A 3ª GUERRA MUNDIAL E A CHINA
REFLEXÕES, CUJO APARENTE EXAGERO…
PODE SER A REALIDADE!!!.
Recebi há dias, dois “power points” de origens completamente diferentes, mas que se complementam, quando relacionamos o presente, com o futuro da humanidade.
O primeiro, falando das formas de que se reveste uma terceira guerra mundial, debruça-se sobre as novas facetas do conflito que terá essencialmente características económicas e financeiras.
Enumera os múltiplos factores utilizados pelas elites financeiras, para dominar os povos e escravizar as populações e manter a exclusividade das suas mordomias.
Embora considerando este “power point” excessivamente complexo e demasiado denso em alguns dos seus quadros descritivos, defendo que a maior parte dos dados ali referidos, são úteis e merecem se faça uma leitura atenta e minuciosa, para facilitar a compreensão dos elementos e manobras utilizados pelo Sistema Capitalista, para dominar o mundo.
Uma leitura positiva que se pode fazer dessa situação, situa-se no facto da elite dominante, quando reserva para si exclusivamente todos os benefícios das suas decisões, estimula a compreensão dos perigos que elas representam, para a generalidade das populações.
Consequentemente acaba por provocar fenómenos de reacção, que aceleram de forma exponencial a capacidade de luta e unidade dos trabalhadores contra a exploração das classes dominantes e por arrasto, a libertação dos seus ancestrais complexos históricos, existenciais, culturais, supersticiosos ou religiosos e sobretudo políticos.
Veja então o primeiro “power point”.
NESTE LINK
O segundo “power point”, fala-nos da China e do seu previsível desenvolvimento, em termos de influenciar de forma determinante o futuro da humanidade.
Concordamos de uma forma geral com todas as afirmações que ali são descritas.
Mas há um elemento fundamental, que de uma maneira geral não avaliamos em toda a sua extensão.
O povo chinês, tem uma tradição milenar de sujeição ao poder, ora dos seus próprios imperadores e senhores da guerra, ora mais modernamente dos ocupantes estrangeiros.
Isso dá-lhes uma filosófica pacificação e uma capacidade de sofrimento, que apesar de inscrito no seu DNA, lhes mantém a mesma lucidez e ambições que os ocidentais, na busca dos valores inerentes à natureza humana.
Não é por acaso que os seus trabalhadores, para defenderem as suas reivindicações tenham feito este ano mais de 60.000 greves.
Outra coisa é a natural evolução dialéctica da humanidade.
No caso da China a influência das características específicas da sua tradição civilizacional, fica a léguas de distância dos europeus, mais genérica e rotineiramente praticantes da arte de matar e explorar, que esses povos orientais.
No que diz respeito à China, independentemente das sucessivas alterações internas do regime comunista da China, nos tempos mais recentes, manteve uma filosofia política com avanços e recuos, que do ponto de vista económico, começa a ter os seus frutos.
Embora grande parte da sua população viva ainda com grandes dificuldades, que são aproveitadas até à exaustão pela propaganda ocidental para diminuir ideologicamente o valor do sistema comunista, o aproveitamento que se faz das dificuldades ainda existentes, servem como prova do falhanço do comunismo e quando se trata dos seus êxitos, estes são atribuídos em exclusivo à dualidade da ortodoxia do sistema capitalista vigente.
Actualmente para ultrapassar as diferenças económicas acentuadas entre as zonas marítimas periféricas do sul e do Leste, mais ricas e sujeitas às pressões do capitalismo e o interior profundo essencialmente agrícola, a direcção de Deng Xiaoping em 1984, adoptou o princípio de um país e dois sistemas.
Esse sistema funcionando com um controlo ainda que deficiente sobre o mercado de capitais, situa o centro de sua lógica na produção de mercadorias, enquanto o ocidente o faz da especulação financeira, a sua principal expressão de produção de riqueza.
O sistema socialista centralizado, em paralelo com um sistema de mercado de capitais mais livre, sob controlo por parte das autoridades, criando empresas estatais estratégicas, com grande capacidade financeira, utilizando tácticamente a arma da produção contra a pura especulação, teve como efeito tornar China nas últimas décadas, na segunda potência económica mundial.
Prevêem prestigiados economistas, entre os quais o Nobel da economia Robert Fogel, que a China vai crescer até 2040 à média de 8% ao ano, o que torna previsível que nessa altura o rendimento “per capita” seja o dobro do europeu e a sua economia detenha 40 % do PIB mundial e então se torne a maior economia mundial.
O segredo do seu gigantesco crescimento, está assente não só numa sólida e cada vez mais desenvolvida produção, que permitiu segundo a revista Forbes, que entre as 500 maiores empresas mundiais, a China que em 2005 tinha 18 empresas, em 2011 já conta com 61.
A atenção especial que dedica à educação e à formação de quadros, origina a ida para o estrangeiro de mais de 500.000 estudantes, 158.000 dos quais para Universidades americanas.
No plano social, prevê-se que durante o plano quinquenal de 2011/2015, sejam reduzidas substancialmente as desigualdades sociais e a sua classe média, que agora é de 150 milhões, serão no final da década de 400 milhões.
Tradicionalmente o chamado mundo ocidental, o mundo capitalista, o progresso é artificialmente construído com base na especulação financeira, no militarismo, na exploração dos trabalhadores e das riquezas e inteligência dos países colonizados ou sob a sua influência ou tutela militar.
Os Estados Unidos, principal expressão da economia capitalista, resolve actualmente as suas crises, imprimindo notas para dar liquidez aos bancos e para pagar ao exterior grande parte das mercadorias que necessita e que deixou de produzir, por deslocalização de grande parte da sua indústria.
Quando o Capitalismo der por isso… terá de comer o papel com que fabricou as notas, para não morrer de fome.
A influência mundial da China começou sorrateiramente em África, financiando e fornecendo mão-de-obra qualificada aos países africanos, em condições suficientemente vantajosas, para que estes habituados como estavam a ser explorados pelo dito “Ocidente”, os recebessem de braços abertos, de tal maneira que quando os americanos perceberam o que se estava a passar, quiseram construir bases militares em África e não conseguiram.
Seguiu-se a América Latina onde a China começou há 2 anos a fazer investimentos brutais no Brasil, fazendo desse país a testa-de-ponte para se introduzir naquele continente.
É na constatação de toda esta panóplia de acontecimentos que os Norte-americanos na defesa dos seus interesses imperiais, são levados a elaborar um dispendioso plano geo-estratégico que lhe permitisse criar uma cintura militar, à volta da China, independentemente da sua gravíssima crise financeira.
A partir do Paquistão, Afeganistão, Coreia do Sul, Japão tem a vida facilitada.
Nas Filipinas está a encontrar muitas e talvez inultrapassáveis dificuldades, que compensou criando na Austrália a sua maior base militar no exterior.
Os Norte-americanos e seus sequazes da NATO, para tentar evitar a chegada dos chineses ao Mediterrâneo, através da Líbia, sabotaram Kadafi, com o artifício de que este se tinha atrevido a negociar e entregar 5 gigantescos empreendimentos á China, bem como o fornecimento da mão-de-obra técnica e o financiamento, a troco de petróleo de alta qualidade e da consequente influência política.
Quanto há debilitada Europa, o ataque começou através de Portugal e da Grécia.
Além de comprar cautelosamente (certamente para não dar nas vistas!!!) alguma dívida pública, começaram a investir em empresas estratégicas, cujo controle lhes dá uma grande influência política e consequentemente escancara as portas da velha Europa, empedernidamente capitalista e exploradora.
O picaresco regozijo dos banqueiros, capitalista e grandes empresários destes países é evidente, porque resolvendo no curto prazo os seus problemas, conjecturam quiméricamente que manterão as suas mordomias incólumes.
Por outro lado, pode ser que esse caminho traga alguma esperança à sobrevivência da humanidade, independentemente da ortodoxia do regime chinês.
O Marxismo com ou sem Maoismo, com mais ou menos Leninismo, é a única esperança para a sobrevivência da humanidade.
Se pelo contrário dermos continuidade ao regime capitalista, na forma do neoliberalismo que sob a capa da Globalização sujeitam as populações, não há esperança de continuidade para a humanidade sob a terra.
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