Mensagem

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quinta-feira, 8 de novembro de 2012


Acabo de receber um texto hilariante, enviado por um querido amigo, que não me revela o autor.
Limita-se a dizer-me: Quem mais podia escrever isto... RAP , e uma linha a baixo ““TOMA LÁ MAIS UM DOCE”
Percebi perfeitamente que o meu amigo, queria testar a minha capacidade dedutiva, porque julga que sou primo do Sherlock Holmes, e colocou o RAP, para eu brilhar a grande altura, deduzindo sem ajuda do meu caro Watson, que se tratava de Ricardo Araújo Pereira.

Desconhecia certamente o meu amigo, a profunda admiração que dedico a este inteligente humorista, na mesma proporção que abomino Herman José, pelo uso que faz da humilhação como matéria-prima.
Este texto do Ricardo Araújo Pereira, é uma perola de humor sarcástico.
Um deleite, para amenizar os tempos conturbados que vivemos!!!

TOMEMOS ENTÃO MAIS UM DOCE
Quando, na semana passada, se soube que o ministro Miguel Relvas até teve equivalências a três cadeiras que não existiam, a notícia levantou sobretudo problemas filosóficos. Problemas políticos, mais uma vez, nem um. Mas, filosoficamente, a questão é, de facto, muito complexa, uma vez que o ministro arrisca mesmo perder o grau académico.
Ou seja, Miguel Relvas, que foi licenciado antes de o ser, pode agora deixar de o ser sem nunca o ter sido. Quem está em maus lençóis não é Relvas (como, aliás, é costume sempre que há problemas com Relvas) mas a Lusófona. Pode uma universidade tirar ao ministro algo que ele nunca teve? E se Miguel Relvas se licenciar na floresta e não estiver lá ninguém para ouvir, a licenciatura fará barulho? Porque é disso que se trata: do barulho que se pode fazer com a licenciatura.
Um curso universitário habilita pouco e tem ainda menos serventia.
Antigamente, a licenciatura servia para arranjar emprego. Hoje, é capaz de atrapalhar.
Nisso, o caso de Miguel Relvas é exemplar: mesmo não sendo licenciado, sempre conseguiu arranjar emprego, não só para si como, a fazer fé no que dizem os jornais acerca do caso Tecnoforma, também para os amigos.
A licenciatura é só para enfeitar.
Acaba por ser um escândalo que Miguel Relvas precise mesmo de se licenciar para que o tratem por doutor.
Creio que cada pessoa devia poder escolher a forma de tratamento deferente que lhe parecesse mais apropriada e aplicá-la ao ministro sem necessidade da mesquinha verificação de que ele possui realmente as habilitações que permitem esse tratamento. É o que vou passar a fazer relativamente ao almirante Miguel Relvas.
Todos os manifestantes que empunharam cartazes facetos sugerindo ao bispo Miguel Relvas que fosse estudar também devem estar a sentir-se bastante estúpidos. Os novos factos revelam que o ministro estudou não só cadeiras que existiam como cadeiras que não existiam. Normalmente, a matéria das últimas é bastante mais vasta do que a das primeiras. E a bibliografia bem mais difícil de encontrar. "Vai estudar matérias que existam, Relvas" poderia ser um cartaz mais próximo da verdade mas, mesmo no âmbito das matérias existentes, o maestro Miguel Relvas tem equivalências para exibir.
O escuteiro-chefe Miguel Relvas encontra-se agora, injustamente, numa posição ingrata. Já se sabia que tinha feito um curso com equivalências, e sabe-se agora que eram equivalências a cadeiras imaginárias. Por isso, o visconde Miguel Relvas tem com a sua licenciatura a mesma relação que Portugal tem com a dívida: talvez consiga cumprir as suas obrigações, mas precisa de mais tempo.
O melhor é reestruturar a licenciatura.
Vamos esperar que o juiz desembargador Miguel Relvas consiga chegar a um acordo com a universidade.
 
 
 

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