UM EXAGERO? UMA JAPONESISSE?
QUE ENCHE O OLHO E
INTIMIDA O OUVIDO
UMA NOVA ESPÉCIE DE NOVO RIQUISMO ARTÍSTICO/MUSICAL???
Certamente que quando Beethoven imaginou o quarto movimento
da sua Nona Sinfonia, independentemente da grandiosidade que toda a sua criatividade demonstra,
jamais imaginaria que seria possível, um dia, mais de 1.000 pessoas entre músicos e cantores,
interpretarem conjuntamente esta sua composição.
Penso, talvez erradamente, que este número de intérpretes,
independentemente da sua elevadíssima qualidade é uma dimensão tal, que para
o seu autor, isso teria talvez do ponto de vista sonoro, um efeito contrário, considerando porventura , um proibitivo exibicionismo.
Por outro lado, em abono da verdade, pensamos que por de trás desta exótica ostentação, estará
eventualmente a intenção de tornar essa grandiosidade, simbolicamente paralela, à grandiosidade do projecto europeu.
Estranhamente o poema de Schiller, que serviu de
inspiração a Beethoven, não é parte integrante desta peça musical, que foi oficialmente adoptada em 1972 pelo
Conselho da Europa e posteriormente pela União Europeia, como hino da União Europeia.
Acontece que Beethoven resiste a tudo, até a coisas destas.
Embora reconhecendo que talvez nunca tivesse passado pela cabeça do compositor, um
espectáculo com esta dimensão, ele resulta de uma forma tão brilhante e musicalmente tão
emocionante que se torna um espectáculo esmagador.
Qualquer interpretação do genial Herbert von Karajan que foi o maestro,
encarregado do arranjo oficial para o hino, e da sua Filarmónica de
Berlim, fica a léguas de distância, desta espectacular versão.
Depois de ver este vídeo, e poder comparar
esta peça com a interpretação da orquestra Filarmónica de Berlim, dirigida pelo seu maestro, Herbert von Karajan, que era seu
maestro residente e poder ajuizar se a nossa opinião tem fundamento, pode CLICAR AQUI.
COMO ACIMA REFERI, EMBORA O HINO DA UNIÃO EUROPEIA NÃO INCLUA O TEXTO DE FRIEDRICH SCHILLER, JULGO TER INTERESSE A SUA REPRODUÇÃO, NÃO SÓ PELA FORÇA, SIGNIFICADO POÉTICO, COMO TAMBÉM PELAS SUAS REFERÊNCIAS REVOLUCIONÁRIAS.
POR FELIZ COINCIDÊNCIA ENCONTRÁMOS OUTRA VERSÃO DA
FILARMÓNICA DE BERLIM, TAMBÉM DIRIGIDA POR VON KARAJAN, ONDE ALGUMA ESTROFES
ESTÃO LEGENDADAS EM INGLÊS, PELO QUE ACHÁMOS INTERESSANTE REPRODUZIR A SEGUIR AO VÍDEO, A VERSÃO PORTUGUESA DA “ODE À ALEGRIA” DE FRIEDRICH VON SCHLLER , TRADUZIDA DO ORIGINAL, TAL COMO É CANTADA
NO 4º MOVIMENTO DA 9ª SINFONIA DE BEETHOVEN.
(Barítono)
Oh amigos, mudemos de tom!
Entoemos algo mais agradável
E cheio de alegria!
(Barítonos, quarteto e coro)
Alegria, mais belo fulgor
divino,
Filha de Elíseo,
Ébrios de fogo entramos
Em teu santuário celeste!
Teus encantos unem novamente
O que o rigor da moda separou.
Todos os homens se irmanam
Onde pairar teu voo suave.
A quem a boa sorte tenha
favorecido
De ser amigo de um amigo,
Quem já conquistou uma doce
companheira
Rejubile-se connosco!
Sim, também aquele que apenas
uma alma,
possa chamar de sua sobre a
Terra.
Mas quem nunca o tenha podido
Livre de seu pranto esta
Aliança!
Alegria bebem todos os seres
No seio da Natureza:
Todos os bons, todos os maus,
Seguem seu rastro de rosas.
Ela nos dá beijos e as vinhas
Um amigo provado até a morte;
A volúpia foi concedida ao
verme
E o Querubim está diante de
Deus!
(Tenor solo e coro)
Alegres, como voam seus sóis
Através da esplêndida abóbada
celeste
Sigam irmãos sua rota
Gozosos como o herói para a
vitória.
(Coro)
Abracem-se milhões de seres!
Enviem este beijo para todo o
mundo!
Irmãos! Sobre a abóbada
estrelada
Deve morar o Pai Amado.
Vos prosternais, Multidões?
Mundo, pressentes ao Criador?
Buscais além da abóbada
estrelada!
Sobre as estrelas Ele deve
morar.
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