito judiciosa sobre o comportamento e cumplicidades do secretário geral da UGT, Carlos Silva, com a família Espirito Santo.
Vontade não nos tem faltado para abordar o tema, mas a prioridade que damos ao tema, justifica-se pelo facto de não sermos nós a fazer aquelas afirmações (que de resto já eram do nosso conhecimento), dando-lhe a autoridade de serem colocadas por interposta pessoa e sobretudo, com origem numa fonte insuspeita.
Aproveito a oportunidade para chamar a atenção para a forma como este jornalista começa por colocar o problema, esclarecendo logo à partida:
” Na maior parte dos casos é mais recorrente que justo conotar-se as centrais sindicais de cada país com este ou aquele partido, ideologia, governo ou associação patronal em função dos seus posicionamentos políticos no tempo.” 
Em Portugal é sistemática a permanente tentativa de colocar a CGTP como correia de transmissão do Partido Comunista Português, aproveitando a similaridade de interesses existentes entre a ideologia que o PCP defende e a prática na defesa dos trabalhadores, desde sempre praticada por aquela Central Sindical.





Na maior parte dos casos é mais recorrente que justo conotar-se as centrais sindicais de cada país com este ou aquele partido, ideologia, governo ou associação patronal em função dos seus posicionamentos políticos no tempo. Contudo, em Portugal parece existir hoje um caso absolutamente extraordinário: uma central sindical cujo secretário-geral toma a palavra para defender uma família suspeita de ter feito inúmeras falcatruas num banco privado – por sinal, seus ex-patrões.
Quando o secretário-geral da UGT, Carlos Silva, foi eleito para liderar a central sindical, desdobrou-se em entrevistas sobre a sua vida passando a ideia, em vários momentos, de que teria pedido (e obtido) uma espécie de bênção ao chefe da família Espírito Santo, à época, Ricardo Salgado – e que se encontra detido à hora a que escrevo. Não sendo este facto original, estou em crer que não haverá muitos dirigentes sindicais que achem relevante revelar este tipo de conversas publicamente. Sendo do foro privado, não fica muito claro qual a mensagem que se pretendia passar ao trazê-las a público.
Passados dois anos após a sua eleição e de um significativo desaparecimento da central sindical que dirige, eis que Carlos Silva, há poucas semanas e na pele de secretário-geral da UGT, veio declarar para espanto geral que o problema do BES está na actuação dos “poderes públicos”. E não se ficou por aqui! Criticando a alegada decisão do Banco de Portugal de, passo a citar, “correr com a família”, concluiu, numa frase esclarecedora: “Com o devido respeito, acho que é uma estratégia errada porque, acima de tudo, retira confiança a quem é depositante, aos investidores, põe em causa um nome consagrado da vida portuguesa e até em termos internacionais e, acima de tudo, estão em causa oito mil postos de trabalho.”
“Com o devido respeito”, não me parece muito simpático que os milhares de sindicalistas e sindicalizados filiados na UGT passeiem no bolso da família Espírito Santo.

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