Parece-nos no entanto importante, publicá-los neste Blogue, porque abrange também, outro tipo de leitores.
A importância atribuída a este caso, advém na nossa perspectiva, da necessidade de reflectirmos correctamente e alertar quem, conscientemente, voluntária ou inocentemente, tem permitido
branquear o fascismo.
Precisamos desde já esclarecer, que o texto em referência é de uma pessoa que não conheço, chamado Luís Alves
Fraga, que me parece… digamos “bem-intencionado” e que poderemos naturalmente inclui-lo na segunda categoria, ou seja dos inocentes.
Ele aparece no Facebook como amigo e penso que bastante chegado, a uma
boa camarada Olga Maria Tremoulet, pessoa, que pelas suas correctas posições
políticas, me merece a maior estima e consideração.
A questão central que me levou a colocar este problema no Blogue, tem a
ver com a essência do conteúdo doutrinário e do conceito ideológico que lhe está
subjacente.
Não fora isso, dar-lhe ia a forma de uma carta aberta, pedagógica quanto
bastasse, para reflectir de melhor maneira a nossa posição, perante o fenómeno
que vem aumentando e se está a tornar avassalador, como é o branqueamento do
Fascismo.
Precisamos estar muito atentos a todos os reflexos das manipulações deste
tipo, pois subjacente a ele estão as execráveis consequências do Capitalismo
selvagem, reflectidas pelo fenómeno da Globalização e apoiado nas teorias do neo-liberalismo,
forma sofisticada da raiz fascista, da moderna forma de explorar dos povos.
Eis então o texto da mensagem de Luís Alves Fraga, publicado no Facebook,como post da camarada Olga Maria Tremoulet, que mereceu o nosso comentário e o
nosso repúdio.
Adriano
Moreira
Acabei de ouvir a parte final de uma excelente entrevista feita ao Prof. Doutor Adriano Moreira, que foi meu Mestre no, ainda, ISCSPU, no já longínquo ano de 1969/70. Leccionava, então, a cadeira de História das Ideologias Políticas. O anfiteatro grande do velho Instituto enchia-se para o ouvir discorrer sobre Ciência Política e Política Internacional.
Completou hoje, com extraordinária lucidez, a provecta idade de noventa anos. Não quer ser recordado pela História por achar que ela tem mais com que preocupar-se. Mas, pela certa, por ser uma figura incontornável da História Contemporânea Portuguesa, vai ter lugar nos manuais que contarem as ocorrências do seu tempo.
É um Homem de direita, católico, mas, acima de tudo, dotado de uma brilhante inteligência e de uma clareza de raciocínio extraordinários. Mais do que político, sempre se afirmou pela vocação docente e por uma capacidade de análise independente que marca pela aproximação científica aos fenómenos políticos.
Da boca dele ouvi, por várias vezes, afirmações lapidares. Recordo especialmente uma que foi pronunciada no ano de 1981, no Instituto de Altos Estudos da Força Aérea para uma plateia de mais de cinquenta oficiais:
«Se os Portugueses não morreram no Rovuma para defender Portugal será que vão deixar-se matar no Reno para defenderem a Europa e o Ocidente?».
A profundidade desta dúvida ultrapassou, tenho a certeza, a grande maioria da assistência, porque os cidadãos, mesmo que fardados, deixam-se morrer pelos verdadeiros interesses das nações e dos povos e não pelos tratados e alianças que os governos assinam.
A minha postura política nunca me impediu de ter uma grande admiração pelo Mestre com quem tive a honra de privar, há muitos lustros, de muito de perto. Admiro a inteligência, o saber, a experiência, a sensatez, a ponderação e a coerência que o Professor Adriano Moreira sempre demonstrou ao longo dos tempos. Ele e alguns grandes Mestres já desaparecidos, cujos nomes a História fez questão de ir apagando soterrados na poeira dos anos, ensinaram-me muito e, por isso, tenho para com eles uma elevada dívida de gratidão que não se liquida facilmente.
Parabéns Professor!
Acabei de ouvir a parte final de uma excelente entrevista feita ao Prof. Doutor Adriano Moreira, que foi meu Mestre no, ainda, ISCSPU, no já longínquo ano de 1969/70. Leccionava, então, a cadeira de História das Ideologias Políticas. O anfiteatro grande do velho Instituto enchia-se para o ouvir discorrer sobre Ciência Política e Política Internacional.
Completou hoje, com extraordinária lucidez, a provecta idade de noventa anos. Não quer ser recordado pela História por achar que ela tem mais com que preocupar-se. Mas, pela certa, por ser uma figura incontornável da História Contemporânea Portuguesa, vai ter lugar nos manuais que contarem as ocorrências do seu tempo.
É um Homem de direita, católico, mas, acima de tudo, dotado de uma brilhante inteligência e de uma clareza de raciocínio extraordinários. Mais do que político, sempre se afirmou pela vocação docente e por uma capacidade de análise independente que marca pela aproximação científica aos fenómenos políticos.
Da boca dele ouvi, por várias vezes, afirmações lapidares. Recordo especialmente uma que foi pronunciada no ano de 1981, no Instituto de Altos Estudos da Força Aérea para uma plateia de mais de cinquenta oficiais:
«Se os Portugueses não morreram no Rovuma para defender Portugal será que vão deixar-se matar no Reno para defenderem a Europa e o Ocidente?».
A profundidade desta dúvida ultrapassou, tenho a certeza, a grande maioria da assistência, porque os cidadãos, mesmo que fardados, deixam-se morrer pelos verdadeiros interesses das nações e dos povos e não pelos tratados e alianças que os governos assinam.
A minha postura política nunca me impediu de ter uma grande admiração pelo Mestre com quem tive a honra de privar, há muitos lustros, de muito de perto. Admiro a inteligência, o saber, a experiência, a sensatez, a ponderação e a coerência que o Professor Adriano Moreira sempre demonstrou ao longo dos tempos. Ele e alguns grandes Mestres já desaparecidos, cujos nomes a História fez questão de ir apagando soterrados na poeira dos anos, ensinaram-me muito e, por isso, tenho para com eles uma elevada dívida de gratidão que não se liquida facilmente.
Parabéns Professor!
EIS O MEU
COMENTÁRIO
Eu percebo
esse tipo de admiração. Reconheço até que lhe tenho ouvido, algumas coisas com
que estou de acordo. Mas não é isso que me inibe de o ver nele um ex-ministro
de Salazar e tal como o falecido José Hermano Saraiva, branqueado pelos prosélitos e
pela comunicação social, para servirem como escudo de vidro fosco, às sevícias
e todo o tipo de violências praticadas sobre a capa de um fascismo
“patriótico”, no país que habitualmente adoram classificar, de “brandos
costumes”.
Ora são exactamente a esses brandos costumes, que ficamos a dever à
forma como o poder exerce a sua capacidade de trucidar os direitos e a
liberdade das populações, desde Pina Manique a Salazar. Gestos de piedade como
criar a Casa Pia, para “cuidar” das criancinhas desprotegidas e ao mesmo tempo, o seu contrário, criando
uma polícia política tirânica e opressora, recheada de denunciantes e espiões,
até ao salazarista Tarrafal, para conter quem se atrevia a pensar diferente e
achar natural o direito a protestar, são manifestações de que todos os Adrianos
e Hermanos Saraivas deste mundo gostam de colocar à distância.
Cultivam um
discurso e um comportamento adequado para os subservientes e aduladores, lhes
reservem o direito a doutores “Honoris causa” da independência e para que a sua
“brilhantes inteligências e clareza de raciocínio extraordinários”, lhes
permita sobrevoar os seus concidadãos, perorando numa linguagem “politicamente
asséptica” que alimente os brandos costumes, mas sobretudo que lhes permita a
eles e à sua “Seita”, manter os privilégios e mordomias.
PERGUNTAMOS NÓS: Não deveria ser exactamente essa “brilhante inteligência” e essa “clareza de raciocínio extraordinários” que lhes deveria ter dado a capacidade e a humildade de serem humanos, ou melhor, de serem povo e se colocarem ao seu serviço, como por exemplo Álvaro Cunhal e tantos outros camaradas?
Que nos perdoe o Luís Fraga, se é só um bem-intencionado, mas não conseguimos esquecer que o fascismo e os fascistas existiram e que é daquela massa que eles são feitos.
PERGUNTAMOS NÓS: Não deveria ser exactamente essa “brilhante inteligência” e essa “clareza de raciocínio extraordinários” que lhes deveria ter dado a capacidade e a humildade de serem humanos, ou melhor, de serem povo e se colocarem ao seu serviço, como por exemplo Álvaro Cunhal e tantos outros camaradas?
Que nos perdoe o Luís Fraga, se é só um bem-intencionado, mas não conseguimos esquecer que o fascismo e os fascistas existiram e que é daquela massa que eles são feitos.
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