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segunda-feira, 26 de março de 2012

                          FUTEBOL 
             A SELECÇÃO QUE PREFERIU A MORTE 
                À DESONRA E À SUBSERVIÊNCIA 

DÍNAMO DE KIEV, UMA HISTÓRIA DE GRANDEZA E DIGNIDADE, PARA QUE A MEMÓRIA O NÃO ESQUEÇA O QUE FOI O NAZI-FASCISMO

Uma história muito oportuna, cujo texto me foi enviado por um amigo e onde a realidade supera a ficção! 

Na Ucrânia, os jogadores do FC Start, nome clandestino do Dínamo de Kiev, são hoje heróis da pátria e o seu exemplo de coragem é ensinado nos colégios. 
A história do futebol mundial inclui milhares de episódios emocionantes e comoventes, mas seguramente nenhum será tão terrível, como o protagonizado pelos jogadores do Dinamo de Kiev nos anos 40.
Os jogadores jogaram um partida sabendo que se ganhassem seriam assassinados e, no entanto, decidiram ganhar. 
Na morte deram uma lição de coragem, de vida e honra, que não encontra, pelo seu dramatismo, outro caso similar no mundo.
Para compreender a sua decisão, é necessário conhecer como chegaram a jogar aquela decisiva partida, e porque um simples encontro de futebol, representou para eles o momento crucial das suas vidas.
Tudo começou em 19 de Setembro de 1941, quando a cidade de Kiev (capital ucraniana) foi ocupada pelo exército nazi, e os homens de Hitler aplicaram um regime de castigo impiedoso e arrasando tudo.
A cidade converteu-se num inferno controlado pelos nazis.
Durante os meses que se seguiram, chegaram centenas de prisioneiros de guerra, que não tinham permissão para trabalhar, nem viver nas casas.
Assim, vagueavam pelas ruas, na mais absoluta indigência.
Entre aqueles soldados doentes e desnutridos, estava Nikolai Trusevich, que fora guarda-redes do Dínamo.
Josef Kordik, um padeiro alemão a quem os nazistas não perseguiam, precisamente pela sua origem, era um adepto fanático do Dinamo.
Um dia caminhava pela rua quando, surpreso, reparou num mendigo que de imediato reconheceu ser  um dos seus ídolos: o gigante Trusevich.
Ainda que fosse ilegal, mediante artimanhas, o comerciante alemão enganou os nazis e contratou o guarda-redes, para  trabalhador na sua padaria. O  seu desejo de ajudá-lo, foi apreciado pelo jogador, que agradeceu a possibilidade de se alimentar e dormir debaixo de um tecto.
No entanto para Kordik era emocionante,  ter feito amizade com a estrela da sua equipa.
Na convivência, as conversas sempre giravam sempre em torno do futebol e do Dínamo, até que o padeiro teve uma ideia genial: incumbiu a Trusevich a tarefa de em vez de trabalhar como ele, amassando pães, se dedicasse a procurar o resto dos seus colegas.
Não só continuaria pagando-lhe, como juntos podiam salvar os outros jogadores.
Foi assim que Trusevich, percorrendo dia e noite no que restava da cidade devastada, por entre feridos e mendigos, foi descobrindo um a um, os seus antigos colegas e amigos do dínamo.
Kordik deu trabalho a todos, esforçando-se para que ninguém descobrisse o artifício.
Trusevich encontrou também alguns rivais do campeonato russo, três jogadores da Lokomotiv  e também os resgatou.
Em poucas semanas, a padaria escondia entre os seus empregados uma equipa completa.
Reunidos e encorajados pelo seu protector, o padeiro, os jogadores não demoraram em dar o passo seguinte que era voltar a jogar.
Além de escapar aos nazis, foi uma coisa que souberam fazer muito bem.
Muitos deles tinham perdido as suas famílias às mãos do exército de Hitler, e o futebol era o último vestígio das suas vidas anteriores.
Como o dínamo estava banido e proibido, tiveram de dar um novo nome á equipa. Assim nasceu o FC Start, que através de contactos alemães começou a desafiar a equipas de soldados inimigos e selecções formadas no III Reich.
Em 7 de Junho de 1942, jogaram a sua primeira partida.
Apesar de estarem famintos e cansados por terem trabalhado toda a noite, venceram por 7 a 2.
O seu rival seguinte foi a equipa de uma guarnição húngara, ganharam de 6 a 2.
Depois meteram 11 golos a uma equipa romena.
A coisa ficou séria, quando em 17 de Julho enfrentaram uma equipa do exército alemão e golearam por 6 a 2.
Muitos nazis começaram a ficar incomodados pela crescente fama do grupo de empregados da padaria e buscaram uma equipa melhor para lhes ganhar.
Trouxeram da Hungria o MSG com a missão de derrotá-los, mas o FC Start goleou mais uma vez por 5 a 1 e mais tarde ganhou 3 a 2, na desforra.
Em 6 de Agosto, convencidos da sua superioridade, os alemães prepararam uma equipa com membros da Luftwaffe, o Flakelf, que era uma grande equipa, utilizado como instrumento de propaganda de Hitler.
Os nazis resolveram ir buscar o melhor adversário possível, para derrotar o FC Start, que já gozava de enorme popularidade entre o sofrido povo refém dos nazis.
A surpresa foi grande, porque apesar da violência e falta de desportivismo dos alemães, o Start venceu por 5 a 1.
Depois desta escandalosa derrota da equipa de Hitler, os alemães descobriram o esquema do padeiro.
Assim, de Berlim chegou uma ordem de acabar com todos eles, inclusive com o padeiro, mas os hierarcas nazis locais, não se contentaram com isso. Não queriam que a última imagem dos russos fosse uma vitória, porque acreditavam que se fossem simplesmente assassinados, não fariam nada mais que perpetuar a derrota alemã.
Como se sabe a superioridade da raça ariana, em particular no desporto, era uma obsessão para Hitler e para os altos comandos, razão pela qual, antes de os fuzilar, acharam que teriam de derrotar a equipa num jogo.
Num clima  de tremenda pressão e ameaças, anunciou-se o jogo de desforra para 9 de Agosto, no estádio Zenit, completamente esgotado.
Antes do jogo, um oficial da SS entrou no vestiário e disse aos russos: -"Vou ser o juiz do jogo, respeitem as regras e saúdem com o braço levantado", exigindo que eles fizessem a saudação nazi.
Já no campo, os jogadores do Start de camisa vermelha e calção branco, levantaram o braço, mas no momento da saudação, levaram a mão ao peito e no lugar de dizer: -"Heil Hitler!", gritaram :- "Fizculthura !", uma expressão soviética que sublimava a cultura física.
Os alemães de camisa branca e calção negro, marcaram o primeiro golo, mas o Start quando chegou ao intervalo já estava a ganhar por 2 a 1.
No vestiário receberam então nova visita, de outro oficial da SS , armado e que lhes fez uma ameaça clara e concreta: "Se vocês ganharem, não sai ninguém vivo”.
Os jogadores ficaram naturalmente receosos e até propuseram-se a não voltar para o segundo tempo.
Mas a memória das suas famílias, da gente sofrida que nas arquibancadas gritava desesperadamente por eles e nas barbaridades que estavam a ser cometidas, decidiram ir acabar o jogo e deram um verdadeiro baile aos nazis.
No final da partida, quando já ganhavam por 5 a 3, o atacante Klimenko ficou cara a cara com o guarda-redes alemão. Deu-lhe um drible, deixando o coitado estatelado no chão e ao ficar em frente à baliza, quando todos esperavam o golo, deu meia volta e chutou a bola para o centro do campo.
Foi um gesto de desprezo, de patriotismo, de orgulho e de superioridade moral.
O estádio veio abaixo com aplausos!!!.
Como toda Kiev conheceria a façanha, os nazis deixaram que saíssem do campo como se nada tivesse acontecido. Inclusivamente deixaram o Start jogar dias depois onde goleou o Rukh por 8 a 0.
O final já estava traçado: depois desta última partida, a Gestapo visitou a padaria.
O primeiro a morrer torturado em frente a todos os outros foi Kordik, o padeiro.
Os restantes foram presos e enviados para campos de concentração de Siretz.
Ali mataram Kuzmenko, Klimenko e o Trusevich, tendo este ultimo morrido, vestido com a camiseta do FC Start. Goncharenko e Sviridovsky, que por sorte não estavam na padaria naquele dia, foram os únicos que sobreviveram, escondidos, até a libertação de Kiev em Novembro de 1943.
Toda a restante equipa foi torturada até a morte.
Em memória desse feito heróico, ainda hoje os assistentes daquele jogo, que ainda possuam os bilhetes de entrada naquela partida, têm direito a um assento gratuito no estádio do dínamo de Kiev.
Nas escadarias do clube, conserva-se actualmente um monumento que saúda e recorda aqueles heróis do FC Start, os indomáveis prisioneiros de guerra do Exército Vermelho, que ninguém conseguiu derrotar durante uma dezena de históricas partidas, entre 1941 e 1942.
Há como recordação, uma fotografia que para os torcedores do dínamo, vale por todas as jóias do Kremlin.
Nela figuram esses heróis, com o nome de todos os jogadores.















Goncharenko e Sviridovsky, que foram os únicos sobreviventes, fotografados mais tarde, junto ao monumento que no estádio do Zenit recorda os seus antigos companheiros e que tem uma placa diz:
"AOS JOGADORES QUE MORRERAM DE CABEÇA ERGUIDA, ANTE O INVASOR NAZI”



NA UCRÂNIA, OS JOGADORES DO FC START, SÃO HOJE HERÓIS DA PÁTRIA E DADOS COMO EXEMPLO DE CORAGEM, AOS ALUNOS DAS ESCOLAS.

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