MORRAM AS
ACTUAIS RELAÇÕES DE PRODUÇÃO.
É com um
sentimento de grande e esperançosa serenidade, que nos congratulamos com o
extraordinário êxito da “Nossa Grande Greve Geral”.
Damos-lhe um
tratamento particular de “Nossa Grande Greve Geral”, pelo reflexo de termos
conseguido alargá-la a Espanha, Itália, Malta e Chipre, para além das manifestações
e acções de solidariedade levadas a cabo em outros 31 países europeus, segundo
ouvi dizer num noticiário televisivo.
Essa solidariedade
terá que se estender muito rapidamente, não só entre os trabalhadores europeus,
como foi o caso, mas entre os trabalhadores de todo o mundo, porque se tornou mais
urgente do que se imaginava, a necessidade de acabar com a exploração do homem
pelo homem.
De facto, há
uma ameaça a pairar sobre o mundo do trabalho de que não se fala, ou se fala muito
raramente, que se perfila no horizonte há muito tempo e à qual não se está a
dar a importância que merece.
Estamos a referimo-nos ao perigo que
representa a actual tendência de substituir a mão-de-obra humana por robôs.
Se até há
pouco tempo, o facto do elevadíssimo preço dessas máquinas constituía um travão
que defendia a existência dos postos de trabalho, hoje já assim não é, pois o
nível dos seus custos diminuiu notavelmente.
Por outro
lado as capacidades de automatismo inteligente aumentaram enormemente, havendo experiências
no campo da informática, para ligar o sistema nervoso central do ser humano a
computadores e a memórias externas, estando já em prática capacidades técnicas de
produzir robôs, que se corrigem a si próprios.
A urgência que
nos referimos, é-nos ditada tendo em vista a experiência do que aconteceu há
muito pouco tempo, com a fábrica chinesa FOXCON, acusada entre muitas outras
coisas, de causar numerosos suicídios entre os seus trabalhadores devido à
elevada pressão e exploração que exerce sobre os seus trabalhadores.
Na sequência
de uma tentativa de os obrigar a fazer horas extraordinárias, sem lhes pagar,
passaram a atrasar artificiosamente os transportes que habitualmente levavam os
trabalhadores para casa, depois do período laboral.
Os
distúrbios que se seguiram, quando os trabalhadores descobriram a astúcia, obrigou
a intervenção da polícia e a gerência resolveu fechar aquela unidade de
produção, enviando centenas de milhar de trabalhadores, para o desemprego.
No sentido
de resolver o problema que a falta dessa mão-de-obra lhe causou, a solução encontrada
pela casa mãe para continuar a fornecer os seus clientes, foi substituir os
seus trabalhadores por robôs.
Esta empresa
não é uma empresa qualquer.
Trata-se de
uma multinacional com fábricas na China, Brasil, Europa, India, Japão, Malásia,
México e fornece as principais fabricantes de computadores e telemóveis,
nomeadamente a Apple, Microsoft, Nokia, Sony, Toshiba, Acer, Cisco,
Hewlett-Packard, etc., etc.
Na sequência
dos acontecimentos que referimos e das decisões tomadas para resolver a
continuidade dos fornecimentos, já entraram nas linhas de produção dez mil
robôs designados FoxBots numa das suas unidades fabris, estando planificado
serem instalados mais 20.000, até ao final do ano, ao preço de 20.000 dólares
cada, correspondente ao encargo com o ordenado médio de um trabalhador, durante
três anos.
Ela própria
produz os robôs necessários, daí acreditarmos que a notícia de ir fabricar um
milhão de robôs para substituir os seus trabalhadores, ser perfeitamente
verosímil.
Não nos
restam dúvidas que o actual grau de desenvolvimento tecnológico, acelerou as
condições necessárias para a compreensão generalizada pelos trabalhadores, da
evidente alteração do modo de produção e consequentemente, o desenvolvimento das
novas forças produtivas, obrigando necessariamente
novas e mais justas relações de produção.
NOVAS
RELAÇÕES DE PRODUÇÃO SÃO VITAIS, NÃO SÓ PARA A SOBREVIVÊNCIA DOS TRABALHADORES,
MAS TAMBÉM DA PRÓPRIA HUMANIDADE!!!
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