CAMARADAS, AMIGOS
OU SIMPLES LEITORES OCASIONAIS
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Acabo de ler o último texto escrito por Fidel Castro, que costuma designar por “Reflexões”.
Nunca como desta vez, nos deixou ficar tão preocupado.
Acabo de ler o último texto escrito por Fidel Castro, que costuma designar por “Reflexões”.
Nunca como desta vez, nos deixou ficar tão preocupado.
A crise que avassala o mundo, a questão da impagável dívida
americana, o artifício a que recorrentemente a banca americana se socorre de
imprimir os dólares que necessita, para que a elite dominante judaico-americana
viver e explorar à tripa forra, a restante população mundial.
A ameaça que pesa sobre todas as nações do mundo, em
resultado da capacidade militar dos Estados Unidos.
Os países seus mais próximos aliados, subjugados pela ânsia de os acompanharem na exploração dos povos, estão a ultrapassar o nível do escândalo político, para entrar na área de constituir um perigo eminente para a humanidade.
Os países seus mais próximos aliados, subjugados pela ânsia de os acompanharem na exploração dos povos, estão a ultrapassar o nível do escândalo político, para entrar na área de constituir um perigo eminente para a humanidade.
Recordamos com profunda preocupação, a notícia que ontem foi
difundida pelas Agências Noticiosas, que a Alemanha ia fornecer submarinos com
capacidade de adaptação nuclear, a Israel.
A esta tenebrosa notícia foi dado muito pouco relevo, o que por
si só demonstra o perigo latente em que se encontra a humanidade, sabendo nós
que Israel é uma potência nuclear.
Esse estatuto foi alcançado secretamente e nas barbas das
inspecções internacionais, desenvolvendo as suas investigações e experiências
laboratoriais em caves camufladas, iludindo e deixando que os inspectores
internacionais vissem tudo quanto quisessem, nos andares superiores.
Mais uma vez, como complemento desta premonitória reflexão
de Fidel de Castro, enquadrando-a naquilo que no fundo está na base do conflito,
que é a luta das classes, já com carácter global, recomendava que lessem o
documento que assinalo na base do cabeçalho deste Blogue onde diz: ”PREVISÃO CAPITALISTA:
2/10 DA POPULAÇÃO SATISFAZEM TODAS AS NECESSIDADES “ clicando no link que lá se
encontra ou então AQUI
Após este preâmbulo que considerei importante e complementar,
leiam com muita atenção o texto de Fidel Castro e espero que depois disso
fiquemos todos mais despertos, se possível, para o que se está a passar no domínio da
correlação de forças e na desinformação da comunicação social, que grassa desenfreada.
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REFLEXÕES DO COMPANHEIRO FIDEL
21 DE MARÇO DE 2012
OS CAMINHOS QUE CONDUZEM AO DESASTRE
Esta Reflexão poderá ser escrita hoje, amanhã ou qualquer outro dia sem risco de enganar-se. Nossa espécie encara novos problemas. Quando expressei há 20 anos na Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, no Rio de Janeiro, que uma espécie estava em perigo de extinção, tinha menos razões do que hoje para advertir sobre um perigo que via talvez à distância de 100 anos. Então uns poucos líderes dos países mais poderosos conduziam o mundo. Aplaudiram por mera cortesia minhas palavras e continuaram placidamente cavando a sepultura da nossa espécie.
Parecia que em nosso planeta reinava o sentido comum e a ordem. Havia tempo que o desenvolvimento económico apoiado pela tecnologia e pela ciência assemelhava ser a Alfa e Ómega da sociedade humana.
Agora tudo está muito mais claro. Verdades profundas foram se abrindo passo. Quase 200 Estados, supostamente independentes, constituem a organização política à que em teoria corresponde reger os destinos do mundo.
Por volta de 25 mil armas nucleares nas mãos de forças aliadas ou antagónicas dispostas a defender a ordem mutante, por interesse ou por necessidade, reduzem virtualmente a zero os direitos de milhares de milhões de pessoas.
Não cometerei a ingenuidade de colocar na Rússia ou na China, a responsabilidade pelo desenvolvimento desse tipo de armas, depois da monstruosa chacina de Hiroshima e Nagasaki, ordenada por Truman, após a morte de Roosevelt.
Também não cairia no erro de negar o holocausto que significou a morte de milhões de crianças e adultos, homens ou mulheres, principalmente judeus, ciganos, russos ou de outras nacionalidades, que foram vítimas do nazismo. Por isso repugna a política infame dos que negam ao povo palestino seu direito a existir.
Acaso alguém pensa que os Estados Unidos serão capazes de agir com a independência que os preservem do desastre inevitável que lhes espera?
Em poucas semanas os 40 milhões de dólares que o presidente Obama prometeu arrecadar para sua campanha eleitoral só servirão para demonstrar que a moeda de seu país está muito desvalorizada e que os Estados Unidos, com sua insólita e crescente dívida pública que se aproxima dos 20 mil milhões de milhões de dólares, vive do dinheiro que imprime e não do que produz. O resto do mundo paga o que eles esbanjam.
Tampouco ninguém acredita que o candidato democrata seja melhor ou pior que seus adversários republicanos: chame-se Mitt Romney ou Rick Santorum. Anos-luz separam os três de personagens tão relevantes como Abraham Lincoln ou Martin Luther King. É realmente inusitado observar uma nação tão poderosa tecnologicamente e um governo tão órfão de ideias e valores morais ao mesmo tempo.
O Irão não possui armas nucleares. É acusado de produzir urânio enriquecido que serve como combustível energético ou componentes de uso médico. Quer queira quer não, sua posse ou produção não é equivalente à produção de armas nucleares. Dezenas de países utilizam o urânio enriquecido como fonte de energia, mas este não pode ser empregue no fabrico de uma arma nuclear sem um processo prévio e complexo de purificação.
Contudo, Israel, que com a ajuda e a cooperação dos Estados Unidos fabricou o armamento nuclear sem informar nem prestar contas a ninguém, hoje sem reconhecer a posse dessas armas, dispõe de centenas delas. Para impedir o desenvolvimento das investigações em países árabes vizinhos atacou e destruiu os reactores do Iraque e da Síria. Tem declarado por sua vez o propósito de atacar e destruir os centros de produção de combustível nuclear do Irão.
Em torno a esse tema crucial tem estado girando a política internacional nessa complexa e perigosa região do mundo, onde se produz e fornece a maior parte do combustível que movimenta a economia mundial.
A eliminação selectiva dos cientistas mais eminentes do Irão, por parte de Israel e seus aliados da NATO, tornou-se numa prática que incentiva os ódios e os sentimentos de vingança.
O governo de Israel tem declarado abertamente seu propósito de atacar a planta produtora de urânio enriquecido no Irão, e o governo dos Estados Unidos tem investido centenas de milhões de dólares na fabricação de uma bomba com esse propósito.
Em 16 de Março de 2012 Michel Chossudovsky e Finian Cunningham publicaram um artigo revelando que “Um importante general da Força Aérea dos E.U.A. tem descrito a maior bomba convencional –a arrebenta-refúgios de 13,6 toneladas– como ‘grandiosa’ para um ataque militar contra o Irão.
“Um comentário tão loquaz sobre um maciço engenho assassino acontece numa mesma semana em que o presidente Barack Obama se apresentou para advertir contra a ‘fala à ligeira’ sobre uma guerra no Golfo Pérsico.”
“…Herbert Carlisle, vice-chefe do Estado-maior para operações da Força Aérea dos E.U.A. […] acrescentou que provavelmente a bomba seria utilizada em qualquer ataque contra o Irão ordenado por Washington.
“O MOP, ao que também se referem como ‘A mãe de todas as bombas’, está fabricado para perfurar através de 60 metros de betão armado antes de detonar sua bomba maciça. Julga-se que é a maior arma convencional, não nuclear, no paiol estadunidense.”
“O Pentágono planifica um processo de ampla destruição da infra-estrutura do Irão e inúmeras vítimas civis mediante o uso combinado de bombas nucleares tácticas e monstruosas bombas convencionais com nuvens em forma de fungo, incluídas a MOAB e a maior GBU-57A/B ou Massive Ordenance Penetrator (MOP), que excede à MOAB em capacidade destruidora.
“A MOP é descrita como ‘uma poderosa nova bomba que aponta directamente às instalações nucleares subterrâneas do Irão e da Coreia do Norte. A imensa bomba – mais comprida que 11 pessoas colocadas ombro com ombro, ou mais de 6 metros desde a base até a ponta’.”
Peço ao leitor que me desculpe por esta linguagem emaranhada da gíria militar.
Como se pode constatar, tais cálculos partem do suposto que os combatentes iranianos, que abrangem milhões de homens e mulheres conhecidos por seu fervor religioso e suas tradições de luta, render-se-ão sem disparar um tiro.
Em dias recentes os iranianos têm visto como os soldados dos Estados Unidos que ocupam Afeganistão, em apenas três semanas, urinaram sobre os cadáveres de afegãos assassinados, queimaram os livros do Alcorão e assassinaram a mais de 15 cidadãos indefesos.
Imaginemos às forças dos Estados Unidos lançando monstruosas bombas sobre instituições industriais capazes de penetrar 60 metros de betão armado. Jamais semelhante aventura fora concebida.
Não é preciso mais uma palavra para compreender a gravidade de semelhante política. Por essa via nossa espécie será conduzida inexoravelmente rumo ao desastre. Se não aprendemos a compreender, não aprenderemos jamais a sobreviver.
Por minha parte, não albergo a menor dúvida de que os Estados Unidos estão a ponto de cometer e conduzir o mundo ao maior erro de sua história.
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