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terça-feira, 9 de abril de 2013

PAULO DE MORAIS, EM DOSE DUPLA

Hoje à falta de um, vamos publicar dois textos de Paulo de Morais.
Corro o risco de fazer deste Blogue, um veículo de propaganda do “Correio da Manhã”, que é o jornal que todos os cafés cá do burgo compram para os clientes.
Ainda consegui convencer o dono de um café que abrira de novo, a comprar o “Público”, que considero bastante melhor, mas foi sol de pouca dura.
Os tempos que correm obriga-nos a poupar onde podermos e ler o jornal no café, é a forma de se poupar uns cêntimos todos os dias, corrigindo e complementando a informação, com a ajuda da Internet.
Mas vamos ao que interessa.
Dizíamos nós que hoje publicamos dois textos do Paulo de Morais, porque um é como a continuidade do outro.
O primeiro passou-me despercebido (nesse dia não devo ter ido ao café!), mas hoje um amigo enviou-me pela Net, acompanhado com um comentário que atribuía a autoria a um tal "CorINFLuís Cadete" (julgo querer dizer coronel de Infantaria Luiz Cadete) tão violento, e ridiculamente salazarento e reacionário, que por ser exemplar do que é uma mentalidade fascista, vou transcrevê-lo a seguir.
Bem sabemos que as pessoas estão saturadas dos políticos aldrabões, ordinários, tachistas, incompetentes, ladrões e traidores, que nos têm governado desde Novembro de 1975.
O Paulo de Morais não se cansa de os denunciar!!!.
Mas, uma coisa é sermos enganados, não termos capacidade de alterar a situação tão rápido como desejamos, outra coisa é aceitar perder a liberdade, como objectivamente se deduz na forma, rapidez e dimensão das reformas que este militar preconiza.
Mesmo que ideologicamente sejamos uns nabos, temos a obrigação de perceber que a democracia que temos, é bem melhor que as pinochetadas ou outras quaisquer salazarentas ditaduras de opressão, violência sem limites nem horizontes, a não ser para as elites que delas vivem e que delas se servem.
O título do artigo de Paulo de Morais, que publicamos a seguir a este “comentário” que espelha a sentença inquisitorial do coronel de infantaria Luiz Cadete era “REVIRAVOLTA” onde ele explica a dimensão da “reviravolta” que queria.
Ora leiam:

Qual reviravolta qual carapuça!
O regime está esgotado, como se esgotou o liberal e o demo-republicano saído do regicídio!
O regime precisa é de ser varrido para o caixote do lixo da História pátria e substituído por outro, de cavalo-marinho nas unhas, que acabe de vez com esta corja devorista, europeísta, maçónica e iberista que contamina a Nação!
O regime precisa de ser substituído não por uma ditadura, mas sim por uma boa e feroz tirania que azorrague nos nossos pelourinhos a pandilha que levou Portugal à beira do abismo; que ponha a agricultura a produzir bem e depressa para não termos que importar cebola, alho, alface, etc, etc.; que relance a industrialização; que povoe a nossa ZEE de navios de pesca e de navios-patrulha da Armada para proteger o nosso mar; que regresse ao SMO para socializar o maralhame e dar-lhe disciplina, educação cívica, sentido do dever e do serviço público; que regresse ao Escudo, doa a quem doer; que desburocratize a constituição de empresas; que ponha a quadrilha dos banqueiros na ordem; que abra a época da caça policial à malandragem; que reduza drasticamente os IVA, IRS, IRC, IMI e o raio-que-os-parta com que nos chupam o tutano; que acabe com as mordomias todas a todos; que reduza o Estado ao estritamente necessário para que Portugal funcione; que invista correctamente na Cultura e na Educação, devolvendo a autoridade aos professores e responsabilizando civil e criminalmente os papás dos malandros que estão na escola para instabilizar; que crie uma Segurança Social decente para todos com pensões mínimas que não nos envergonhem como Povo; que reduza drasticamente os salários aos gestores das empresas públicas ou outras; que reduza as portagens nas AE para valores sensatos; que acabe com as ignóbeis PPP e as faça pagar uma renda ao Estado; que baixe os custos da energia; que apoie a família de forma a que, a tempo, se inverta a catástrofe demográfica que se avizinha; que saiba cuidar do Património como faz qualquer Povo que se preza; enfim, que faça com que o Zé Lusitano tenha um saudável orgulho na sua Pátria, nem que seja a cavalo-marinho!
É hora!
CorINF
Luís Cadete






PRIMEIRO ARTIGO DE PAULO DE MORAIS  
PUBLICADO EM 26 DE MARÇO DE 2013



Fio de Prumo
REVIRAVOLTA



Portugueses estão reféns de governo incompetente e não depositam qualquer esperança na oposição
A governação de Passos Coelho falhou em toda a linha. Este já só se aguenta no poder porque não há à vista qualquer alternativa credível.
A equipa de Coelho, Portas e Gaspar, não só não conseguiu tirar o país do beco para onde Sócrates nos tinha atirado, como ainda piorou a situação.
As finanças públicas estão num caos. Há milhares de empresas a fechar, o desemprego é galopante. Os mais pobres passam fome, a classe média extingue-se. A coligação PSD-CDS não reduziu a despesa com as estruturas inúteis do estado. Não se baixaram sequer as rendas das parcerias, como preconizava o memorando com a troika.
Caminhamos para o abismo e o maior drama é que nem sequer há alternativa eleitoral. O PS é inconsistente. Seguro é feito da mesma massa de Passos e Relvas. Vindo das juventudes partidárias, não tem mundividência nem currículo. Não se lhe conhece uma ideia. Apenas se sabe que domina bem o aparelho socialista. Seguro é, afinal, um clone de Passos.
Restaria, como opção, a hipótese de um governo de iniciativa presidencial, apadrinhado por Cavaco Silva. Mas quais seriam as políticas desse seu executivo? Provavelmente, apenas fazer chegar à governação a ala cavaquista do PSD, constituída por gente habituada a bons empregos do estado, negócios fáceis e privilégios; e que está ávida de poder.
E quem seria o preferido de Cavaco para primeiro-ministro? Talvez Rui Rio ou Guilherme de Oliveira Martins.
Mas das escolhas de Cavaco há que temer. Recorde-se que foi o atual presidente que, enquanto líder do PSD, nomeou para secretário-geral Dias Loureiro, um dos principais responsáveis pela maior burla financeira do regime, o BPN. Como primeiro-ministro, designou como líder parlamentar um atual presidiário, Duarte Lima. E já recentemente, para liderar o grupo de sua iniciativa "EPIS - empresários pela inclusão social", escolheu João Rendeiro, o responsável pela fraude do BPP. Não se pode pois confiar em quem erra tão clamorosamente em nomeações de tamanha importância.
Os portugueses estão em fim de linha, reféns de um governo incompetente, e não depositam qualquer esperança na oposição. Sabem que o Presidente é desastrado. Só com novos protagonistas poderemos sair deste atoleiro. O regime precisa de uma reviravolta.








SEGUNDO ARTIGO DE PAULO DE MORAIS  
PUBLICADO HOJE 9 DE ABRIL DE 2013


Fio de Prumo
PRIMEIRO-MENTIROSO


Passos Coelho, quando candidato nas últimas eleições, prometeu o céu. Mas remeteu-nos ao inferno. Em campanha, tinha garantido que jamais aumentaria impostos.
Afiançou também que não seria necessário baixar salários, pensões e reformas ou retirar subsídios. O equilíbrio das contas públicas far-se-ia com a redução de gorduras nos setores intermédios do estado, a diminuição das rendas das parcerias público-privadas e, a longo prazo, com uma profunda reforma da Administração. Dois anos volvidos, conclui-se que Passos Coelho aplicou medidas precisamente opostas às que tinha prometido. Mentiu-nos, numa atitude em que foi acompanhado pelo seu parceiro de coligação. O CDS defendia a diminuição da carga fiscal, até chegar ao governo e se tornar cúmplice do seu agravamento.
O antecessor de Passos, José Sócrates, fez o mesmo. Prometendo não aumentar impostos, não tardou em fazê-lo quando subiu ao poder. Mais um mentiroso. Da mesma forma, Durão Barroso tinha anunciado, na campanha de 2002, um choque fiscal, com uma brutal redução de impostos. Mal tomou posse, a primeira medida tomada pela sua ministra das finanças, Manuela Ferreira Leite foi… aumentar impostos.
O comportamento de dirigentes que, deliberadamente, enganam o povo em campanha não é admissível. A democracia só é autêntica quando se contrapõem, nas eleições, projetos alternativos. Os eleitos devem-se sentir obrigados a honrar e implementar o programa vencedor. Não há desculpas para não cumprir, nem mesmo o desconhecimento da realidade concreta. Quem se candidata a lugares desta importância não pode revelar tamanha incompetência.
Com estas práticas de mentira reiterada, desacredita-se todo o sistema democrático. Os deputados votam leis contrárias ao programa a que se vincularam em campanha, violando assim a lealdade que devem aos seus eleitores.
Os partidos do arco do poder transformaram os processos eleitorais, que deveriam servir para o debate de ideias e confronto de projetos políticos, em circos de sedução em que acaba por ganhar quem é mais eficaz a enganar os cidadãos. As eleições transformaram-se em concursos para a escolha do melhor mentiroso. O troféu em jogo é a chefia do governo.






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