Este é um dos
textos mais certeiros e violentes ataques que li, feito pelo Professor Paulo de Morais, contra os deputados
do PSD e CDS.
Lastimo que não
tenha também dirigido a sua atenção para o que se passa na bancada do PS, mas a
acreditar na honestidade e frontalidade, nunca desmentida deste comentador,
analista, politólogo, o que lhe queiram chamar, não tardará certamente a debruçar-se
em pormenor sobre a responsabilidade daqueles “marmanjos”, na trágica crise que
estamos a viver.
Só me pergunto,
é como conseguiram escolher a dedo tanto trafulha, tanto cobarde, tanto trapaceiro
que só anda ao cheiro do dinheiro.
Ahhhh! Ganda
Mário Soares, ainda há quem te agradeça a democracia que temos.
Fizeste um obra
bonita!!!
Cambada de TRAIDORES!!!
Fio de Prumo
Por: Paulo Morais, Professor Universitário
Obviamente,
contra
.
A terem um pingo de vergonha, os deputados
do PSD e do CDS terão de votar contra o Orçamento de Estado de 2013 (OE 2013).
Esta é a única atitude aceitável, uma vez que se candidataram com um programa
eleitoral exactamente oposto ao confisco fiscal que Vítor Gaspar pretende
aplicar. O objectivo do ministro das Finanças é indisfarçável: tentar arrecadar
o máximo de impostos aos cidadãos e às empresas, para, por um lado, tentar
baixar o défice e, por outro, continuar a alimentar os privilégios dos
poderosos que se lambuzam com os dinheiros do estado.
São estes os protegidos de Gaspar que,
além de abocanharem os recursos públicos, são poupados a esta fúria fiscal. O
património imobiliário dos especuladores está titulado em fundos isentos de IMI
e IMT, as fundações fantasma dos milionários estão dispensadas de pagar o IMI,
IRC, imposto automóvel e de circulação. E até os rendimentos de capital são
tributados a níveis bem inferiores aos do trabalho.
Quanto ao resto, Gaspar tributa em tudo o
que mexe. O trabalho é penalizado com o aumento de IRS, o que terá como
consequência imediata o fim da classe média; Gaspar martiriza o consumo com
taxas de IVA obscenas, acarretando falências em massa, em particular na área da
restauração. O património habitacional é fustigado com o aumento do IMI,
arruinando os orçamentos familiares dos que, de forma imprevisível, vêem os
seus encargos aumentar, justamente quando os rendimentos diminuem.
Os deputados da maioria estão pois
obrigados a combater este terrorismo fiscal. Os do PSD porque, em campanha
eleitoral, recusaram liminarmente qualquer aumento de impostos. O caso dos
parlamentares centristas é ainda mais grave, porquanto recentemente o líder do
seu partido assumiu que a carga fiscal é insuportável e qualquer agravamento
seria inadmissível. Se, violando o mandato que receberam do povo, os
parlamentares centristas e social-democratas aprovarem o OE 2013,
perceber--se-á que estes cavalheiros não dispõem de vontade própria. São assim
marionetas das direcções partidárias a quem devem o mandato e, o que é mais
grave, instrumentos dos intocáveis, esses malditos poderosos que se continuarão
a alimentar dos despojos da nossa tortura fiscal.
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