«A igualdade (no Estado) pede que os pobres não tenham mais poder que os ricos, que não sejam eles os únicos soberanos, mas que o sejam todos na proporção do número existente de uns e outros. Este parece ser o meio de garantir ao Estado, eficazmente, a igualdade e a liberdade.»
Aristóteles em “Política”
No dia em que faria 90 anos, chegou-nos às mãos através da Fundação José Saramago, um texto inédito, onde na forma de ensaio político (que publicamos a seguir), José Saramago dá-nos um lição sobre democracia, que ilumina muita das interrogações que os verdadeiros democratas fazem, nestes dias conturbados de crise internacional, não só económica, mas também financeira, social e sobretudo moral e ética.
Políticos eleitos com o assento tónico nas promessas, nas
palavras, são o nosso quotidiano.
Portugal e o governo que neste momento dirige os seus
destinos, é disso um exemplo paradigmático.
Nenhum outro, mais do que este, representou tão obviamente,
tudo o que de negativo tem a actual concepção da democracia.
Eleito com falsas promessas, aproveitador da americanizada concepção
de uma exclusiva dualidade partidária com acesso ao poder, denegrindo e
potencializando, a acção do seu adversário directo, como se em nenhuma outra
visão fosse possível encontrar soluções, manipulando a comunicação social, privilegiando
quem o ajude a manter o poder, chamando ao seu serviço os correligionários com
provas de fidelidade partidária dadas, delapidando o Estado em favor dos seus
mandantes, assim se vão apoderando das riquezas produzidas por todos, em favor
de uns poucos…muito poucos!
É este retrato da situação política actual, que que de forma
magistral, profeticamente nos descreve o nosso querido camarada José Saramago,
no dia em que faria 90 anos.
QUANTA SAUDADE!!!!
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