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segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

A QUESTÃO DOS APARTIDÁRIOS

E O MAIS QUE ADIANTE SE LERÁ !!!

Quando me enviaram o power point que vou publicar no fim deste texto, fiquei perplexo com a mensagem que o acompanhava e rezava assim:

"Óculos fazem toda a diferença"

“O Power Point não passa digamos de uma sátira de palavras imagens e sons...
- Um passa-tempo que me permite brincar com gosto, com cor; som e imagem...
- Se por um lado é a minha couraça"os meus óculos de velho" para encarar o Mundo Infernal
em que vivemos e talvez para me poupar a mim próprio.
- Por outro lado, de forma alguma quero ferir susceptibilidades, até porque sou apartidário;
- Na política como no desporto, gosto de ver um bom jogo, com um final justo, igual quem joga.”

Esta maneira de estar na vida de vida, é infelizmente muito vulgar, mas não deixa de ser verdadeiramente impressionante, porque representa a opção mais negativa, do ponto de vista do cívico, que um ser humano pode assumir.
Ela é a expressão acabada de uma espécie de cobardia, muito bem retratada por Bekett ou Maiakovsky, naqueles poemas que em síntese desenvolviam o seguinte conceito:

“vieram, levaram católicos….e eu não me importei porque não sou católico, depois levaram os comunistas e eu não me importei porque não sou comunista….etc.,etc., depois levaram-me a mim e já não havia ninguém para me ajudar”.
O autor da pequena mensagem que referi acima, considera o “Mundo Infernal”, mas intitula-se orgulhosamente…”apartidário”, como se na vida isso fosse possível!
O que o autor no fundo está a dizer, é que pertence ao partido, dos que não têm Partido!!!
Quando se diz apartidário, está a pôr-se ao lado das classes dominantes que utilizam os Partidos, para de facto tornar o “Mundo Infernal”, como se tem visto, esquecendo que a capciosa forma “apartidária”, é a que melhor serve esses interesses, porque como neste caso, não são exigidas responsabilidades a nada e a ninguém.

Deduzimos que quem escreveu a mensagem, deve ter um estatuto económico, que certamente lhe dará alguma capacidade de sobreviver com dignidade porque se desculpa ingenuamente, ao dizer que os seus piedosos critérios, são fruto ”de não querer ferir susceptibilidades”.
É bonito de dizer, consola a alma, fica bem no retrato, e torna-se um sério candidata a receber “umas asinhas quando estiver no céu”, pairando acima das reais dificuldades terrenas.
Só que a vida não se compadece com este tipo de opções.
A existência do ser humano, consciente, racional e social, ainda é relativamente curta.
A sua evolução, no sentido de criar uma sociedade que se mantenha de acordo com as Leis da Natureza, em busca da harmonia e da felicidade, exige questionar o homem sobre as suas responsabilidades.
E de certeza não é com a neutralidade, que o homem se pode realizar
A forma que o chamado Mundo Ocidental, encontrou para se organizar politicamente, fez com que transitassem para determinados partidos, a defesa dos interesses de classe.
Antigamente só havia três classes sociais: O clero a nobreza e o povo.
Com o advento da Republica, diluíram-se e baralharam-se, muito dos interesses dessas classes sociais.
O recurso a partidos políticos, nasceu da necessidade de ordenar socialmente esses interesses, tendo como máximo divisor comum, salvo raras excepções, sobrepor e defender os interesses individuais, aos interesses colectivos, dando azo a muita da confusão e injustiça, que se tem prolongado até aos dias de hoje.
É óbvio, para o bem e para o mal, a sociedade caracteriza-se politicamente pelos Partidos que a compõem.
Os tempos que estamos a viver, são disso uma evidência constante.
No entanto, a consciência social popular,é normalmente revolucionária e tem feito através dos tempos, a civilização dar grandes saltos qualitativos, no sentido do progresso e da democracia.
No mundo ocidental, podemos considerar três grandes etapas revolucionárias.


Em primeiro lugar, o advento do cristianismo primitivo até S.Paulo (grande responsável pela organização e hierarquização da Igreja).


Em segundo lugar a Revolução Francesa

Em terceiro e mais próxima de nós, a Revolução Socialista de Outubro, na Rússia.

A evolução dos Partidos políticos no Sistema capitalista em que vivemos e principalmente após a implosão da União Soviética, embora adoptando teoricamente projectos políticos aparentemente diferentes, são caracterizados pelo desejo, ou a capacidade de assumirem o poder, não na defesa das diferentes classes sociais, mas de grupos económicos que rivalizam entre si, na possibilidade de assumirem esse mesmo poder.
Vários fenómenos de manipulação da opinião pública, concorrem na prática, para viciar e adulterar a expressão do voto popular, em eleições (ditas livres).
1º - A propriedade dos poderosos meios de comunicação social, que são quase na totalidade desses diferenciados grupos capitalistas.
2º - Os órgãos e os meios de informação e propaganda, favoráveis às forças populares, são ridiculamente escassos.
3º - O espectro político português, embora com uma grande panóplia de Partidos, tem uma reduzidíssima expressão, quando se trata de analisar e levar á prática medidas em defesa das classes trabalhadoras.
Numa sociedade assim organizada, há vastas camadas de cidadãos que não se revendo nesse tipo de partidos, ditos burgueses, apesar das dificuldades que têm de ultrapassar, continuam a lutar tenazmente pela transformação da sociedade.
Assumindo a forma de Partido e organizado no quadro legal, apresentam às populações e nomeadamente aos trabalhadores, uma opção alternativa, constituindo um projecto político revolucionário, para alterar esta relação de forças.
As dificuldades com que essas forças populares se debatem e têm de ultrapassar, exigem de quem tem lucidez e consciência política abandone a neutralidade, para conseguir através do esclarecimento e da persuasão, mobilizar conhecidos, amigos e vizinhos, no sentido de os doutrinar e denunciar as verdadeiras condições em que se debatem os trabalhadores, para conseguirem eleger, quem honestamente defenda os seus interesses.
Esse projecto político, é verdadeiramente socialista e tem como característica principal lutar por uma sociedade mais justa, mais solidária, mais fraterna e assente na defesa intransigente dos direitos e interesses colectivos comuns, contrariamente a todos os outros Partidos, que defendem fundamentalmente os interesses individuais.

Em Portugal esse partido é o Partido Comunista Português.
A sobrevivência da humanidade está dependente da forma como evoluir a sociedade.
A única alternativa é o Socialismo!!!
Estamos seguros que o Socialismo, tendo no horizonte o comunismo como utopia, é indiscutivelmente a forma mais adequada de, dando a todos segundo as suas necessidades, ser a génese de uma sociedade evoluída, cooperante e empenhada, que tem como principal consequência, proporcionar a cada cidadão o direito á felicidade e a defender a dignidade a que todos os seres humanos têm direito, sem excepção.
Independentemente das críticas que se possam fazer á forma como historicamente se tem tentado alcançar estes desideratos, uma coisa é certa: Ninguém tem o direito de se colocar numa posição de neutralidade.
A neutralidade é uma forma de exploração do empenhamento dos outros, tão condenável, como condenável é, a exploração do homem pelo homem.
Moralmente não é honesto colocar-se numa posição de neutralidade, quando o tema é a verdadeira liberdade e desenvolvimento da sociedade de que faz parte.
A própria natureza não é neutra, antes pelo contrário.
Todos sabemos que há uma permanente evolução, na adaptação às condições envolventes.
Desenvolvimentos activos, no sentido de estabelecer o equilíbrio entre as várias conjunturas.
Nunca a natureza pratica a neutralidade, face á evolução das circunstâncias e condições objectivas.
Ser neutro é tornar possível viver-se neste mundo e ficar indiferente ao conflito existente entre as classes exploradoras, que tudo têm e tudo podem e as classes exploradas que a nada têm e nada podem.
Para a neutralidade só há uma justificação, a ignorância.
Curioso é observar que normalmente quem adopta a neutralidade, não se coíbe de condenar os excessos que o dinheiro permite a alguns privilegiados e ao mesmo tempo, esquecem de condenar a forma miserável como vivem outros seres humanos, em condições por vezes piores que os nossos pré-históricos ascendentes.
Será então justo, que nesta época e nestas circunstâncias, alguém se possa arrogar o direito, de ser neutro, ou de ser indiferente?
É aceitável a indiferença?
Não será nestes casos a neutralidade, a um acto extremamente condenável???
Procurar as soluções, ou pelo menos inquietar-se na problemática da sua busca, não será um elementar acto de cidadania???
Só estará dispensado, quem não tiver capacidade ou possibilidade de compreender a responsabilidade que lhe cabe, como elemento enquadrado numa sociedade, em permanente e acelerada evolução.
É evidente que os exemplos que acima referenciámos, de esbanjamento por um lado e de pura miséria, por outro, são casos extremos, mas infelizmente bastante comuns.
A perspectiva da neutralidade é tão errada, que o Sistema Capitalista fez dela uma arma, para manter as suas prerrogativas, manipulando as crenças religiosas e a generosidade natural de cada um, para as colocar ao seu serviço.

Mistura conceitos místicos, com generosas mensagens religiosas, a caridade, como um apelo da generosidade, procurando confundir e saciar, a consciência das almas bem formadas.
Quando só isso não é suficiente e a prática exige introduzir uma actividade em que só a solidariedade é solução, recorre-se á mobilização dos indivíduos através do trabalho voluntário, com comoventes apelos á caridade, que ardilosamente pacifica e obscurece a consciência reivindicativa de quem a pratica.
O que é preciso sobretudo, é proteger a todo o custo o “status quo” e manter o sagrado “Modo de Produção Capitalista”.
Voltando ao texto, termina assim:
- Na política como no desporto, gosto de ver um bom jogo, com um final justo, igual quem joga.”
Claro, claríssimo!!!!
O artifício do recurso ao desporto, como arma de manipular a consciência popular é uma moderna e eficaz arma de alienação dos cidadãos.
Fazer aderir á “seita” deste ou daquele clube, estimular o natural sentido gregário do ser humano, é a forma mais simples de mobilizar o seu empenho em objectivos artificiais, que em nada afectam os interesses económicos das classes dominantes.
O principal problema do autor do texto, é de não ter percebido que “um final justo” para o ”jogo” da vida, estaria irremediavelmente comprometido, se a classe dominante conseguisse alienar ou neutralizar de facto a maior parte dos que pertencem às classes exploradas.
Felizmente que grandes camadas da população já perceberam, de quanta hipocrisia são feitas as regras deste “jogo” do capitalismo.
Há muito que o povo, procurando solução para esta problemática, deu um passo gigantesco no sentido de se encontrar um caminho justo para a humanidade.
Essa honra, devemos recordá-lo nós e a História, coube ao povo russo em Outubro de 1917.
Foi uma experiência nova, cheia de entusiasmo, pelo mundo novo que se estava a criar.
Cometeram-se erros, como é natural em tudo o que é novo, mas acabou-se com muita injustiça e provou-se que quanto se conta com o povo, como beneficiário principal, a adesão popular é maciça e produzem-se autênticos milagres.
As transformações que se seguiram, mudaram o mundo de forma tão radical, que hoje são os valores sociais colectivos, para o melhor e para o pior, que servem de bandeira nas principais lutas políticas que se travam e constituem a base, da moral vigente.
Uns, com a sinceridade dos idealistas, na peugada de um mundo mais justo e fraterno, os comunistas e seus aliados.
Outros, disfarçando a s suas verdadeiras e conservadoras intenções, para manterem os seus privilégios intocáveis, tentam desesperadamente manter as suas arbitrárias prerrogativas.

Apelidando-se das mais variadas designações e com os mais variados formatos; Socialistas/Democratas (Como se houvesse algum socialista que não fosse democrata!!!), Sociais-democratas( isto é:socialismo sim, mas até certo ponto) e finalmente os Democratas-cristãos (que se servem do natural instinto religioso de cada um, para o arregimentar a objectivos que no fundo só servem para utilizar a ingenuidade dos crentes, na defesa dos interesses que de cristãos pouco têm).
Mas a clarificação de tudo isto, que tem muito a ver com o desenvolvimento e a cultura, está no bom caminho, porque o progresso é uma meta que fala á inteligência humana.
Tenho a certeza.!!!
Para cumprir a promessa que fiz no princípio aqui vai o "powert point" referido no início, cuja qualidade e incongruência temática deixo ao vosso critério classificar.
A insensatez do texto que o acompanhava, justifica plenamente a mentalidade do autor.



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