O ESCANDALO NÃO PÁRA
Mais um vídeo onde José Gomes Ferreira denuncia as falcatruas que se vão fazendo á sombra dos (des)governos e sobretudo de um Presidente da Republica, cuja principal preocupação parece ser o rigor com que faz o nó da gravata.
Sendo técnico especializado em matéria de economia, esperava-se
da sua parte outra lucidez e outro comportamento bem diferente.
Já há muito que classificamos o padrão da classe governante,
muito semelhante, para não dizer gémeo, do regime monárquico absolutista.
Reservo-me por agora, de esmiuçar todas as semelhanças. Mas
de uma forma global a ideia base é a seguinte: no Absolutismo o rei fazia o que
queria, alimentando uma nobreza parasita, que tudo suportava para não perder os
privilégios.
No Sistema Capitalista e nomeadamente no regime neoliberal,
sua majestade o dinheiro, substituí o poder do rei, funcionando de forma mais
difusa mas não menos selectiva, em relação aos poderes dos que controlam a sua posse e
determinam os seus níveis de circulação.
São esses donos e senhores do produto do nosso trabalho, que
determinam o direito dos cidadãos á felicidade e até por vezes à sobrevivência, que têm o exclusivo de organizar a sociedade da forma
que melhor serve os seus interesses particulares e os seus vícios privados.
O direito de nascer torna-se selectivo, na medida em que o
futuro de cada um, não é proporcional às suas capacidades e às suas
necessidades, mas pelas regras vigentes neste tipo de sociedade, de acordo com
a classe a que pertence.
Subverte-se a ordem natural das coisas e o êxito dos que
sejam particularmente vocacionados para determinadas tarefas, só se concretiza, desde
que o seu sucesso não colida com a ordem natural estabelecida pelas regras da
classe dirigente, sempre escolhida entre a elite que serve o dinheiro, ou se
serve dele.
O que era o direito divino do rei, é hoje o direito divino da
hierarquia que controla a origem e as regras de utilização do dinheiro.
O que foi a evolução para o despotismo esclarecido, é hoje o
artifício das bancadas parlamentares ao serviço do capital, arrotando
democracia, apoiados numa comunicação social subvertida pela “Voz do Dono”.
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