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quarta-feira, 14 de agosto de 2013


             OS NOVOS ESCRAVOS          

O Governo Brasileiro está a processar a filial da Samsung, na Zona Franca de Manaus, no Brasil, que emprega cerca de 6 mil trabalhadores e abastece toda a América Latina dos produtos dessa marca, porque os seus trabalhadores estão a ser submetidos a um regime de trabalho semelhante, ou pior, ao dos tempos da escravatura.
O Ministério Público do Trabalho do Brasil, ao fim de 162 advertências por infracções às regras de segurança e saúde no trabalho, desde 1996, colocou uma “Ação Civil Pública” contra a empresa, no valor de 250 milhões de Reais, o equivalente a 81.910.100 Euros.
O Governo considera não só ilegal exigir um período de trabalho de 15 horas diárias, como condena o ritmo e a forma como esse trabalho é processado; controlado rigorosamente pelos chefes, não permitem que os trabalhadores tenham mais que duas pausas durante todo o dia, contrariando a sua justa reivindicação, que exige 10 minutos, em cada período de 50 minutos.
Para que se faça uma ideia mais exacta do esforço exigido aqueles trabalhadores, basta imaginar uma pessoa agarrada à bancada, muitas das vezes de pé, executando tarefas repetitivas, rigorosamente iguais e sob absoluto controlo gestual, estudado e calculado para obter o máximo rendimento, no mínimo de tempo possível.
Imagine o esforço necessário para cumprir as variadas tarefas durante um dia de trabalho, como seja por exemplo: montar uma televisão em 65 segundos, encaixotá-la em 4,8 segundos, fechar uma caixa com o aparelho, carregador e respectivo manual, em 6 segundos, montar um celular em 32 segundos, montar um smartphone em 2 minutos, em gestos e manipulações automatizadas, repetidas pelo menos 6.000 vezes por dia.
Naquele esquema de trabalho planificado, prevê-se que um trabalhador tenha de conferir cerca de 2.000 celulares, ou embalar 2.700 aparelhos por dia.
Com este nível de exploração, não admira que a Samsung tenha obtido no segundo trimestre de 2012, um lucro de 7 biliões de dólares.
Na velha e justa luta, por uma profunda alteração das relações de produção, o relato que acabamos de fazer, constitui uma análise concreta (neste caso, esta palavra “concreta” tão demagogicamente utilizada por António José Seguro, tem a sua justa aplicação) para que trabalhadores portugueses ponham como diz o povo...“as barbas de molho”.
O relato que fizemos, não se passa na longínqua China ou Extremo Oriente, senão ainda poderiam correr os riscos dos 100.000 trabalhadores do Grupo FoxConn, que foram despedidos e substituídos por robots, só porque fizeram greve, quando viram que a empresa estava a atrasar os transportes de propósito, para obrigar os trabalhadores a horas a mais, sem serem pagos.
 Aproxima-se de nós a grande velocidade, este tipo de violenta exploração, vinda do lado do “sol-pôr” e de onde menos se poderia esperar, na medida em que se trata de um país de economia pujante e classificada entre as economias emergentes.
Ponhamos as “barbas de molho” porque razões não nos faltam, antes pelo contrário.
Quando isto acontece no Brasil com o governo da Dilma Rouseff, em Portugal com esta canalha de vendidos ao Capital e à Alemanha, que nos está a governar, ainda será pior, não for a luta dos trabalhadores.
Vivam os trabalhadores portugueses!!!
VIVA A CGTP!!!

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