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terça-feira, 6 de março de 2012

           ACORDO ORTOGRÁFICO         
O ACORDO ORTOGRÁFICO E O FUTURO DA 
LÍNGUA PORTUGUESA

Há duas figuras mediáticas que não suporto, pelo sectarismo faccioso das suas opiniões.
Miguel Sousa Tavares e Vasco da Graça Moura. 
Neste caso assumo pessoalmente o conceito de Jacques Duclos:
“É permitido ter má opinião daquele que não tem boa opinião de ninguém”
Ao primeiro, tive ocasião de em tempos lhe enviar uma carta aberta, para o esclarecer sobre a verdadeira natureza das razões que estiveram na base da invasão do Iraque e de outros aspectos da política americana que ele perfilhava e cujos argumentos que então invocámos, estão hoje cabalmente comprovados.
Ao segundo, Vasco da Graça Moura repugnam-me as suas posições políticas camaleónicas, avalizadas pelas suas actividades intelectuais, numa área da cultura específica, que nada ...mas nada tem a ver com a de "opinion maker" da política.
Aí este especialista em salazarentas patacuadas, utiliza a sua reconhecida qualidade de intelectual, para debitar uma duvidosa autoridade de "político" engajado, que me chega a causar vómitos.
Uma coisa não deveria ter nada a ver com a outra, mas neste país pobre de talentos, quem tem um olho é rei, e a pesar de não dar a bota com a perdigota, a ele se presta subserviente vassalagem, mesmo que em termos de carácter e opções políticas, seja um vendedor de banha da cobra.
Atrevo-me a fazer esta confissão, porque pela primeira vez, por mais incrível que pareça, temos uma coisa em comum com ambos:
A rejeição pura e simples do novo Acordo Ortográfico e a manutenção da escrita, tal como a aprendi.
Ponto final!!
Vem isto a propósito de um hilariante texto de Maria Clara Assunção, que abordando o tema do Acordo Ortográfico, fala das sugestões que julga deviam ter sido tidas em conta para o tornar:
“mais moderno, mais simples, mais fácil de aprender pelos estrangeiros”.
A ele devo, que me lembre, uma das maiores risada da minha vida, a ler simplesmente um texto. Chorei a rir!!!
E vou parar de aguçar a curiosidade e passar imediatamente a esse desopilante texto, que me foi enviado em boa hora por um amigo, que bem sabia como estamos precisados de coisas que nos façam rir, para aguentar as medidas  deste "desgoverno" que está a matar os velhos, como eu, e a fazer emigrar os novos, como os meus filhos.

O ACORDO ORTOGRÁFICO E O FUTURO DA LÍNGUA PORTUGUESA 
Por: Maria Clara Assunção

Tem-se falado muito do Acordo Ortográfico e da necessidade de a língua evoluir no sentido da simplificação, eliminando letras desnecessárias e acompanhando a forma como as pessoas realmente falam. Sempre combati o dito Acordo mas, pensando bem, até começo a pensar que este peca por defeito. Acho que toda a escrita deveria ser repensada, tornando-a mais moderna, mais simples, mais fácil de aprender pelos estrangeiros.
 Comecemos pelas consoantes mudas: deviam ser todas eliminadas.
 É um fato que não se pronunciam. Se não se pronunciam, porque ão-de escrever-se? O que estão lá a fazer? Aliás, o qe estão lá a fazer? Defendo qe todas as letras qe não se pronunciam devem ser, pura e simplesmente, eliminadas da escrita já qe não existem na oralidade.
Outra complicação decorre da leitura igual qe se faz de letras diferentes e das leituras diferentes qe pode ter a mesma letra.
Porqe é qe “assunção” se escreve com “ç” e “ascensão” se escreve com “s”?
Seria muito mais fácil para as nossas crianças atribuír um som único a cada letra até porqe, quando aprendem o alfabeto, lhes atribuem um único nome. Além disso, os teclados portugueses deixariam de ser diferentes se eliminássemos liminarmente o “ç”.
Por isso, proponho qe o próximo acordo ortográfico elimine o “ç” e o substitua por um simples “s” o qual passaria a ter um único som.
Como consequência, também os “ss” deixariam de ser nesesários já qe um “s” se pasará a ler sempre e apenas “s”.
Esta é uma enorme simplificasão com amplas consequências económicas, designadamente ao nível da redusão do número de carateres a uzar. Claro, “uzar”, é isso mesmo, se o “s” pasar a ter sempre o som de “s” o som “z” pasará a ser sempre reprezentado por um “z”. Simples não é? se o som é “s”, escreve-se sempre com s. Se o som é “z” escreve-se sempre com “z”.
Quanto ao “c” (que se diz “cê” mas qe, na maior parte dos casos, tem valor de “q”) pode, com vantagem, ser substituído pelo “q”. Sou patriota e defendo a língua portugueza, não qonqordo qom a introdusão de letras estrangeiras. Nada de “k”.
Não pensem qe me esqesi do som “ch”.
O som “ch” pasa a ser reprezentado pela letra “x”. Alguém dix “csix” para dezinar o “x”? Ninguém, pois não? O “x” xama-se “xis”. Poix é iso mexmo qe fiqa.
Qomo podem ver, já eliminámox o “c”, o “h”, o “p” e o “u” inúteix, a tripla leitura da letra “s” e também a tripla leitura da letra “x”.
Reparem qomo, gradualmente, a exqrita se torna menox eqívoca, maix fluida, maix qursiva, maix expontânea, maix simplex. Não, não leiam “simpléqs”, leiam simplex. O som “qs” pasa a ser exqrito “qs” u qe é muito maix qonforme à leitura natural.
No entanto, ax mudansax na ortografia podem ainda ir maix longe, melhorar qonsideravelmente.
Vejamox o qaso do som “j”. Umax vezex excrevemox exte som qom “j” outrax vezex qom “g”. Para qê qomplicar?!?
Se uzarmox sempre o “j” para o som “j” não presizamox do “u” a segir à letra “g” poix exta terá, sempre, o som “g” e nunqa o som “j”. Serto? Maix uma letra muda qe eliminamox.
É impresionante a quantidade de ambivalênsiax e de letras inuteix qe a língua portugesa tem! Uma língua qe tem pretensõex a ser a qinta língua maix falada do planeta, qomo pode impôr-se qom tantax qompliqasõex? Qomo pode expalhar-se pelo mundo, qomo póde tornar-se realmente impurtante se não aqompanha a evolusão natural da oralidade?
Outro problema é o dox asentox. Ox asentox só qompliqam!
Se qada vogal tiver sempre o mexmo som, ox asentox tornam-se dexnesesáriox.
A qextão a qoloqar é: á alternativa? Se não ouver alternativa, pasiênsia.
É o qazo da letra “a”. Umax vezex lê-se “á”, aberto, outrax vezex lê-se “â”, fexado. Nada a fazer.
Max, em outrox qazos, á alternativax.
Vejamox o “o”: umax vezex lê-se “ó”, outrax vezex lê-se “u” e outrax, ainda, lê-se “ô”. Seria tão maix fásil se aqabásemox qom isso! Para qe é qe temux o “u”? Para u uzar, não? Se u som “u” pasar a ser sempre reprezentado pela letra “u” fiqa tudo tão maix fásil! Pur seu lado, u “o” pasa a suar sempre “ó”, tornandu até dexnesesáriu u asentu.
Já nu qazu da letra “e”, também pudemux fazer alguma qoiza: quandu soa “é”, abertu, pudemux usar u “e”. U mexmu para u som “ê”. Max quandu u “e” se lê “i”, deverá ser subxtituídu pelu “i”. I naqelex qazux em qe u “e” se lê “â” deve ser subxtituidu pelu “a”. Sempre. Simplex i sem qompliqasõex.
Pudemux ainda melhurar maix alguma qoiza: eliminamux u “til” subxtituindu, nus ditongux, “ão” pur “aum”, “ães” – ou melhor “ãix” - pur “ainx” i “õix” pur “oinx”. Ixtu até satixfax aqeles xatux purixtax da língua qe goxtaum tantu de arqaíxmux.
Pensu qe ainda puderiamux prupor maix algumax melhuriax max parese-me qe exte breve ezersísiu já e sufisiente para todux perseberem qomu a simplifiqasaum i a aprosimasaum da ortografia à oralidade so pode trazer vantajainx qompetitivax para a língua purtugeza i para a sua aixpansaum nu mundu.
Será qe algum dia xegaremux a exta perfaisaum?

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