Mensagem

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segunda-feira, 5 de agosto de 2013


        COISAS DE MERCENÁRIOS      
Temos o António Barreto atravessado na garganta, desde os tempos da Reforma Agrária.
Não somos pessoa de ódios, mas se a Natureza transformasse a “natureza” das coisas, o que sentimos por António Barreto, talvez se transformasse em ódio, pelo mal que fez ao país, quando destruiu o sonho que nasceu com a Reforma Agrária.
 Aqueles homens e mulheres que fizeram do Alentejo a terra dos nossos sonhos, onde vimos nascer a sociedade que toda a vida tínhamos ambicionado, a sociedade da solidariedade, da união, da busca da felicidade para todos, onde tudo se dividia com alegria e trabalho, onde todos se sentiam irmanados nos projectos e nas realizações.
Não tem perdão António Barreto, que no altar do dinheiro, disparou a desgraça por todo um povo, mesmo aquele que por ignorância, não se apercebeu como estava a ser condenado.
José Goulão escreveu um pequeno texto, que nos tocou profundamente.
Fala deste Barreto e de José Manuel Júdice, um cavernícola fascista, que na arrogância do seu “pequeno poder”, fala de tudo e de nada, sem perceber que o mundo futuro nada tem a ver com ele e muito menos  com a forma como pensa, os valores que cultiva e os ódios que vomita.
É esse texto que reproduzimos a seguir e que nos encheu a alma, pela clarividência da análise e valorização no essencial, de uma apreciação de alguns aspectos da actual situação política.


ILUMINADOS PRÉ-FASCISTAS
Por José Goulão
Cada país tem os seus, eles multiplicam-se como cogumelos venenosos, mas em Portugal há muito que estes dois vêm marcando o seu território. Convergiram agora verbalmente, chamando para eles a atenção do foco de luz aceso em Belém em busca do homem providencial capaz de aplicar uma solução para a crise.
 São homens providenciais como devem ser, zurzem nos partidos existentes ou a existir, louvam soluções messiânicas, abrem trilhos com as suas mensagens ao encontro do populismo nacionalista saudoso, órfão e à deriva. Olham-se ao espelho como democratas no patamar supremo ungidos pela sabedoria do poder, que pretendem ostentar como o poder da sabedoria, e não passam de banais, mas perigosos, pré-fascistas.
“É preciso um golpe de Estado, acabar com estes partidos”, descobrir um “presidencialismo” gerado no PSD ou no PS que dê “sossego aos conservadores” e “sonho” a alguns “que desejem a mudança”, proclama José Miguel Júdice. Todo um programa de união nacional inspirado em recente discurso de Belém, talhado para quem já está, mas talvez para ele próprio, ou... outro.
“Os partidos são os culpados da bancarrota”, assegura António Barreto, que de sociólogo oficial do regime passou a sociólogo oficial da fundação de um magnata das grandes superfícies que paga impostos no estrangeiro, o que vem a dar no mesmo. Barreto pode ser o tal outro.
 Ambos emergem com as vozes canoras e as mãos limpas, como se nada tivessem a ver com a mexerufada em que Portugal agoniza, como se tudo fosse fruto das “adolescências tardias” de Coelho, Seguro ou Portas.
Um, Júdice, surge do PSD, de que foi fundador e alto dirigente; outro, Barreto, chega via PS, sempre dentro e fora, afinal como as sucessivas direcções do PS gostam de estar, dentro e fora das responsabilidades, década após década.
 Júdice nunca teve nada a ver com o poder que nos conduziu a esta desgraça, do mesmo modo que os lustrosos escritórios de advogados nunca beneficiaram de contratos milionários para darem pareceres encomendados por sucessivos governos, esquecendo-se dos juristas dos quadros do Estado.
 Barreto idem. Não tem nada a ver com isto, nunca foi o sociólogo da propaganda oficial nem foi o primeiro ministro a dar a primeira cavadela não para o florescimento da agricultura portuguesa mas sim para a sua sepultura, latifundiário honorário ao serviço da horda dos que impediram o Alentejo de se levantar do chão.
 Aí estão eles, Júdice e Barreto, homens escolhidos, talvez por eles próprios, se calhar pelos que fazem a gestação das soluções para a crise. Homens providenciais, presidencialismo, mudança de sistema político, alternância desde que não implique mudança de política, “inconveniência” da convocação de eleições...
 A estes sinais, que só não percebe quem não quer, juntam-se as palavras de Júdice e Barreto, novos profetas para sossego de velhos poderes.
Não pensem que os novos fascismos vão chegar de bigodinho, ao som de berros histéricos, de mão espalmada e erguida ou com arengas de cinismo beato.
 Os novos fascismos serão bem falantes, enquanto puderem sê-lo, e saberão dizer a multidões sofrendo e fome e as misérias da crise o que elas gostarão de ouvir. Atentem nos exemplos de Júdice e Barreto.
 

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