Mensagem

Mensagem

domingo, 30 de outubro de 2011

O “PAPEL” DOS DÓLARES
 

PAPEL NO SENTIDO LITERAL… E A SUA INFLUÊNCIA NA ACTUAL CRISE MUNDIAL!

Pode ler-se num livrinho publicado pelo Banco da Federal Reserve de Nova York, a seguinte definição textual da moeda americana:
"A moeda não pode ser resgatada, ou permutada, por ouro do Tesouro, ou por qualquer outro activo usado como lastro. A questão de quais bens exactamente 'lastreiam' as notas da Federal Reserve tem pouca importância, excepto o contábil."
É surpreendente, senão incompreensível para a maioria das pessoas, o facto da quantidade de dinheiro do país em notas, moedas e depósitos em contas bancárias, não terem nenhum lastro, excepto dívidas.
Em diversas ocasiões neste Blogue temos lembrado, que o Acordo de Bretton Woods em 1944, negociado entre os Estados Unidos e as 44 nações aliadas na 2ª guerra mundial, serviu para regulamentar o comércio internacional, indexando as taxas câmbio ao dólar. 

Nessa ocasião os Estados Unidos comprometeram-se a trocar 35 dólares por cada 31,1 gramas de ouro, tornando o dólar a moeda de reserva internacional preferencial e utilizada exclusivamente nas transacções do petróleo (Petrodólares), por acordo com os países árabes produtores. 
As ambições imperialistas norte americanas que se faziam sentir desde os finais do século XIX, tiveram o seu desenvolvimento máximo depois da 2ª Guerra Mundial com o fim do Império inglês e tornou-se quase hegemónico, dada a sua superioridade militar, económica, política e até cultural.
O gigantesco esforço para manter a superioridade militar no confronto com a União Soviética, a deslocalização de grande parte das suas indústrias no sentido de aproveitar a mão-de-obra barata no estrangeiro, aumentando desmesuradamente as importações, criou um tão gigantesco desequilíbrio na balança de pagamentos,  que obrigou o governo de Richard Nixon a suspender unilateralmente o tratado de Bretton Woods,  dadas as dificuldades objectivas de perante o aumento da cotação do ouro, continuar a corresponder às condições básicas desses acordo.
Por outro lado os excessos de crédito concedidos às famílias americanas a partir da década de 90, com juros artificialmente baixos, que chegaram a ser de 0.25%, numa tentativa do governo manter o ciclo de prosperidade, levou a que governo fosse exigindo da Reserva Federal, emissões de dólares de maneira quase indiscriminada.
Aproveitando estas ondas de generosidade da banca, os americanos puderam satisfazer todos os seus caprichos de consumo, adquirindo tudo o que lhes apetecia, na medida em que o crédito fornecido não exigia qualquer garantia dos empréstimos concedidos.
A posse de casa própria, barco, automóvel e todos os luxos com que sempre tinham sonhado, puderam tornar-se uma realidade, corporizando o chamado “Sonho americano”.
Os bancos comerciais e de Investimento que em tempos tinham sido autorizados a tornarem-se comerciais, passaram a intervir neste tipo de mercado e a atrair os fluxos financeiros dos fundos de investimento europeus, emitindo títulos a que atribuíam juros sucessivamente mais altos, numa permanente escalada em pirâmide, criando uma aparente prosperidade nas instituições financeiras da Europa, que se reflectia numa imensa procura que esses títulos passaram a ter, nos mercados europeus.
Quando a Reserva Federal se viu obrigada a subir os juros e as famílias ficaram sem capacidade de cumprir as suas obrigações financeiras, as consequências foram trágicas. 

O rebentamento da bolha imobiliária e consequente baixa geral do preço das casas, provocou a falência do banco Lehman Brothers, que era o 4º maior banco de investimentos dos Estados Unidos. 
Ele foi o 1º a abrir falência, logo seguido da Companhia de Seguros AIG (American International Group Inc.), que era a maior dos Estados Unidos e a terceira a nível mundial. 
Esta gigantesca empresa viu num só dia desaparecer 60% do seu valor em bolsa.
Este autêntico “tsunami” financeiro, que ficou conhecido como a “Crise do Subprime” vai obrigar pouco tempo depois a Reserva Federal para evitar o contágio às outras grandes instituições financeiras, a emitir novas quantidades descomunais de dólares, numa tentativa desesperada de dar liquidez a essas instituições.
Nesta altura a dívida ao exterior dos Estados Unidos, sem qualquer tipo de lastro é de 16 triliões de dólares e mais 114,5 triliões de dólares, nas dívidas aos municípios, despesas militares, etc.
As fraudulentas manipulações financeiras americanas que referimos, tiveram igualmente na Europa consequências verdadeiramente desastrosas. 

Segundo declaração de Durão Barroso, para satisfazer os encargos assumidos com os títulos financeiros americanos adquiridos, a Europa vai ser obrigada a pagar 4 triliões de euros.
Em Portugal, devido não só aos investimentos feitos nessa área, pelas nossas instituições financeiras, como á própria descapitalização da Banca Nacional, acrescidos dos erros económicos e financeiros cometidos pelos sucessivos governos,  geraram uma trágica crise ao povo português. 

Mas sobre isso falaremos noutra altura.
Agora é tempo de avaliar no concreto, não só o problema que o povo americano tem às costas, como o que estão a criar em todo o mundo e particularmente na Europa.
A profunda interligação entre os mercados europeus e americanos estão a provocar á Europa, tremendas dificuldades para as ultrapassar.
Estamos em crer, que se continuarmos a agir como satélites económicos dos Estados Unidos, embora a diferença de cotação entre o dólar e o euro possa corrigir alguma coisa, jamais nos libertaremos de absorver algumas das trágicas consequências da crise americana.
Para se poder avaliar a dimensão destas graves afirmações, vamo-nos servir dum “power point” que fizemos sobre a dívida americana. 


CONFIRA A COLOSSAL DIMENSÃO DA DÍVIDA NORTE AMERICANA NESTE “POWER POINT”.


NESTE LINK

Sem comentários: