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segunda-feira, 29 de outubro de 2012


COMO É POSSÍVEL???
VERDADES QUE INFELIZMENTE PRECISAM SER DITAS!!!    

"Muitos Governos não perceberam que perderam soberania há muito tempo"

Este é o título de uma outra notícia que acabo de ler, de uma gravidade apavorante, se tivermos em conta que deixamos de ter mão no nosso destino e vendemos toda a nossa história a patacos.
Até percebo que quem está fora deste país, não tenha a mínima sensibilidade para falar de Portugal desta maneira.
O que me custa, são as instituições nacionais, os partidos políticos que têm governado este país, os intelectuais e a comunicação social, cada um na sua área e com diferentes graus de responsabilidade, tenham permitido deixar chegar a situação a este ponto.
Digam o que disserem, como forma de calar consciências, não foi por falta de informação, que os problemas se agudizaram.
Bem se bateu o Partido Comunista Português, os seus economistas, os seus técnicos, os seus intelectuais e os seus militantes de uma forma geral, para alertar as populações para o descalabro que se adivinhava.
Os interesses que desenharam o 25 de Novembro e nomeadamente Mário Soares e a camarilha que mobilizou para conduzir os destinos deste país, serão historicamente responsabilizados pela tragédia que se está a abater sobre o povo português.
Utilizou um partido, que por se chamar socialista, tornava apelativo toda a energia social de um povo, acabado de sair do fascismo, cauterizado por um propaganda anticomunista cavernícola durante mais de 40 anos.
A utilização da comunicação social e nomeadamente da televisão, foi uma ajuda proficiente, para camuflar a realidade e manter a ilusão que quem mandava estava interessado principalmente a defender o interesse das populações, única forma de iludir, manter e potenciar os interesse económicos e financeiros dos banqueiros, dos grandes empresários, das elites políticas, entretanto arrebanhadas para fuçarem nas regalias dos horizontes de abastança, que a nova situação lhes propiciava.   
À Igreja Católica também é bom que se diga, quer pelos silêncios, quer pela influência directa nos seus comungantes, também lhe cabe muita da responsabilidade do que está a acontecer.
As excepções não passam exactamente disso, pois no nosso ponto de vista se a sua dimensão se tornasse significativa, teríamos contra eles a sanha que dizimou os Cátaros, cujas qualidades bizarras de obrigatoriamente, levarem vidas muito simples e castas, combaterem a corrupção, evitarem qualquer forma de violência e estarem proibidos de possuir qualquer bem material, dedicando-se a auxiliar os doentes e desprotegidos, estão na base pelas quais foram considerados perigosos hereges pela Igreja Católica.
Quantas vezes nos interrogamos, por que razão essa Igreja hierarquizada por S.Paulo, sempre enfatizou o paternalismo sobre as classes sociais inferiores e subservientes.
Caprichos dos dias de hoje, há quem inocentemente, queira ver nas vozes dos bispos D.Januários Torgais Ferreiras, ou dos freis Venturas Fernandes e alguns outros, lúcidos megafones dessa Igreja,“Catárticas” sementes, que a hão-de transformar “por dentro”.
Eterna apoiante das ideologias reaccionárias, direitistas e exploradoras, sempre fez do Comunismo, nos tempos modernos, o seu principal e obcecante adversário a abater.
Temendo que os princípios da Dialéctica da Natureza, essência da filosofia do comunismo, acabassem por lhe tirar a clientela que exerce e pratica todas as regras da superstição, que sustentam os prodígios e as crenças, em que assenta a sua acção.
O temor que a solidariedade resolva os problemas da caridade, é objectivamente o horizonte em que a Igreja se sente mais fragilizada, pois a caridade, não sendo para ela um estigma como civilizadamente devia ser encarada, é na realidade a matriz da dependência, em que a dignidade se submete inconscientemente à necessidade.
E tudo isto se passa, utilizando o voto dos que votam iludidos pelas promessas e dos não votam, como se de votos favoráveis se tratassem. É assim que se mantêm no poder exactamente aqueles, que mais fazem para destruírem o direito à felicidade dos cidadãos.
Mas a dimensão da prepotência e a facilidade que a variedade de fontes de informação permite hoje em dia, são a arma que dispara lucidez e mobiliza a inércia dos que nada faziam, por não saberem o que seria possível fazer.
Toda esta nossa indignação, deriva de um texto que sintetizamos numa frase, todo o horror que Capitalismo explorador representa.
Lemos no jornal de negócios:
“Muitos governos ainda não perceberam que perderam soberania nacional há muito tempo. Porque, no passado, permitiram que a sua dívida se amontoasse, agora precisam da boa vontade dos mercados financeiros. Soa como um paradoxo, mas, no entanto, é verdade: só quando os países da Zona Euro estiverem dispostos a partilhar soberania ao nível europeu é que ganharão, eles mesmos, soberania”.

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