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segunda-feira, 2 de maio de 2011

A MONTANHA PARIU UM RATO

O semanário “Expresso” anunciava em grandes parangonas em 25 de Fevereiro passado ( a que fizemos referência neste blogue logo no dia 26) um sensacional furo jornalístico, na medida em que tinha negociado com dois jornais
(o” Politiken” da Dinamarca e o norueguês "Aftenposten") a publicação dos 722 textos de documentos secretos, referentes a Portugal que a pelos vistos tinham sido negociados com Julian Dassange e o “Wikileaks”.
No dia 12 de Março, certamente após patrióticas e difíceis diligências, junto do governo português, para numa demonstração de democrática independência jornalística, heroicamente publicaram uma a microscópica parcela desses célebres documentos sobre os quais fizemos alguns comentários, que publicámos neste Blogue dois dias depois.
Perante as limitadíssimas denúncias que certamente não representavam senão uma a ínfima parte, mesmo assim nós interrogávamo-nos e considerávamos alta-traição a evidente gravidade das denúncias.
Eram estes os factos que recordamos resumidamente:

“Tanto mais que se sabe que nesse período, ” 87-pessoas-87”, colocadas em posições chave no Governo, foram contactadas para revelar assuntos do Estado, além de terem sido efectuados encontros de alto nível com ministros e secretários de Estado, para dar conhecimento das orientações e discussões havidas sobre assuntos que diziam respeito à União Europeia, mas considerados de interesse vital pelos Estados Unidos da América.
Isto configura uma autêntica infiltração no aparelho do Estado português, passiva de ser considerada alta-traição.
Há porventura nesta avaliação algum exagero?
Então o que é alta-traição?”
E mais adiante:
“51-diplomatas-51” portugueses e altos funcionários de todos os departamentos do Palácio das Necessidades, partilharam informações com a Embaixada dos Estados Unidos entre 2006 e 2010.
Da lista de contactos fazem parte assessores do primeiro-ministro, quadros superiores do Ministério da Administração Interna, da Agricultura, da Economia, da Ciência e Tecnologia, da Justiça, do Ambiente, do Instituto Nacional de Aviação Civil, do Instituto Português de Apoio ao Desenvolvimento, da Direcção-Geral de Energia e Geologia, da Agência Portuguesa de Ambiente, do Instituto Portuário e dos Transportes Marítimos, da Polícia Judiciária e da GNR.
Nesta última organização, os americanos souberam detalhadamente qual era o clima nos bastidores da GNR e das pressões que estes oficiais estavam a fazer sobre o Governo para o envio de tropas para o Afeganistão, por informação de um oficial da própria GNR.
Ingenuamente atrevemo-nos a fazer uma pergunta :
Aconteceu alguma coisa a esse oficial, depois das entidades responsáveis terem conhecimento da sua delação?
Finaliza a notícia do semanário “Expresso”, dando conta de como os americanos se preocupam em conhecer pormenorizadamente o perfil dos seus interlocutores.
Perde-se o semanário “Expresso” a descrever em detalhe uma informação enviada para os Estados Unidos sobre o perfil de um assessor do secretário de Estado do Ambiente, referindo as línguas que fala fluentemente, os seus hóbis, formação académica, entre outros pormenores, terminando com uma curta informação de carácter psicológico sobre o indivíduo”

Depois disto não se voltou a falar desses 722 documentos secretos , sobre a vida politica, diplomática e militar portuguesa.
O Expresso perdeu o Piu!!!
Para compensar fala agora sobre inconfidências americanas, que “está mais na moda”, e não nos diz nada, que todo o mundo não saiba
Os portugueses que se entretenham com Guantánamo e já vão com muita sorte!!!
Isto não é uma acusação exagerada , tendenciosa ou ou falsa .
Isto é da parte do “Expxresso” desonestidade jornalistíca, ou querem fazer de nós parvos!!!

Para que não pensem que exageramos o semanário “Expresso” esta semana descobre que :

”os Estados Unidos da América mantiveram na prisão de Guantánamo centenas de inocentes, incluindo doentes psiquiátricos, idosos com demência e adolescentes. Ali vigorava um sistema cujo único objectivo era obter informações sem olhar a meios. É esta a conclusão de 759 documentos secretos divulgados pelo sítio WikiLeaks na segunda-feira.

No entanto bastava ir site do Wikileaks e ficava-se a saber muito mais sobre a matéria:
Documentos WikiLeaks Revelam que os EUA conscientemente presos 150 homens inocentes em Guantánamo
O site WikiLeaks denúncia começou a liberar milhares de documentos secretos da prisão militar dos EUA na Baía de Guantánamo, que revelam as administrações Bush e Obama conscientemente presos mais de 150 inocentes por anos sem acusação formal. Em dezenas de casos, altos comandantes dos EUA foram disse ter concluído que não havia nenhuma razão para que os homens foram transferidos para Guantánamo. Entre os presos inocentes eram um aldeão de 89 anos de idade, afegãos e um menino de 14 anos que havia sido seqüestrado. Alguns homens foram presos em Guantánamo simplesmente porque eles usavam um modelo popular de relógios Casio, que tinha sido usado como temporizadores pela Al-Qaeda. Os documentos também revelam que o jornalista Sami al-Hajj foi realizado em Guantánamo há seis anos, em parte, a fim de ser interrogado sobre a sua entidade patronal, a rede Al Jazeera. ficheiro de Al-Hajj disse que ele foi enviado para Guantánamo, a fim de "fornecer informações sobre ... O programa da rede de notícias Al-Jazeera em formação, equipamentos de telecomunicações, e as operações de coleta de notícias na Chechênia, Kosovo e no Afeganistão”

Se aceder ao dossiê WikiLeaks poderá ler:

Professores e agricultores que não participaram na jihad foram tratados da mesma forma que os autores dos atentados de 11 de setembro de 2001, escreve o diário madrileno "l País", que teve acesso aos ficheiros secretos, tal como "The New York Times" (Nova Iorque), "Le Monde" (Paris) e "La Repubblica" (Roma).

Ao todo são 4759 páginas, escritas entre 2002 e 2009. Incluem as fichas de 759 prisioneiros, dos quais 170 ainda estão naquela base americana da ilha de Cuba. Daqueles, 150 eram comprovadamente inocentes e 380 não tinham importância no combate ao terrorismo; de 83 diz-se mesmo que não representam qualquer perigo para o país.

Só sete foram julgados
Alguns dos reclusos inocentes foram presos com base em informações fornecidas por "doentes mentais", testemunhos que os próprios interrogadores consideraram "pouco fiáveis" ou obtidos sob tortura, segundo "The New York Times". Um agricultor afegão, por exemplo, passou dois anos em Guantánamo por ter o mesmo nome que um comandante talibã. A prisão destina-se menos a julgar e punir culpados do que a tentar extrair informações a todo o custo, até de gente que não as tem para dar. Tanto assim é que, de todos os reclusos que por lá passaram, só sete foram julgados.

"El País" adianta que 143 pessoas estiveram detidas na base durante mais de nove anos, algo que não sucederia sob um sistema penal normal que respeitasse a lei internacional. Nalguns casos, o próprio Governo americano não conhece os motivos para a detenção. Noutros casos, porém, as autoridades libertaram dezenas de presos de alto risco, como Abdullah Mehsud, extremista talibã que cometeu atentados depois de sair de Guantánamo.

As revelações surgem numa altura inconveniente para o Presidente Barack Obama, que anunciou há dias a intenção de se recandidatar em 2012. Encerrar a prisão de Guantánamo foi a sua primeira promessa ao tomar posse. Quase dois anos e meio depois, está por cumprir. A administração lamentou a publicação "infeliz" dos últimos documentos da WikiLeaks e afirmou ter "feito tudo o que podia para agir com o maior cuidado e o maior rigor na transferência de detidos de Guantanamo".

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