Mensagem

Mensagem

quarta-feira, 19 de setembro de 2012

CORRUPÇÃO 

E COMPANHIA LIMITADA

No putrefacto mar de devassidão e incompetência, em que navegam as forças políticas do “arco do poder” , (adoro esta designação, porque mesmo que esteja muito  deprimido, provoca-me  sempre,  um  incontrolável e divertido  sorriso!!!), pouco mais há a dizer, do que enumerar estatisticamente os casos que chegam ao nosso conhecimento, para “memória futura “. Esta é outra expressão, corrente na linguagem jurídica e que no meu caso, se traduz por ter de usar um bloco de notas, coisa dispensável até há pouco, para substituir a minha memória enfraquecida pelos anos.
O texto que se segue, sendo quase uma espécie de complemento do vídeo com o testemunho de Paulo de Morais que ontem publicámos neste Blogue, com o título “À vezes é uma vergonha , outras ainda é pior”,  limita-se a  repetir a dose,  aumentando o numero de casos.
Portugal no que diz respeito aos casos de corrupção, está a parecer-se com um chamado “restaurante de rodízio” em que os acepipes e pratos principais, são ao gosto do cliente e na quantidade que desejar, há para todos os gostos e apetites e nas quantidades que o estomago dos clientes aguentar. Pelo meu lado já estou farto de vomitar.
Já estou como os antigos “gourmets” chineses, que se empanturravam de iguarias e depois deitavam os dedos à garganta para vomitar e arranjar lugar para continuar a apreciar os petiscos desses pantagruélicos banquetes.
A diferença é que por enquanto há muita gente com fome e ainda não resolveu acabar com o banquete das elites capitalistas e empresariais portuguesas.
Mas está a aproximar-se o dia em que o povo acorde e diga não como o conde de Avranches, na batalha de Alfarrobeira: “É fartar vilanagem”, mas proceda como dona Brites de Almeida, a padeira de Aljubarrota, correndo com esta canalha à pazada, se for preciso.

NOTA FINAL:
Para fazermos uma ideia da manipulação subtil que se utiliza para confundir a população, esta escória tendenciosa que é a comunicação social, cujo exemplo na imprensa diária tem no  Correio da Manhã o papel higiénico impresso com notícias, MAIS VENDIDO em Portugal, escolheu para comentário “mais votado” ao texto de Paulo de Morais que vamos reproduzir a seguir:
“"a verdade é que todos os partidos políticos se calam.... o ministério publico nada faz.... a pouca vergonha continua .....quem trabalha paga para sustentar toda essa corja!!!!! "
 Pergunto eu: É possível alguém duvidar que o Partido Comunista Português nunca se calou, não se cala e mais de certeza que nunca se calará, na medida em que é um partido honesto, não pactua com a corrupção, e os seus militantes sacrificaram até a própria vida muitas vezes, na defesa dos trabalhadores e do povo em geral. 

E QUE VENHA QUEM QUISER, DESMENTIR ESTAS AFIRMAÇÕES!!! 






CORRUPÇÃO


18 Setembro 2012


Por: Paulo Morais, Professor Universitário
.
.

A corrupção é a principal causa da crise em que estamos mergulhados. É este fenómeno que está na origem de sucessivos negócios ruinosos, verdadeiros roubos, que conduziram ao descalabro das contas públicas. Nas últimas décadas, assistimos a um regabofe sem limite com os dinheiros públicos.
A Expo 98 transformou um perímetro industrial degradado numa zona urbanizável, gerou mais-valias urbanísticas milionárias, através da construção de hotéis, equipamentos e apartamentos de luxo. E, apesar disso, no final deu prejuízo. As acusações de corrupção foram tíbias e até hoje ninguém foi condenado. Mas foi assim também o Euro 2004, cujos estádios tiveram derrapagens de custo colossais. Também aqui o processo Apito Dourado borregou e a culpa morreu solteira. E foi ainda a compra dos submarinos, com pagamento de luvas a portugueses. A corrupção foi provada na Alemanha, os corruptores foram julgados e presos. Em Portugal, o Ministério Público não sabe de nada.
Mas os exemplos não acabam nunca. Nos últimos anos, os mais criminosos de todos os negócios públicos são os contractos de parceiras público-privadas (PPP), nomeadamente as rodoviárias. Através deste modelo de negócio, garantem-se aos privados rentabilidades de capital superiores a 17%, haja ou não trânsito. O Estado assume todos os riscos e cede todos os potenciais lucros. A primeira de todas as PPP foi a Ponte Vasco da Gama. Os privados financiaram apenas um quarto do valor da ponte e, com isso, ganharam o direito às receitas com portagens da Ponte Vasco da Gama, da ‘25 de Abril’ e ainda o exclusivo das travessias rodoviárias do Tejo por toda uma geração. O governante que concebeu este calamitoso negócio, Ferreira do Amaral, preside hoje à empresa concessionária, a Lusoponte. Os seus sucessores seguiram-lhe o triste exemplo. Jorge Coelho e Valente de Oliveira, ministros das Obras Públicas de Guterres e Barroso, são administradores na maior concessionária de PPP, a Mota-Engil. Todos estes negócios ruinosos para o Estado têm responsáveis, que a Justiça portuguesa jamais pune. E têm como consequência os sacrifícios por que hoje passamos. E continuaremos a passar se não for erradicada a causa que está na origem desta situação a que chegámos: a corrupção.

 

Sem comentários: