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terça-feira, 26 de janeiro de 2010

MÁRIO SOARES
OU A HISTÓRIA DE UMA VIRGEM PERDIDA
NO MEIO DE UM IMENSO BORDEL

António Marinho Pinto, Bastonário da Ordem dos Advogados, escreveu no “Diário do Centro”um extenso artigo sobre Mário Soares, de onde reproduzo aqui alguns fragmentos, deixando ao leitor mais interessado, o acesso ao texto integral, clicando
AQUI
Tal como acontece com Marinho Pinto, ambos cultivamos o chamado “ódio de estimação” a Mário Soares, pois coicidentemente, ambos consideramos que Mário Soares “ é arrogante, pesporrento e malcriado”, não tem “Princípios”, mas apenas “Fins” e sacrifica tudo á sua máxima preferida :“Em política, feio, feio, é perder” e que ziguezagueia na política, não consoante o dever e a honra, na minha perspectiva, mas segundo as conveniências do momento.
Só discordamos em parte de Marinho Pinto,quando considera que: “Mário Soares nunca foi um verdadeiro democrata. Ou melhor é muito democrata se for ele a mandar”, na medida em que achamos que sempre que teve oportunidade de mandar, a democracia andou a passear pelas urtigas.
O Bastonário refere mais adiante, “Durante a revolução portuguesa andou a gritar nas ruas do país a palavra de ordem «Partido Socialista, Partido Marxista», mas mal se apanhou no poder meteu o socialismo na gaveta e nunca mais o tirou de lá. Mário Soares combateu o comunismo e os comunistas portugueses como nenhuma outra pessoa o fizera durante a revolução e FOI AMIGO DE NICOLAU CEAUCESCU, FIGURA QUE CHEGOU A APRESENTAR COMO MODELO A SER SEGUIDO PELOS COMUNISTAS PORTUGUESES”.
E continua, Marinho Pinto: “JÁ DEPOIS DO 25 DE ABRIL, ASSUMIU-SE COMO O HOMEM DOS AMERICANOS E DA CIA EM PORTUGAL E NA PRÓPRIA INTERNACIONAL SOCIALISTA. Dos mesmos americanos que acabavam de conceber, financiar e executar o golpe contra Salvador Allende no Chile e que colocara no poder Augusto Pinochet”.
Em relação a Mário Soares, estas são algumas das muitas razões que Marinho Pinto acaba por evocar no texto, mas quanto a nós, muitas mais poderíamos e teríamos para acrescentar.
A história classificará de certeza, Mário Soares, como o carrasco desse 25 de Abril, idealista e mobilizador, como não há memória em Portugal de nenhum outro movimento popular; e mais do que isso, colocá-lo-á na galeria dos políticos menores, que mais influenciaram a história do seu tempo, pelas piores razões. Galeria essa pejada de marmanjos, oportunistas, traidores como Mikhail Gorbachev, ou até o "beato" Lech Walesa.
A sua intervenção negativa, na história do nosso país, podia ser lamentada por cerca de dois terços da população, na medida em que o terço restante beneficiou entre muito, pouco, ou quase nada, com as suas manipuladoras oscilações políticas.
A dura realidade de hoje, é que até esse terço, tem vindo a emagrecer substancialmente e está reduzido aos detentores do grande capital, dos meios de informação e de alguns militantes da máquina do poder.
Para além destes, há uma residual minoria, embebedada ainda pelos slogans do PS e do PSD, não percebendo “os porquês”, ou nem sequer tendo necessidade de perceber, porque vai havendo uma margem de manobra económica, que os retira das preocupações em que está mergulhada a maioria esmagadora da população.
Outra razão, não menos comum, infelizmente, é o conservadorismo, facciosismo, ignorância, religião, ou anti-comunismo primário, que vai fazendo resistir á evidência todos os argumentos que provam, terem sido as elites financeiras e os apoiantes e ex-apoiantes de Mário Soares, que passo a passo, engordaram e sustentaram essa corja de abutres, que tem enriquecido “á tripa forra” e desfeito a moral e a economia deste desgraçado país.
Muitas e muitas vezes utilizando as bandeiras de Abril, Mário Soares e seus capangas, ludibriaram e continuam a ludibriar; traíram e continuam a trair os ideais de Abril, impondo a pouco e pouco, sorrateiramente, a miséria como estatuto para a maioria esmagadora dos portugueses, ou obrigando-os a fugir do seu país natal, para poderem sobreviver, com alguma dignidade.
A nossa razão é tão evidente, que bastava fazer este simples raciocínio: Que é feito dos biliões e biliões que a Europa nos tem enviado.
Em 1974, nós éramos auto suficientes em 80% do que produzíamos, cobrindo os 20% que faltavam, com as exportações, turismo e remessa dos emigrantes.
Hoje temos o aparelho produtivo destruído e vemo-nos na obrigação de importar 80% do que consumimos.
Mas que raio de gente é esta, que só sabe emprenhar pelos ouvidos e não consegue ver o que a “evidência” lhe põe á frente dos olhos?
Medina Carreira, porque é dos poucos que ainda vai tendo possibilidades de ser ouvido, lá vai dizendo “algumas” verdades, que perante a monstruosidade da situação, vai sendo acusado de…….”catastrofista”!!!
Para o intenso combate e denúncia que desde sempre o Partido Comunista tem levado a cabo contra todos os desvarios praticados….limitam-se a ocultar os seus argumentos ou fundamentam a falta de razão com o slogan……..“São comunistas!!!”, atribuindo a essa patriótica e devotada militância, hiperbólicas ou diabólicas segundas intenções!!!
No fundo a grande questão que se levanta é: Como fazer perceber que quem nos tem governado nada têm de Socialistas, nem sequer de sociais-democratas, para não relembrar o papel dos renascidos pseudos democratas-cristãos, que enchem a boca com o Socialismo e justiça social, para manterem os seus privilégios.
Se assim não fosse, por que “carga de água” é que nos encontramos nesta situação de atraso, a todos os níveis, sendo que são sempre os mesmos interesses (embora de máscaras diferentes), que nos têm governado?
A questão central é como fazer perceber que é possível uma verdadeira política alternativa, que defenda os trabalhadores e a produção nacional e que nada tem a ver com esta cambada.
Como fazer perceber que é possível sermos felizes aqui, na terra onde nascemos.
Como fazer perceber novamente, que o 25 de Abril está dentro de todos nós trabalhadores, na expressão de qualidade e humanismo de que somos genéticamente construídos, apesar de tão maltratados e enganados desde sempre, pelas classes dominantes.
Todos os que tiveram ocasiâo de viver esses tempos inesquecíveis, sentimos saudades dessa "saudade" e sabemos que se tivermos uma oportunidade, seremos capazes de dar novamente os generosos exemplos dessa humilde e genuína solidariedade.
Foi um período glorioso, inesquecível, em que fomos olhados como um farol da emancipação dos trabalhadores, em todo o mundo e nomeadamente na Europa, onde o nosso exemplo foi tomado como uma experiência muito perigosa para o capitalismo e daí as sabotagens e colaborações abstrusas que permitiram a contra-revolução.
São as justas razões que temos, a memória desses belos e estimulantes tempos, que nos impõe a persistência na luta e nos dá a certeza de que nada nos pode afastar dela, por mais dura que seja, não só porque é justa e necessária, mas sobretudo porque é possível e indispensável.
Se seguirmos o rasto de Mário Soares, de certeza a lição e a experiência exemplar que nos deu, permitirá abrir a gaveta da secretária onde meteu o Socialismo……e não só abri-la como utilizá-lo para bem e emancipação do nosso povo!!!
Só precisamos perceber que Socialismo……..não é o que apregoa o PS, o PSD ou até do CDS (se quiserem cumprir os Estatutos)….antes pelo contário!!!!
NOTA FINAL
Marinho Pinto faz no final do seu texto, referência a uma obra de Rui Mateus publicada em 1996, sobre Mário Soares, que se encontra esgotada mas tem um exemplar a correr na Internet, que em determinada altura publicámos neste Blogue.
Para quem queira ler esse texto, que recordo ter sido retirado de circulação após grande celeuma, ou segundo outra versão, que teria sido comprado na totalidade por “alguém”.
Encontra neste Blogue, mais uma vez, a possibilidade de ter acesso a essa obra clicando AQUI
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