FARMÁCIAS E REMÉDIOS
DE ANTIGAMENTE
Aproveitamos o “power point” que publicamos no fim deste texto, como termo de comparação das farmácias antigas e farmácias modernas, de remédios que eram muito populares na altura e hoje estão completamente ultrapassados.
Aproveitamos a circunstância para falar também um pouco dos problemas com que nos debatemos actualmente, no que se refere à política dos remédios e nomeadamente à sua política de preços.
A evolução da sociedade nos últimos 50 anos, tem sido notável e isto é uma afirmação tão óbvia, que já tem o seu quê de ridícula.
A industria farmacêutica não fugiu à regra e diria mesmo que evoluiu de forma tão espectacular, que nada a ver com o que era outrora.
Infelizmente, no que diz respeito aos aspectos económicos, o produto farmacêutico tornou-se num dos negócios mais lucrativos e imorais do mundo, em que a sua variedade, valor curativo e relação custo/produção-venda/público, nada tem a ver com o passado.
Publicámos em tempos neste Blogue, um vídeo sobre a saúde em Cuba do realizador Michael Moore, onde se afirma que uma acompanhante do realizador comprou um remédio que usava normalmente por 15 cêntimos de dólar e nos Estados Unidos o mesmo principio activo, custava mais de 100 dólares.
Hoje, as transnacionais de farmácia, aproveitando as suas capacidades de investigação e a serie de novas moléculas que lançam no mercado, pelo facto de estarem protegidas pelas patentes, faz com que nos medicamentos inovadores porque não têm concorrência, sejam vendidos por preços absurdamente altos e proporcionam lucros fabulosos.
Curiosamente, este tipo de especulação não é considerada uma violação dos direitos humanos e os elementos dos governos, são muitas vezes coniventes com as próprias empresas farmacêuticas.
Neste negócio, a publicidade tem também um papel primordial para influenciar o mercado.
Uma marca ou a um produto farmacêutico consegue obter maior ou menor sucesso de vendas, consoante a dimensão e tipo de campanha publicitária a que se sujeita, não se distinguindo do relevo e métodos, que se utilizam nesse campo, para distinguir as marcas e produtos no ramo da moda, do vestuário, calçado etc.
Em Portugal particularmente, o negócio das farmácias sofre de importantes factores perversores.
O primeiro é a falta de ética e a corrupção que vagueia numa parte da classe médica, para se aproveitar das vantagens, dinheiro, viagens e outras prendas que as empresas farmacêuticas oferecem.
O segundo é a resistência que tem mostrado para prescrever os genéricos, mesmo quando o princípio activo e o excipiente são os mesmos.
Outra novidade neste campo, é também começar a haver indícios que nos genéricos de marca e mais caros, já se iniciou o mesmo tipo de corrupção.
Nesta guerra dos genéricos, os farmacêuticos também estão a defender os seus interesses, dificultando a venda dos que têm preço inferior, porque menores serão os seus lucros.
Neste caso recomendar-se-ia limitar a liberdade excessiva dos farmacêuticos, que lhes permite escolher o genérico. Esta liberdade devia ser sujeita a um regulamento severo, até porque ela se aproxima da prática já proibida desde as "Ordenações Afonsinas" de “quem receita não pode vender e quem vende não pode receitar”, mesmo contando que por detrás da receita, esteja uma prescrição médica não específica.
Um exemplo flagrante dos contornos suspeitos desta guerra dos genéricos, prende-se com as dificuldades encontradas pela indústria farmacêutica indiana, no campo dos genéricos, para entrar no mercado português.
A empresa AUROBINDO PHARMA, uma das maiores desse país, que iniciou em 2011 a actividade em Portugal, afirma que “surpreendentemente” as principais dificuldades que têm encontrado, se prendem com o facto de oferecer preços incomparavelmente mais baixos.
A credibilidade da qualidade da indústria farmacêutica indiana é indiscutível e reconhecida internacionalmente pela americana FDA (Food and Drug Administration) “Centro de Avaliação e Pesquisa de Drogas”, cujo prestígio a torna a instituição especializada de referência internacional
.
NESTE LINK
Sem comentários:
Enviar um comentário