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sexta-feira, 28 de outubro de 2011

A VOZ DO DONO

PARA O PATRONATO EXPLORADOR, 
O DESEMPREGO... É UM ESTADO NATURAL!!!

AQUI SE LEVANTA NOVAMENTE A QUESTÃO ESSENCIAL DA NECESSIDADE DE NOVAS RELAÇÕES DE PRODUÇÃO.

Em notícias “Mais lidas” no jornal Económico de 28/10/2011


 Alberto da Ponte, presidente executivo da Sociedade Central de Cervejas, defende que o sector privado deve apostar nos despedimentos em alternativa aos cortes salariais.
"Portugal não tem espaço para quem não quer trabalhar".
É uma expressão vulgar no patronato português.
Aproveitando a descomunal bolsa de desemprego que já existe, querer trabalhadores, não ao preço da “uva mijona” que isso já é fácil, mas ao preço das massas  trabalhadoras dos países orientais emergentes, que estão a fornecer mão-de-obra sazonal a Portugal, a 90 cêntimos a hora.
Em declarações à agência Lusa, numa conferência realizada no Estoril (Cascais) - sobre impacto e tecnologias de informação na competitividade, Alberto da Ponte considera:
"Portugal não tem espaço para quem não quer trabalhar"…“dispensar pessoal é a alternativa”.
É assombroso e significativo da mentalidade do grande patronato português, ouvir da boca deste CEO da Sociedade Central de Cervejas e Bebidas, uma das maiores e mais lucrativas empresas do país, dizer semelhante bacorada, quando toda a gente sabe, que se passa é exactamente "Portugal não tem espaço para quem quer trabalhar".
De resto, como reflecte com toda a razão,  um comentador desta notícia:
“DESCULPEM A PERGUNTA? UMA FÁBRICA DE CERVEJA PRECISA DE OPERÁRIOS?!
CLARO QUE NÃO HÁ UMA ÚNICA FUNÇÃO QUE NÃO POSSA SER SUBSTITUÍDA POR UM ROBÔ!
ENTÃO, ESTÁ EXPLICADA A RAZÃO DA AFIRMAÇÃO...!”
Há muito defendemos a relevância de se estabelecerem novas relações de produção.
O desenvolvimento da Robótica, da Burótica, da Nanotecnologia, que permitem sistemas automáticos que corrigem os próprios erros, criaram a evidente necessidade de alterar as clássicas relações de produção, na medida em que todo o poder de decisão passou para as mãos do patronato, aliado do grande capital, que como todos temos ocasião de perceber trágicamente, domina totalmente o poder político.
A evolução da sociedade não pára, e a justiça social é o objectivo inteligente, para o desenvolvimento harmonioso da humanidade.
Na actualidade é uma matéria inconveniente ao Sistema Capitalista, mas mais tarde ou mais cedo, terá que ser encarada como a única saída para a justa relação entre o trabalho e o capital.
Sem ela, jamais se pacificarão as relações entre quem produz e os donos dos meios de produção.
Ouvir Alberto da Ponte sublinhar a importância de "ter pessoas motivadas" a trabalhar e por outro lado congratular-se por considerar que o acréscimo de meia hora extra de trabalho gratuito “É uma medida excelente para aumentar a produtividade. Se peca, é por ser pouco", não é só paradoxal, mas absolutamente irracional!
Como reflexo da situação internacional, onde o Capital especulador, domina o Sector produtivo, os banqueiros portugueses, navegando nas mesmas águas, dominam todas as decisões políticas.
Radiantes com possibilidade do Estado (ou seja todos nós) lhes garantirmos os 12 mil milhares de milhões de euros que necessitam para aumentarem o seu “rácio prudencial” de 5 para 9%, por determinação de Bruxelas, em vez de os irem buscar aos seus accionistas (que têm comido milhões e milhões de euros de dividendos todos os anos).
É neste clima de exploração dos trabalhadores portugueses, que não só esta bestiaga que dá pelo nome de Alberto da Ponte, como muitos outros representantes do patronato, tem o descaramento de afirmar:
"A crise não é uma catástrofe, é uma coisa que acontece e temos de nos adaptar. Temos de ir buscar fora aquilo que não fazemos cá dentro”
E O POVO CONTINUA A COMER E A CALAR…… 
ATÉ QUANDO???

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