E COMPANHIA LIMITADA
No putrefacto mar de devassidão e incompetência, em que
navegam as forças políticas do “arco do poder” , (adoro esta designação, porque
mesmo que esteja muito deprimido, provoca-me sempre,
um incontrolável e divertido sorriso!!!), pouco mais há a dizer, do que
enumerar estatisticamente os casos que chegam ao nosso conhecimento, para “memória
futura “. Esta é outra expressão, corrente na linguagem jurídica e que no meu
caso, se traduz por ter de usar um bloco de notas, coisa dispensável até há
pouco, para substituir a minha memória enfraquecida pelos anos.
O texto que se segue, sendo quase uma espécie de complemento
do vídeo com o testemunho de Paulo de Morais que ontem publicámos neste Blogue,
com o título “À vezes é uma vergonha , outras ainda é pior”, limita-se a repetir a dose, aumentando o numero de casos.
Portugal no que diz respeito aos casos de corrupção, está a
parecer-se com um chamado “restaurante de rodízio” em que os acepipes e pratos
principais, são ao gosto do cliente e na quantidade que desejar, há para todos
os gostos e apetites e nas quantidades que o estomago dos clientes aguentar.
Pelo meu lado já estou farto de vomitar.
Já estou como os antigos “gourmets” chineses, que se
empanturravam de iguarias e depois deitavam os dedos à garganta para vomitar e
arranjar lugar para continuar a apreciar os petiscos desses pantagruélicos
banquetes.
A diferença é que por enquanto há muita gente com fome e
ainda não resolveu acabar com o banquete das elites capitalistas e empresariais
portuguesas.
Mas está a aproximar-se o dia em que o povo acorde e diga
não como o conde de Avranches, na batalha de Alfarrobeira: “É fartar
vilanagem”, mas proceda como dona Brites de Almeida, a padeira de Aljubarrota, correndo
com esta canalha à pazada, se for preciso.
NOTA FINAL:
Para fazermos uma ideia da manipulação subtil que se utiliza para confundir
a população, esta escória tendenciosa que é a comunicação social, cujo exemplo
na imprensa diária tem no Correio da
Manhã o papel higiénico impresso com notícias, MAIS VENDIDO em Portugal, escolheu
para comentário “mais votado” ao texto de Paulo de Morais que vamos reproduzir
a seguir: “"a verdade é que todos os partidos políticos se calam.... o ministério publico nada faz.... a pouca vergonha continua .....quem trabalha paga para sustentar toda essa corja!!!!! "
Pergunto eu: É possível alguém duvidar que o
Partido Comunista Português nunca se calou, não se cala e mais de certeza que
nunca se calará, na medida em que é um partido honesto, não pactua com a
corrupção, e os seus militantes sacrificaram até a própria vida muitas vezes, na
defesa dos trabalhadores e do povo em geral.
E QUE VENHA
QUEM QUISER, DESMENTIR ESTAS AFIRMAÇÕES!!!
CORRUPÇÃO
18 Setembro
2012
Por: Paulo Morais, Professor Universitário
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A corrupção
é a principal causa da crise em que estamos mergulhados. É este fenómeno que
está na origem de sucessivos negócios ruinosos, verdadeiros roubos, que
conduziram ao descalabro das contas públicas. Nas últimas décadas, assistimos a
um regabofe sem limite com os dinheiros públicos.
A Expo 98
transformou um perímetro industrial degradado numa zona urbanizável, gerou
mais-valias urbanísticas milionárias, através da construção de hotéis,
equipamentos e apartamentos de luxo. E, apesar disso, no final deu prejuízo. As
acusações de corrupção foram tíbias e até hoje ninguém foi condenado. Mas foi
assim também o Euro 2004, cujos estádios tiveram derrapagens de custo
colossais. Também aqui o processo Apito Dourado borregou e a culpa morreu
solteira. E foi ainda a compra dos submarinos, com pagamento de luvas a
portugueses. A corrupção foi provada na Alemanha, os corruptores foram julgados
e presos. Em Portugal, o Ministério Público não sabe de nada.
Mas os
exemplos não acabam nunca. Nos últimos anos, os mais criminosos de todos os
negócios públicos são os contractos de parceiras público-privadas (PPP),
nomeadamente as rodoviárias. Através deste modelo de negócio, garantem-se aos
privados rentabilidades de capital superiores a 17%, haja ou não trânsito. O
Estado assume todos os riscos e cede todos os potenciais lucros. A primeira de
todas as PPP foi a Ponte Vasco da Gama. Os privados financiaram apenas um
quarto do valor da ponte e, com isso, ganharam o direito às receitas com
portagens da Ponte Vasco da Gama, da ‘25 de Abril’ e ainda o exclusivo das
travessias rodoviárias do Tejo por toda uma geração. O governante que concebeu
este calamitoso negócio, Ferreira do Amaral, preside hoje à empresa
concessionária, a Lusoponte. Os seus sucessores seguiram-lhe o triste exemplo.
Jorge Coelho e Valente de Oliveira, ministros das Obras Públicas de Guterres e
Barroso, são administradores na maior concessionária de PPP, a Mota-Engil.
Todos estes negócios ruinosos para o Estado têm responsáveis, que a Justiça
portuguesa jamais pune. E têm como consequência os sacrifícios por que hoje
passamos. E continuaremos a passar se não for erradicada a causa que está na
origem desta situação a que chegámos: a corrupção.
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