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domingo, 22 de janeiro de 2012

ONDE A EXIBIÇÃO DO CORO DO 
EXÉRCITO VERMELHO
LEVANTA A QUESTÃO DE FALTA 

DE PATRIOTISMO, EM PORTUGAL

Ficámos encantados com um vídeo que um amigo nos enviou, com a apresentação do Coro Aleksandrov, do Exército Vermelho Russo, que apresentamos no fim deste texto.
Era uma exibição que teve lugar na Eurovisão.
Soldados, oficiais e numerosos artistas russos, apresentaram danças e cantares do seu folclore tradicional, entre os quais reconhecemos desde logo a popular Kalinka, a emocionante Katusha, etc.
Para conhecer a opinião das pessoas sobre este maravilhoso espectáculo, demo-nos ao ao trabalho de perscrutar dezenas e dezenas de opiniões, que proliferavam pelos numerosos exemplares dos vídeos desse espectáculo e a páginas tantas, deparámos com a de um português, um tal Bruno Renato, que dizia:
"Sempre admirei muito a cultura russa como um todo mesmo não conhecendo muito, e por viver num pais anti-patriótico por natureza, vejo no patriotismo dos outros algo que nem posso ter, porque se tiver vou ser chamado de idiota."
Fiquei muito impressionado e ao reflectir nas causas que estariam por de trás desse desabafo, cheguei a uma triste conclusão.
Só é possível um português fazer este comentário, sendo jovem e não tendo vivido o 25 de Abril e o excitante e glorioso período que se seguiu, até Mário Soares e capangas  traírem  a Revolução.
Como tal, aquele jovem, não teve ocasião de se inebriar com a expectativa de ver, como é um tempo de liberdade, de realização e de euforia, por se ir finalmente, cumprir Portugal.
Ele é certamente, uma das múltiplas vítimas das amarguras por que têm passado a generalidade dos portugueses, desde então.
Trucidados pelos sucessivos governos, que intitulando-se ora de esquerda ora do centro, ( de direita é que “jamais” palavra natural no léxico do inefável Lino) foram fazendo dos trabalhadores, as vítimas preferenciais das suas clientelas corruptas e pasto das várias clique de poder.
A política neoliberal desde então, disfarçadamente umas vezes, outras às escâncaras e actualmente com a Troica estrangeira a dizer como há-de ser, tem tido como consequência, reduzir este glorioso país a um triste espaço, onde a maioria esmagadora da população faz os possíveis por sobreviver, mesmo quando o desencanto é a principal refeição de cada dia que passa.
Não é por acaso, que o Alentejo é a área do país com maior índice de suicídios e Portugal o pais da Europa que tem a maior percentagem.
O culto da mentira sistemática, a contínua exploração dos mais fracos, a amargurada falta de esperança constantemente instilada, não pode ter outra consequência que não, a de exaurir qualquer réstia de expectativa nos jovens, de que o futuro possa ser diferente.
Os partidos políticos, alternando-se astuciosamente no governo, tudo lhes tem prometido e roubado, sendo por isso os principais responsáveis, por esta perda da noção de amor a pátria.
Quando se chega à desfaçatez dos governantes aconselharem os jovens a emigrar, que outro sentimento pode germinar no cérebro desses jovens, senão angústia e a renúncia às origens?
Que outra consequência pode ter a rejeição que são vítimas e a marginalização a que são votados pelos governantes, seus “pseudo-compatriotas”.
Para sobreviverem com algum equilíbrio emocional, é naturalíssimo desenvolveram o anátema,
"de que ser patriota… é ser idiota, claro"!!!

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