NÃO HÁ LIMITE PARA A IMBECILIDADE
Desde o dia 4 de Dezembro passado, assaltou-nos a vontade de
o comentar por diversas vezes, um texto de João Lemos Esteves publicado no
semanário “Expresso”, encimado por esta enorme fotografia do autor,
cuja leitura
para entender este texto, recomendamos como necessária.
Antes de continuar, pode
e deve ler AQUI.
Com a finalidade de o comentar posteriormente, tínhamos
colocado o link no ambiente de trabalho do nosso computador, mas de cada vez
que o íamos fazer, a sua releitura causava-nos um sentimento de repugnância
tal, que nos levava a desistir e deixar para uma ocasião mais propícia, em que o
sentimento de chocante nojo que essa leitura nos causava, não influenciasse demasiado
o nosso comentário.
Temos inumeráveis, para não dizer constantes, exemplos de
anticomunismo cavernícola, que nos passam ao lado e não nos suscitam qualquer
sentimento de amargura, ou sequer de desconforto, de tal modo a eles estamos
habituados.
Neste caso, bem sabemos que os meios de comunicação social,
de uma maneira geral, espelham a voz do dono. Mas este texto excedeu “tudo o
que a antiga musa canta”, por várias ordens de razão.
A primeira, foi o equívoco título “O PCP veste Prada e...Gucci!
Não! Não era mexeriquice sobre uma qualquer laboriosa Lili
Caneças ou a jardineiral Cinha que estavam em causa. O quiproquó, era mesmo com
o Partido Comunista Português. Certamente por debilidade mental nossa, não
entendemos o simbolismo daquele ornamentado título, ou proloquial alegoria.
A segunda razão, foi o enorme retrato que encimava o artigo e que reproduzimo acima, cuja dimensão e falta de fotogenia, não é usual naquela publicação. O que nos despertou
a curiosidade foi o rosto de um jovem, com uma enorme cara de parvo, olhar de
“carneiro mal morto” e sorriso melífluo.
A terceira, foi o texto propriamente dito. Normalmente teria
desistido de prosseguir a leitura, não fora ser atraído pela curiosidade de ver
até que ponto ia a total demonstração de ignorância demonstrada pelo autor.
A
realidade que estava perante os nossos olhos, levantava uma questão pertinente:
a que propósito o “Expresso” aceitava a colaboração daquele escriba, cuja ignorância
demonstrada, tinha um coeficiente negativo de adjectivos que a pudessem classificar.
A quarta, dizia respeito ao reflexo que em nós teve a pobreza e gritante a falta de cultura, a estúpida e facciosa a
argumentação, em consequência da qual, contrariamente ao que seria de esperar, induziu em nós um enorme sentimento de piedade.
Demos por nós a sentir imensa compaixão pelo jovem, já que certamente reflectia
as ideias e conceitos que cultivava no circuito político que frequentava e lhe permitia
fazer alegremente, tão lastimável figura.
A quinta, foi igualmente o sentimento de comiseração pelos
caminhos que a nossa democracia está a percorrer, que permite construir a
desesperança no futuro de alguma dessa juventude, vítima de um sistema político
de arrivistas, escalonados exclusivamente na massa de ignorantes, ingénuos e
oportunistas e se transforma na maternidade dos que sustentam o poder dos
déspotas, dos prepotentes, dos canalhas, dos manipuladores, dos bajuladores.
A sexta, foi recomendar a este mentecapto, que lesse o textode Filipe Diniz, de 18 de Outubro passado, publicado no jornal “Avante” com otítulo “O CT Vitória no Lisboa Open House”, assumindo a necessidade
irresistível de lhe enviar esse e este texto, com a intenção, de praticar uma
obra de caridade, na linha dos émulos de Isabel Jonet, onde a solidariedade,
porque horizontal, não encaixa na mentalidade dos que olham de cima para baixo,
os humildes como nós, simples e pobres mortais.
A sétima, era
informar o referido articulista, que a Sede do Partido Comunista Português, não
é na Avenida da Liberdade, mas na Rua Soeiro Pereira Gomes, ali para os lados
da Rua da Beneficência, num belo edifício, comprado tal como o Centro de Trabalho
Vitória, através de duras campanhas de fundos, sem outra origem que não fosse,
a do trabalho e sacrifício dos seus militantes e simpatizantes.
A oitava, é a necessidade de lhe explicar que os funcionários autarcas e militantes
do PCP, obedecem todos a uma regra sem excepção, que determina que nenhum militante
“em nome ou ao serviço do Partido possa beneficiar ou ser prejudicado por esse motivo”,
o que determina por exemplo que os deputados entreguem ao Partido, tudo o que
vai para além do seu ordenado de funcionário, ou seja, perto dos 900 €. Exemplo
disso é o próprio secretário-geral Jerónimo de Sousa, ganhar pouco mais de 800
€ e a título de curiosidade, o nosso querido e saudoso camarada Alvaro Cunhal,
ganhar no seu tempo 3.300 escudos, equivalente ao ordenado mínimo, tal como
todos os funcionários desse tempo. Posto isto gostaria de questionar ao
energúmeno ignorante escrevinhador, se em caso de necessidade a Prada e a Gucci,
estariam pelos ajustes de fazerem um belo de um desconto, proporcional a estes
vencimentos.
A nona, era recomendar-lhe que se um dia, não tiver dinheiro
para pagar a mensalidade da “Spot Tv”, por já não conseguir vender a alma ao
diabo, ou não conseguir arranjar outro tipo de trabalho que seja mais decente
que andar a lambuzar o rabo dos seus chefes, vá descansado, ver o futebol na TV do Centro de Trabalho Victória, porque já deixamos de comer criancinhas ao pequeno-almoço,
e com a sua infantilidade, já está portanto fora de causa, correr qualquer risco.
Como vê, já estamos a evoluir ….alguma coisa!!!!
A décima questão, tem a ver com a abordagem que faz, sobre a
idade do PCP. Bem sei que a quantidade de jovens que militam nas suas fileiras
e que defendem com “unhas e dentes” os seus generosos e nobres ideais, podem
fazer confundir novos-ricos das juventudes políticas que se servem de porta de
entrada para o mundo de exploração, que tem no PSD e no CDS a sua expressão
concreta, podem fazer parecer o PCP mais jovem do que na realidade é. Mas de
facto a luta do Partido Comunista Português por uma sociedade mais igualitária
e sem dar hipótese á exploração do homem pelo homem, já conta mais de 91 anos
feitos em Março passado.
Por fim, lembrar que Estaline era um dirigente soviético,
que a História colocará no lugar que merece, tal como em relação à religião os
Bórgias e outros papas sanguinários, ou a Sagrada Inquisição, tem a sua “dignidade”
histórica bem documentada e não é por isso que a multidão de católicos que
enxameiam o mundo, perdem a sua fé, ou culpabilizam o cristianismo.
O que neste particular não se pode escamotear, foi a sua
poderosa influência para derrotar o fascismo, coisa que se calhar desagrada
profundamente e decisivamente ao ilustríssimo provocador desta minha humilde
prosa, bem como o respeito que a todos deveriam merecer os 25 milhões de
soviéticos mortos, sendo que muitos desses milhões em condições atrozes, semelhantes
ou piores do que as celebradas vítimas judias do holocausto, facto que se possível
lhe agradaria ver repetido agora, com os comunistas portugueses.
Sem comentários:
Enviar um comentário