Mensagem

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sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013


         O PS NÃO TEM EMENDA        

Os debate parlamentares que quinzenalmente contam com a presença do 1º Ministro, têm a virtude de demonstrar, que jamais poderíamos desempenhar um papel de deputado.  
A indignação que nos causam alguns depoimentos de tão aberrantes, tendenciosos ou mentirosos, exigiriam de nós um índice de paciência e serenidade, que humildemente reconhecemos estar para além da nossa capacidade.
Hoje, a sessão não fugiu ao que é habitual.
Não nos indigna ver os deputados da Coligação defender opções injustas, com o seu selo de classe, porque sabemos que eles estão ali exactamente para isso, em delegação dos seus patrões, grupos financeiros ou elites económicas. 
Agora aceitar as oscilações do Partido Socialista, em defesa do Estado Social, assistir ao baixo nível das intervenções do seu secretário-geral e de alguns dos seus deputados, que tudo fazem para dar argumentos à coligação de direita, causa-nos um sofrimento inenarrável.
Na sequência do actual conflito interno, entre alguns dos mais destacados dirigentes do PS, chegámos a ter por vezes a sensação que algo de novo se perfilava obrigatoriamente no horizonte, que talvez fosse propício a alterar a eterna posição do Partido Socialista como partido de direita, com uma tradicional linguagem de esquerda.
No entanto a evidência da falta de soluções justas e equilibradas para as posições que os antagonistas adoptavam, eram sinal de que haveria obstáculos inultrapassáveis, para colocar o PS no bom caminho.
Como espectador atento, o que mais me despertava a curiosidade, era perceber como o Partido Socialista ia sair daquela situação, tendo em atenção as posições em confronto.
Logo após a reunião da sua Comissão Política, sentiu-se que “a montanha tinha parido um rato” e que as soluções admitidas, procuravam exclusivamente evitar a rotura e o consequente risco de influenciar negativamente as próximas eleição autárquicas.
O programa “A Quadratura do Círculo” (Onde só uma vez vi o PCP representado ….e de que notável maneira se exibiu Honório Novo!!!), levado a efeito no dia seguinte, tem com se sabe, um dos residentes…António Costa.
Espremido para confessar o que se tinha passado na reunião da Comissão Política do PS, pelo seus dois ex-adversários políticos (digo “ex”, porque durante o programa chegaram à conclusão que a situação se tinha deteriorado de tal maneira no PSD e CDS, que praticamente estavam todos do mesmo lado da trincheira e parece que para se manterem "at eternun"!!!), António Costa manteve a dúvida, sobre a hipótese de concorrer ou não, a secretário-geral do PS.
Em “Abrantes…tudo como dantes!”, foi a conclusão!!!
Acontece que hoje, ao assistir ao debate parlamentar, houve uma proposta do actual secretário-geral do PS, António José Seguro, que não só deu ideia do baixíssimo nível daquele sinistro “pateta-alegre” (basta ver os sorrisos lastimáveis com que permanentemente nos brinda, quando embaraçado com os argumentos da direita!), como nos faz corar de vergonha, ser aquele mentecapto, representante do maior (só isso, por enquanto!) partido da oposição.
Quando o primeiro-ministro, voltou à baila com a questão da ausência do PS da Comissão “Para a Refundação do Estado”, o inacreditável Seguro, propõe nada mais, nada menos: Se a coligação PSD/CDS retirar os 4.000 milhões de euros da proposta do orçamento para 2014, no dia seguinte o PS passa a negociar a reforma do Estado com a Coligação.
Já entrámos no capítulo do vale tudo, até a ridículo argumento da “chantagem”.
Só nos admirámos de Passos Coelho não aproveitar a proposta, para se aproveitar do PS, como tem feito com a UGT e o seu papel na Concertação Social!
Quem pense que aquela proposta é uma questão de pormenor, está redondamente enganado.
Não é possível um Partido com as responsabilidades do PS, dar-se ao luxo de ter dirigentes que utilizem, argumentos desta natureza, sem que a sua credibilidade se perca totalmente.
Parece-nos que a proposta de António José Seguro, foi um erro essencial e não pode ser analisado como episódico.
Há questões que são intuitivas!!!
Ou António Costa (que nos parece ser o único líder do PS ainda com alguma credibilidade) se decide a ter a coragem de tomar as rédeas da situação, para resolver a questão interna da direcção do  Partido Socialista, e corre com os actuais dirigentes mudando o rumo do Partido Socialista no sentido da defesa dos trabalhadores, ou arrisca-se a ser acusado de cobardia pelos seus próprios militantes e terá então ocasião de assistir mais cedo do que tarde,  à fragmentação do seu Partido.

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