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segunda-feira, 17 de setembro de 2012

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AS MANIFESTAÇÕES 
E OS DONOS DA OPINIÃO POPULAR


Temos ficado absolutamente espantados com o significado que alguma  “nata” dos nossos “opinadores” oficiais, tem atribuído as gigantescas manifestações populares de sábado passado.
Três exemplos:
Marques Mende
Considera que os portugueses são uns retardados macaquinhos de imitação, por isso considera:
 “Embora com atraso, acabamos sempre por importar as modas alheias. Daí não vem mal ao mundo”.
Mota Amaral
 O deputado que se autoflagela com o cilício, porque considera «A Dor é a pedra de toque do Amor» cumprindo a orientação do seu mentor espiritual D. José Maria Escrivá, disse:
”Todos os protestos e foram vários, tiveram uma grande expressividade. Mas não me preocupou nada. Não estou nada preocupado.”
Só faltou confessar que até se alegrava bastante e dava pulos de contente, por ver a autêntica pedreira que se abateu sobre os portugueses.
Moita Flores
Ontem, como reflexo do meu lado masoquista, dei uma vista de olhos nos primeiros parágrafos de um artigo de Moita Flores, por quem há muitos anos tive uma duvidosa admiração. O homem nessa altura falava muito de casos de polícia, até se tornar politicamente um caso de polícia!!!
Escrevia ele, a propósito das gigantescas manifestações que uniram Portugal de Norte a Sul:
“As cidades de Lisboa e do Porto ainda se encontram coalhadas pela imensa multidão que saiu em protesto contra a política ‘troikista’, que optou para aderir aos apelos das redes sociais e, simultaneamente, procurou distanciar-se, com algum desprezo, dos partidos que se opõem ao governo”.
Reparem que este cretino (desculpem-me estar a elogiá-lo!), num só parágrafo, consegue um autêntico “passe de mágica” ao dizer uma coisa e o seu contrário, acrescentando-lhe uma pitada de demagógica adivinhação. 
Ele sabe que a política ‘troikista’” é a política do governo. 
No entanto foi certamente por um passe de magia, que lhe permitiu discernir que os que lá estavam não faziam parte dos partidos do governo. Eram só da oposição!!
Independentemente de dizer que foi o desprezo que a multidão sente pelos "partidos que se opõem ao governo" que proporcionou coalhar as ruas de imensa multidão, deixou claro que naquela multidão, não havia  ninguém ligada aos partidos do governo!!!
Razões????
 “Se é certo que se torna desconcertante que manifestações com esta grandeza fujam da tutela dos partidos que se opõem ao governo, como se os sentissem como algo de impuro e sórdido que macula a indignação”
Eu volto a referir que não é minha intenção elogiá-lo, dizendo que é um cretino, mas quando ele finge esquecer a noção básica de que tudo na vida é política e que os partidos nasceram para representar os interesses das pessoas ao  pretender colocar-se à margem das opções politicas, considerando-se independente, está mesmo a pedir que nós lhe devíamos tecer maiores “elogios”, do que aquele que já lhe debitámos.
Acontece que  não queremos estragar o homem com mimos!!!

Quanto a nós, o que está a gratificar o nosso quotidiano, é verificar a quantidade de movimentos populares que se estão a erguer em luta contra a exploração, graças aos novos meios de comunicação.
Graças às novas tecnologias, as populações adquiriram maiores facilidades de esclarecimento e capacidade de mobilização para desenvolverem movimentos reivindicativos, impossíveis antes de aparecerem esses novos meios tecnológicos.
Assim na procura de novas formas de organização social,  as populações estão a depositar no Socialismo a  resposta  colectiva  correcta a essas justas reivindicações.

Acontece que em Portugal, graças às alianças contra-natura e traições de Mário Soares, o designado Partido Socialista, transformou-se num partido socialista “na palavra” e capitalista “na acção”.

Não foi por acaso, que o Capitalismo, para confundir as massas populares e manter o seu domínio e capacidade de explorar os trabalhadores, aproveitam a existência de partidos ditos socialistas e até sociais-democratas, para num simulacro de democracia traduzirem através deles, o domínio do capital sobre o trabalho.
É nomeadamente o que se passa há muito em Portugal e segundo nos parece, a França vai pelo mesmo caminho, independentemente das primeiras medidas que François Hollande tomou, parecerem que iria cumprir as promessas feitas durante a campanha eleitoral.
 Servindo-se dos meios de comunicação social que dominam totalmente, manipulam a informação e inquinam as consciências dos cidadãos, de molde que em altura de eleições, estejam criadas as condições para eleger as direcções dos partidos, que tacticamente mais lhes interessem.

Esta é a razão do silêncio e do isolamento em que permanentemente mantêm as actividades e propostas do Partido Comunista Português, ocultando que o seu principal objectivo é o Socialismo e deturpando a sua intransigente acção  na defesa do povo e os trabalhadores, só  abrindo raras excepções,  para fingir que estão a exercer uma  pluralidade informativa, que possa parecer  democrática.

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