Olhar à esquerda

"ULTIMATUM" CAPITALISTA

HOJE É DE FACTO UM DIA NEGRO
PARA A HISTÓRIA DE PORTUGAL!!!

Hoje é de facto um dia que a história vai assinalar como dos mais trágicos para Portugal e para os portugueses, como o dia do “Ultimatum” capitalista.
Miguel de Vasconcelos, que a nossa história refere como o paradigma da traição, encontrou no século XXI tantos émulos, que o retrato dessa família poderia ser sintetizado em três personagens, casando Sócrates com Passos Coelho e tendo Paulo Portas a segurar a cauda do véu.
A tragédia é de tal dimensão, que até envolve a nossa televisão generalista.
É inacreditável, que este popular meio de comunicação se tenha propositadamente alheado da importância histórica da conferência de imprensa do ministro das finanças Teixeira dos Santos, onde ele ia finalmente explicar a dimensão do saque, que o capital financeiro irá fazer aos portugueses.
Somente os privilegiados que podem pagar televisão por cabo, puderam ter acesso por exemplo á “SIC Notícias” e aí assistir á titubeante descrição das suas “negociações” com a quadrilha (porque não se pode dizer triilha!) que assaltou Portugal.
Para os canais generalistas a que a maioria do povo tem acesso, “A praça da Alegria”, a “Querida Júlia”, “Você na TVI” ou os desenhos “animalhados”do Zig Zag da RTP2, eram as máscaras venezianas, do carnaval em que estão empenhados os trapaceiros do governo e a canalha dirigente do PSD E CDS.
Demo-nos ao trabalho de pacientemente, assistir á conferência da dessa “Troica” estrangeira, que apareceu sem mascara, a desvendar as ordens que tinham dado aos líderes da nossa desgraçada governação e respectivos pretendentes.
Esclareceram minuciosamente como se haviam de comportar, para receberem o pilim que os iria sustentar e aos seus compadres.
Entretanto na “SIC Noticias” seguiu-se uma entrevista aos professores Manuel Jacinto Nunes e José Silva Lopes da qual concluímos:
1º - Reconheceram no essencial que 78.000 milhões de euros não chegam porque:
“O deficit previstos de 5.9, 4.5 e 3, respectivamente são 13% do produto interno bruto ou seja á volta de 24.000 milhões.Com 12.000 milhões para os bancos faz 36.000 milhões. Tirando 36.000 milhões dos 78.000 milhões, ficam 42.000 milhões, que é exactamente o que a banca deve ao Banco Central Europeu, razão pela qual o governador do Banco de Portugal queria que o empréstimo fosse superior a 100.000 milhões” .
2º - Tem dúvidas sobre como irão reagir os credores considerando o exemplo do valor dos bilhetes do tesouro a três meses (mais de 1.000 milhões) que tiveram uma taxa mais elevada nesse dia, apesar de já ter havido acordo entre as “troicas” nesse dia.
3º – Reconhecem "compungidos" que as classes mais baixas, a classe média, os desempregados, gente desprotegida, são quem mais vai pagar com este plano.
4º - A distribuição da riqueza em Portugal, é profundamente injusta, até porque a própria teoria económica da distribuição, começa a ser enviesada, já no plano das universidades.

Não podemos deixar de nos sentir terrivelmente chocados quando o professor Silva Lopes, para encontrar uma saída para os trabalhadores sem trabalho, sugere certamente para não os ver morrer á fome, aconselhar:
“ Que se devia criar uma forma voluntária, insuficientemente paga, mas sempre era melhor do que nada”.

Logo nos lembrámos do texto de Werner Schab , intitulado “A ARMADILHA DA GLOBALIZAÇÃO- A SOCIEDADE DOS DOIS DÉCIMOS, que esteve na origem deste Blogue e cujo texto completo pode ler no dia 28 de Fevereiro de 2008,
profética antevisão das actuais relações de produção.
É de lá que extraímos este excerto, em tudo semelhante ao que sentenciava o nosso professor Silva Lopes:
”Dizia um director da “Sun Systems” considerando que no futuro a questão será; “to have lunch or be lunch” ou seja “ ter algo para comer ou ser comido” .
Podemos igualmente ler o que dizia Zbigniew Brzezinski, antigo Conselheiro de Segurança Nacional de Jimmy Carter:
“Uma sábia mistura de divertimento estupidificante e de alimentação suficiente permitiria manter de bom humor a população frustrada do planeta”.
E mais adiante após considerarem que:
“A crescente pressão da concorrência não permitirá que se peça ás empresas que participem no esforço social e portanto outras instâncias deverão ocupar-se dos desempregados”. Completava a sentença dizendo: “O voluntariado a favor da colectividade, a participação nas actividades desportivas e nas associações de todo o tipo. Poderia valorizar-se essas actividades mediante a atribuição modesta, o que ajudaria milhões de cidadãos a serem conscientes do seu próprio valor. Os patrões dos grupos industriais estão á espera de que, a breve prazo, nos países industrializados sejam postas pessoas a varrer as ruas por um salário praticamente nulo ou que haja quem aceite um emprego de criado, a troco de um miserável alojamento”.

ESTE É O RETRATO DO QUE NOS ESPERA SE ACEITARMOS O QUE OS CAPITALISTAS NOS QUEREM IMPOR.