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sábado, 12 de dezembro de 2009

SONDAGEM AO GOVERNO

Excepcionalmente em vez de um “Power Point do dia”, colocamos esta sondagem, na intenção de dar algum ânimo, antes da leitura dos textos que se seguem, e que infelizmente são o retrato fiel de alguns aspectos da corrupta vida política portuguesa.

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MAIS UMA VEZ

A “FACE OCULTA”

Maria José Morgado, bem vai avisando que de vez em quando se vai agitando a bandeira da luta contra a corrupção, na intenção de ir mantendo tudo na mesma.
Bem sabemos que este governo tomou posse há pouco tempo e como tal deveríamos considerar que ainda devia estar em estado de graça.
No entanto como as figuras novas são pouco mais que decorativas, na medida em que o antigo núcleo forte se mantém, julgamos ser oportuno fazer uma análise, no sentido de irmos formando uma opinião sobre o que pensamos da sua capacidade de alguma vez estas “trupes” que tem governado o país estejam interessados de facto em lutar contra a corrupção como primeiro passo para resolver os problemas que têm sido criados ao povo português.
É curioso que, se bem me lembro, como diria o saudoso Vitorino Nemésio, que tem sido sempre os dois partidos, PS e PSD, que alternadamente se sucedem no poder, que têm esgotado as possibilidades levar á prática essa luta, independentemente das promessas feitas em campanhas eleitorais.
Desde sempre tem vindo a lume, casos de personagens ilustres que com actos de corrupção, vão enchendo os seus bolsos e o de familiares e amigos.
Há uma classe de indivíduos, que sendo obrigado a considerar povo, de povo só têm o sangue que têm sugado aos trabalhadores, como autênticos vampiros que são.
Para esses, este jardim á beira-mar plantado, é um verdadeiro paraíso, que lhes permite uma vida de luxo á custa da desonestidade política, manipulação da informação e corrupção, que graça impunemente.
Não há um só português que não tenha na sua memória o conhecimento de manobras que às ocultas permitem esse “gajos” encherem os bolsos.
Sobre este tema e a caracterização de alguns dos intérpretes políticos que nos arrastaram para esta situação, são superiormente referidos por Mário Crespo no artigo publicado no Jornal de Noticias sobre o título “OS INTOCÁVEIS”, que publicamos a seguir.






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OS INTOCÁVEIS

O processo Face Oculta deu-me, finalmente, resposta à pergunta que fiz ao ministro da Presidência Pedro Silva Pereira - se no sector do Estado que lhe estava confiado havia ambiente para trocas de favores por dinheiro. Pedro Silva Pereira respondeu-me na altura que a minha pergunta era insultuosa.
Agora, o despacho judicial que descreve a rede de corrupção que abrange o mundo da sucata, executivos da alta finança e agentes do Estado, responde-me ao que Silva Pereira fugiu: Que sim. Havia esse ambiente. E diz mais. Diz que continua a haver. A brilhante investigação do Ministério Público e da Polícia Judiciária de Aveiro revela um universo de roubalheira demasiado gritante para ser encoberto por segredos de justiça.
O país tem de saber de tudo porque por cada sucateiro que dá um Mercedes topo de gama a um agente do Estado há 50 famílias desempregadas. É dinheiro público que paga concursos viciados, subornos e sinecuras. Com a lentidão da Justiça e a panóplia de artifícios dilatórios à disposição dos advogados, os silêncios dão aos criminosos tempo. Tempo para que os delitos caiam no esquecimento e a prática de crimes na habituação. Foi para isso que o primeiro-ministro contribuiu quando, questionado sobre a Face Oculta, respondeu: "O Senhor jornalista devia saber que eu não comento processos judiciais em curso (...)". O "Senhor jornalista" provavelmente já sabia, mas se calhar julgava que Sócrates tinha mudado neste mandato. Armando Vara é seu camarada de partido, seu amigo, foi seu colega de governo e seu companheiro de carteira nessa escola de saber que era a Universidade Independente. Licenciaram-se os dois nas ciências lá disponíveis quase na mesma altura. Mas sobretudo, Vara geria (de facto ainda gere) milhões em dinheiros públicos. Por esses, Sócrates tem de responder. Tal como tem de responder pelos valores do património nacional que lhe foram e ainda estão confiados e que à força de milhões de libras esterlinas podem ter sido lesados no Freeport.
Face ao que (felizmente) já se sabe sobre as redes de corrupção em Portugal, um chefe de Governo não se pode refugiar no "no comment" a que a Justiça supostamente o obriga, porque a Justiça não o obriga a nada disso. Pelo contrário. Exige-lhe que fale. Que diga que estas práticas não podem ser toleradas e que dê conta do que está a fazer para lhes pôr um fim. Declarações idênticas de não-comentário têm sido produzidas pelo presidente Cavaco Silva sobre o Freeport, sobre Lopes da Mota, sobre o BPN, sobre a SLN, sobre Dias Loureiro, sobre Oliveira Costa e tudo o mais que tem lançado dúvidas sobre a lisura da nossa vida pública. Estes silêncios que variam entre o ameaçador, o irónico e o cínico, estão a dar ao país uma mensagem clara: os agentes do Estado protegem-se uns aos outros com silêncios cúmplices sempre que um deles é apanhado com as calças na mão (ou sem elas) violando crianças da Casa Pia, roubando carris para vender na sucata, viabilizando centros comerciais em cima de reservas naturais, comprando habilitações para preencher os vazios humanísticos que a aculturação deixou em aberto ou aceitando acções não cotadas de uma qualquer obscuridade empresarial que rendem 147,5% ao ano. Lida cá fora a mensagem traduz-se na simplicidade brutal do mais interiorizado conceito em Portugal: nos grandes ninguém toca.







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