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segunda-feira, 6 de setembro de 2010

A BELA NATUREZA

Colocamos intencionalmente este belo “power point”, para compensar a miserável sensação de revolta e indignação, que nos levou a escrever o texto que se segue a esta apresentação.
Para os milhares de desempregados vão os nossos pensamentos, e a memória das sábias palavras ouvidas um dia a Jerónimo de Sousa: "Quem luta pode não ganhar! Mas quem não luta, perde sempre!!!."
Gozemos entretanto algumas das boas coisas que a vida ainda nos proporciona…. belas imagens e bela música.


NESTE LINK


QUE TODO O MUNDO LEIA

O REFLEXO DO QUE PENSAMOS,

NA BOCA DE QUEM SABE!!!

A seguir a este texto, reproduzimos um artigo do médico psiquiatra Pedro Afonso, publicado no jornal “Público”, que é o retrato da sociedade portuguesa e reflecte a realidade de uma sociedade perturbada e doente.
A manipulação obscena, que o poder público tem feito da situação, suscita a quem tem um mínimo de sensibilidade e sentimentos, uma sensação de revolta de tal dimensão, que transforma a sua frustração num ódio visceral á política e aos políticos, que lhes rouba a racionalidade.
É com isso que contam os responsáveis pela catastrófica situação actual, na medida em que deixando cada um sentir na pele a trágica dimensão da sua situação, levá-lo a pensar que está sozinho e como tal não tem alternativa, roubando-lhe dessa forma forças e discernimento para procurar encontrar uma saída.
Mas há solução!!!Há uma solução!!!

REFORÇAR O PARTIDO COMUNISTA PORTUGUÊS!!!
Sendo o PCP o partido da classe operária e de todos os trabalhadores, é a forma organizativa das massas populares, de quem só tem para vender a sua força de trabalho, quer seja manual ou intelectual.
Os que não podem contar com ele, são os que vivem de explorar essa força de trabalho, os corruptos, os que vivem da exploração e especulação financeira.

Todos os que dominando os poderes públicos, e os “ mass média”, pretendem a todo o custo isolar o Partido Comunista Português, negando-lhe tratamento igual aos outros partidos e tudo fazendo para o isolar, não permitindo que se dê notícia das suas iniciativas, das suas posições, dos honrados e nobres princípios que defendem.
Se alguém que me esteja a ler, considerar estas afirmações exageradas, experimente a comprar ou consultar um dia o jornal “Avante” e verá todas as semanas a penúltima e muitas vezes até antepenúltimas páginas desse jornal, cheias de pequenas informações das variadíssimas iniciativas levadas a cabo por todo o país.
Depois confira a divulgação dada pelos média e terá uma prova da criminosa atitude discriminatória de que é vítima o PCP.
Mas, para além da manipulação, há um elemento incontrolável pelos reaccionários, que é a inteligência e lucidez das pessoas, que a pouco e pouco vão ultrapassando as barreiras que os reaccionários obscurantistas procuram colocar no seu caminho e que permitiu por exemplo que este ano se inscrevessem como militantes do PCP, 1200 jovens com menos de 40 anos.
Isto é um bom sinal!
Isto é uma grande esperança que nos faz rir e considerar caricato algumas das manifestações que os reaccionários conservadores utilizam para manter uma resistência mental aos superiores desígnios dos comunistas.
Embora diversificada e numa versão moderna o velho slogan: os comunistas “comem as criancinhas e matam os velhos com uma injecção atrás da orelha”, encontra nas várias modalidades de desinformação que utilizam, formas mais modernas e sofisticadas dessa velha prática.
Umas vezes de forma elaborada, utilizando o testemunho manipulado de organismos oficiais, outras forjando falsas estatísticas iludindo a realidade, outra publicando ou fazendo vergonhosas pressões, para manter uma cerrada desinformação sobre o PCP , outras que pretendendo ser subtis, se tornam caricatas e ridículas.
Um bom exemplo deste ultimo caso, foi o noticiário da meia noite de ontem da Antena Um.
Para justificar o engarrafamento monstruoso que se fazia sentir a partir da meia-noite do Fogueteiro até Almada, numa distância de 17 Kilómetros, a locutora, para diminuir o impacto do extraordinário êxito que tinha tido a Festa do Avante, deu como justificação para este excepcional engarrafamento em primeiro lugar o facto de ele se ter ficado a dever: ao regresso de férias de veraneantes do Algarve ao que se "juntou", o “encerramento da Festa do Avante”.
Quem assistiu a que pacientemente milhares e milhares de conductores, levassem horas e horas para conseguir abandonar os numerosos parques de estacionamento da Festa do Avante, enchendo e esgotando completamente a capacidade de escoamento das estradas e nomeadamente da auto-estrada do Sul entre o Fogueteiro e Almada, sentiria como nós sentimos que era absolutamente ridículo, dar ênfase ao regresso dos veraneantes algarvios, como factor principal ou pelo menos destacado, daqueles monstruosos engarrafamentos.
Mas enfim, não há dúvida que estamos num pais surrealista, em que a realidade é tão grosseiramente manipulada, que consegue colocar na boca do primeiro-ministro, diariamente, sinais de avanços económicos, eventuais melhorias nos índices de desemprego, desenvolvimento de exportações e novas indústrias, aumento nas visitas dos turistas, progressos nos índices inflacionários, tudo na maior parte das vezes, melhor ou igual ao que têm conseguido os outros países da União Europeia.
É olhando a tanto progresso, que não se consegue perceber como a destruição do sistema produtivo e o sistemático desregulamento do mercado laboral a que tão porfiadamente se têm dedicado, consegue metamorfosear-se nesse quimérico discurso.
As verdadeiras consequências desta trágica situação, reflecte-se gravemente em Portugal apresentar os mais elevados índices de doenças psiquiátricas da União Europeia.
Não é por acaso que Portugal é o país da Europa com a maior prevalência de doenças mentais na população.

O resto é demagogia, populismo, mistificação, ou simples astúcia.
Um estudo sobre “A saúde mental dos portugueses”, feito pelo médico psiquiatra Pedro Afonso que há pouco tempo foi publicado no jornal “Publico” e cuja transcrição fazemos a seguir, demonstra á saciedade porque classificámos de surrealista este país.



A SAÚDE MENTAL DOS PORTUGUESES

Alguns dedicam-se obsessivamente aos números e às estatísticas esquecendo que a sociedade é feita de pessoas.
Recentemente, ficámos a saber, através do primeiro estudo epidemiológico nacional de Saúde Mental, que Portugal é o país da Europa com a maior prevalência de doenças mentais na população. No último ano, um em cada cinco portugueses sofreu de uma doença psiquiátrica (23%) e quase metade (43%) já teve uma destas perturbações durante a vida.
Interessa-me a saúde mental dos portugueses porque assisto com impotência a uma sociedade perturbada e doente em que violência, urdida nos jogos e na televisão, faz parte da ração diária das crianças e adolescentes. Neste redil de insanidade, vejo jovens infantilizados incapazes de construírem um projecto de vida, escravos dos seus insaciáveis desejos e adulados por pais que satisfazem todos os seus caprichos, expiando uma culpa muitas vezes imaginária. Na escola, estes jovens adquiriram um estatuto de semideus, pois todos terão de fazer um esforço sobrenatural para lhes imprimirem a vontade de adquirir conhecimentos, ainda que estes não o desejem. É natural que assim seja, dado que a actual sociedade os inebria de direitos, criando-lhes a ilusão absurda de que podem ser mestres de si próprios.
Interessa-me a saúde mental dos portugueses porque, nos últimos quinze anos, o divórcio quintuplicou, alcançando 60 divórcios por cada 100 casamentos (dados de 2008). As crises conjugais são também um reflexo das crises sociais. Se não houver vínculos estáveis entre seres umanos não existe uma sociedade forte, capaz de criar empresas sólidas e fomentar a prosperidade. Enquanto o legislador se entretém maquinalmente a produzir leis que entronizam o divórcio sem culpa,
deparo-me com mulheres compungidas, reféns do estado de alma dos ex-cônjuges para lhes garantirem o pagamento da miserável pensão de alimentos.
Interessa-me a saúde mental dos portugueses porque se torna cada vez mais difícil, para quem tem filhos, conciliar o trabalho e a família.
Nas empresas, os directores insanos consideram que a presença prolongada no trabalho é sinónimo de maior compromisso e produtividade. Portanto é fácil perceber que, para quem perde cerca de três horas nas deslocações diárias entre o trabalho, a escola e a casa, seja difícil ter tempo para os filhos. Recordo o rosto de uma mãe marejado de lágrimas e com o coração dilacerado por andar tão cansada que quase se tornou impossível brincar com o seu filho de três
anos.
Interessa-me a saúde mental dos portugueses porque a taxa de desemprego em Portugal afecta mais de meio milhão de cidadãos. Tenho presenciado muitos casos de homens e mulheres que, humilhados pela falta de trabalho, se sentem rendidos e impotentes perante a maldição da pobreza. Observo as suas mãos, calejadas pelo trabalho manual, tornadas inúteis, segurando um papel encardido da Segurança Social.
Interessa-me a saúde mental dos portugueses porque é difícil aceitar que alguém sobreviva dignamente com pouco mais de 600 euros por mês, enquanto outros, sem mérito e trabalho, se dedicam impunemente à actividade da pilhagem do erário público. Fito com assombro e complacência os olhos de revolta daqueles que estão cansados de escutar repetidamente que é necessário fazer mais sacrifícios quando já há muito foram dizimados pela praga da miséria.
Finalmente, interessa-me a saúde mental de alguns portugueses com responsabilidades governativas porque se dedicam obsessivamente aos números e às estatísticas esquecendo que a sociedade é feita de pessoas. Entretanto, com a sua displicência e inépcia, construíram um mecanismo oleado que vai inexoravelmente triturando as mentes sãs de um povo, criando condições sociais que favorecem uma decadência neuronal colectiva, multiplicando, deste modo, as doenças mentais.
E hesito em prescrever antidepressivos e ansiolíticos a quem tem o estômago vazio e a cabeça cheia de promessas de uma justiça que se há-de concretizar; e luto contra o demónio do desespero, mas sinto uma inquietação culposa diante destes rostos que me visitam diariamente.

Pedro Afonso

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