DEBATE QUINZENAL DO GOVERNO
Quando no debate quinzenal realizado hoje na Assembleia da República, ouvimos o primeiro-ministro, tecer loas ao trabalho voluntário de milhares e milhares de pessoas, que se entregam devotadamente para tapar os buracos que o governo vai criando, saltou-nos à memória a “Sociedade dos 2/10”.
Para quem não saiba, essa “Sociedade do 2/10” foi preconizada
pelos líderes políticos e financeiros mundiais, reunidos na Fundação Gorbachev em
1995 e que davam o trabalho voluntário, como uma das soluções para o
entretenimento dos 8/10 da população que previam iria ficar sem trabalho nas
próximas décadas, como uma das formas de manterem a sua dignidade, na
medida em que bastariam 2/10 dessa população para satisfazer as necessidades da
humanidade.
(O acesso a esse texto pode ser feito no link
existente no cabeçalho deste Blogue)
Depois da tristíssima figura feita pelo António José
Seguro, a palavra esclarecida de Jerónimo de Sousa, foi um bálsamo, colocando o
trabalho voluntário no seu devido lugar e prestando a homenagem devida a quem o
pratica.
Nós, como milhares e milhares de comunistas, sentimos
que trabalharíamos alegremente por um mínimo indispensável à nossa sobrevivência
e dos nossos familiares (como exemplarmente o fazem todos funcionários e deputados
do Partido, sem esquecer os autarcas e militantes que, respeitando a consigna
que ninguém pode ser beneficiado ou prejudicado ao serviço e em nome do PCP, devolvem
ao PCP o dinheiro que ganharam em seu nome ou ao seu serviço), se o resultado
do nosso trabalho, revertesse para bem exclusivo do nosso povo.
Mas o que se passa com os apelos do governo ao
trabalho voluntário, é o aproveitamento da boa vontade dos cidadãos, a generosidade
dos bem-intencionados, para explorar esse esforço e desviar os investimentos
assim poupados, para os bolsos dos capitalistas.
São estes conceitos, que nos levam a
recusar de forma enérgica o apelo ao trabalho voluntário.
Do lado contrário, hipocritamente, estão as propostas
do governo, que outra intenção não têm, senão explorar os trabalhadores e
complementarmente as naturais boas intenções dos cidadãos bem formados,
querendo substituir por trabalho voluntário nas obrigações sociais naturais do
Estado, em alternativa a fomentar
políticas de desenvolvimento e emprego, e sobretudo uma melhor e mais
equitativa, distribuição do produto do trabalho.
INTERVENÇÃO DE JERÓNIMO DE SOUSA
"A CRIATURA
DEVE SEGUIR O CRIADOR E LEVAR TODO O GOVERNO”
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