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sábado, 21 de janeiro de 2012

PODER &ASSOCIADOS
AS GRANDES SOCIEDADES DE ADVOGADOS 
TRANSFORMARAM-SE EM AUTÊNTICOS 
MINISTÉRIOS-SOMBRA
É este o título e subtítulo de um artigo de autoria do professor universitário Paulo de Morais, publicado no “Correio da Manhã” no dia 10 de Janeiro de 2012, que justifica plenamente o que alguém um dia disse publicamente :
"A Assembleia da República, é o escritório de negócios de muitos advogados."
Ou um outro que questionava:
"E no meio desta vigarice toda, onde está o Presidente da Republica, o Procurador da República, o Tribunal de Contas ou os tribunais ???"
O artigo foi – me enviado por um camarada, antecedido de um pequeno texto com o qual estou totalmente de acordo e que reproduzo integralmente:
Aterrador.
Este sabe do que fala; é jurista e professor catedrático.
Traça o panorama, com o à vontade de quem conhece profundamente os caminhos tortuosos do tráfico de influências, da (in) justiça e de queforma são cozinhadas as leis para que alguns se sirvam delas, etc.
Tudo bem condimentado com muitos milhões e com a complacência dos chamados "senadores" da nossa praça. Uma verdadeira camorra.
Leiam e não contenham emoções.




Fio de Prumo
Poder &Associados

As grandes sociedades de advogados transformaram-se em autênticos ministérios-sombra.
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Por:Paulo Morais, Professor Universitário
As grandes sociedades de advogados adquiriram uma dimensão e um poder tal que se transformaram em autênticos ministérios-sombra.
É dos seus escritórios que saem os políticos mais influentes e é no seu seio que se produz a legislação mais importante e de maior relevância económica.
Estas sociedades têm estado sobre-representadas em todos os governos e parlamentos.
São seus símbolos o ex-ministro barrosista Nuno Morais Sarmento, do PSD, sócio do mega escritório de José Miguel Júdice, ou a centrista e actual super-ministra Assunção Cristas, da sociedade Morais Leitão e Galvão Teles.
Aos quais se poderiam juntar ministros de governos socialistas como Vera Jardim ou Rui Pena.
Alguns adversários políticos aparentes são até sócios do mesmo escritório. Quando António Vitorino do PS e Paulo Rangel do PSD se confrontam num debate, fazem-no talvez depois de se terem reunido a tratar de negócios no escritório a que ambos pertencem.
Algumas destas poderosas firmas de advogados têm a incumbência de produzir a mais importante legislação nacional. São contratadas pelos diversos governos a troco de honorários milionários. Produzem diplomas que por norma padecem de três defeitos.
São imensas as regras, para que ninguém as perceba, são muitas as excepções para beneficiar amigos; e, finalmente, a legislação confere um ilimitado poder discricionário a quem a aplica, o que constitui fonte de toda a corrupção.
Como as leis são imperceptíveis, as sociedades de jurisconsultos que as produzem obtêm aqui também um filão interminável de rendimento.
Emitem pareceres para as mais diversas entidades a explicar os erros que eles próprios introduziram nas leis. E voltam a ganhar milhões. E, finalmente, conhecedoras de todo o processo, ainda podem ir aos grupos privados mais poderosos vender os métodos de ultrapassar a Lei, através dos alçapões que elas próprias introduziram na legislação.
As maiores sociedades de advogados do país, verdadeiras irmandades, constituem hoje o símbolo maior da mega central de negócios em que se transformou a política nacional.

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