PROGRAMA "CONSELHO SUPERIOR" DA ANTENA UM
No programa de hoje “Conselho superior” da Antena 1, falou o economista Octávio Teixeira (O.T.), que fez uma intervenção muito importante.
De tal maneira importante, que resolvemos transcrevê-la, para conhecimento de quem não teve o privilégio de ouvir o referido programa.
Chamamos a atenção para o facto deste texto ser reflexo da reprodução literal da intervenção, colocando as virgulas nos sítios que melhor reproduziriam a entoação exata da conversa, sem nenhuma outra preocupação que não fosse a de transmitir com o rigor possível, o que foi dito e da maneira como foi dito.
De tal maneira importante, que resolvemos transcrevê-la, para conhecimento de quem não teve o privilégio de ouvir o referido programa.
Chamamos a atenção para o facto deste texto ser reflexo da reprodução literal da intervenção, colocando as virgulas nos sítios que melhor reproduziriam a entoação exata da conversa, sem nenhuma outra preocupação que não fosse a de transmitir com o rigor possível, o que foi dito e da maneira como foi dito.
Locutor- Uma conversa que hoje vai orientada para a pressão, que está actualmente a ser feita sobre a Irlanda, para que o país recorra á ajuda financeira da União Europeia e intervenção do FMI e também, uma pressão onde alinham outros países membros, como Portugal e Espanha, que está com problemas.
Octávio Teixeira, bom dia. Olhando para esta pressão Octávio Teixeira, entende que porventura seria mais útil a países com Portugal e Espanha, juntarem-se a outros em dificuldades como a Grécia e a Irlanda, para fazerem uma frente comum e não andar nesta, do salve-se quem puder.
O.T.-Certamente, do meu ponto de vista, aquilo que se está a fazer, a que se estamos a assistir, é de uma visão errada e de curtíssimo prazo, que vai inevitavelmente aumentar os custos económicos e sociais destes países a médio e longo prazo, porque é evidente que as situações da Grécia da Irlanda de Portugal e da Espanha apresentam específidades .
Isso não esta em causa, mas em termos substantivos, são mais as semelhanças que as diferenças.
Locutor - e nos média estamos todos no mesmo barco!
Exactamente....porque repare.... as questões essenciais e comuns, são que todos eles viram as suas dívidas públicas acelerarem, por efeito da recessão provocada pela crise.
Estão sujeitos à especulação das taxas de juro sobre as suas dívidas.
Vão sendo obrigados a agravar permanentemente, as medidas de austeridade, sobre os seus cidadãos e sobre as economias reais.
Um a um vão sendo pressionados pelo directório da Alemanha e França, a fim de solicitarem a intervenção desastrosa, do desacreditado Fundo Monetário Internacional .
Há mais uma semelhança a que eu atribulo a maior importância:
É que os credores da maior parte das suas dívidas externas, destes quatro grandes países, destes quatro países, são grandes bancos alemães e franceses.
Ora todas estas semelhanças, independentemente de cada um poder e dever fazer a nível interno, o que é possível, deveriam levar estes países a concertarem-se e a estabelecerem uma estratégia comum, para ultrapassar a situação, com os menores custos sociais e económicos possíveis.
Porque repare-se: se hipoteticamente, estes quatro países entrassem em situação de incumprimento dos seus compromissos de dívida externa, isso configuraria, a falência de alguns dos principais bancos alemães e franceses e eventualmente o desaparecimento do euro.
Ora isto tem necessariamente, um grande peso político, junto da senhora Merckel e do senhor Sarkosy.
Por isso é que eu entendo, que se houvesse uma actuação convergente, uma acção comum, destes quatro países, o directório certamente, se veria obrigado a mudar a sua estratégia actual, que é draconiana.
E designadamente, fazendo a desconexão do auxílio financeiro, á entrada do Fundo Monetário Internacional, a possibilidade de acesso directo ao financiamento banco central europeu e uma reprogramação realista, da redução dos deficits das dívidas.
A união faz a força, mas por aquilo que estamos a assistir, para estes governantes preferem a desunião, o deixar cada um a sua sorte, á espera de um milagre, de algum deles, poder vir a passar por entre as gotas da borrasca.
Um a um vão sendo pressionados pelo directório da Alemanha e França, a fim de solicitarem a intervenção desastrosa, do desacreditado Fundo Monetário Internacional .
Há mais uma semelhança a que eu atribulo a maior importância:
É que os credores da maior parte das suas dívidas externas, destes quatro grandes países, destes quatro países, são grandes bancos alemães e franceses.
Ora todas estas semelhanças, independentemente de cada um poder e dever fazer a nível interno, o que é possível, deveriam levar estes países a concertarem-se e a estabelecerem uma estratégia comum, para ultrapassar a situação, com os menores custos sociais e económicos possíveis.
Porque repare-se: se hipoteticamente, estes quatro países entrassem em situação de incumprimento dos seus compromissos de dívida externa, isso configuraria, a falência de alguns dos principais bancos alemães e franceses e eventualmente o desaparecimento do euro.
Ora isto tem necessariamente, um grande peso político, junto da senhora Merckel e do senhor Sarkosy.
Por isso é que eu entendo, que se houvesse uma actuação convergente, uma acção comum, destes quatro países, o directório certamente, se veria obrigado a mudar a sua estratégia actual, que é draconiana.
E designadamente, fazendo a desconexão do auxílio financeiro, á entrada do Fundo Monetário Internacional, a possibilidade de acesso directo ao financiamento banco central europeu e uma reprogramação realista, da redução dos deficits das dívidas.
A união faz a força, mas por aquilo que estamos a assistir, para estes governantes preferem a desunião, o deixar cada um a sua sorte, á espera de um milagre, de algum deles, poder vir a passar por entre as gotas da borrasca.
Locutor- Queria precisamente perguntar-lhe se neste contexto, onde cada um pensa simplesmente em manter a cabeça á tona de água, há efectivas possibilidades desse entendimento acontecer.
OT-É que não há, exactamente possibilidades de cada um se salvar por si próprio, por conseguinte, eu julgo que deveria haver a possibilidade, embora com toda a sinceridade eu duvido.
Mas deveria haver essa possibilidade, de poder haver esse entendimento e sinceramente não vislumbro, por que é que não pode ser assim, ou melhor, por que é que não tem sido feito assim, a não ser que seja por uma postura, parece-me que é essa a questão central, de reverência perante a Alemanha e perante a França.
O problema é quem pagará os dolorosos custos dessa atitude, serão os cidadãos que não contribuíram nem para a crise, nem contribuíram para as asneiras financeiras, nem contribuem para esta atitude incompreensível dos seus governantes.
O locutor – É uma reflexão importante, até para voltar a pôr o sublinhado, na palavra “união”, de “União Europeia”.
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