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terça-feira, 7 de junho de 2011

DECLARAÇÕES DE ANA GOMES

NO PROGRAMA “CONSELHO SUPERIOR” DA ANTENA 1

A DEPUTADA
DO PS PARA A EUROPA, ANA GOMES, DEFENDEU HOJE, QUE PAULO PORTAS NÃO TEM CONDIÇÕES PAR A FAZER PARTE DO GOVERNO.

“Para além dos aspectos de prazos (referindo-se á celeridade com que o Presidente da República estava a querer nomear o 1º ministro) há outras questões de substância que importa atentar neste processo de formação do governo e gostava de lembrar que na noite das eleições, quando José Sócrates anunciou a sua demissão, como primeiro-ministro e afastamento da vida política, houve quem da imprensa questionasse, sobre os processos judiciais em que estava envolvido.
Do meu ponto de vista é sintomático que se inquira quem está de saída, mas nada se questione sobre quem entra ou reentra no poder e do meu ponto de vista não basta que Pedro Passos Coelho prometa transparência aos portugueses, é também preciso que a imprensa assegure o seu papel, de justamente contribuir para essa transparência.
E isto vem a propósito de uma figura que se anuncia como próximo ministro dos negócios estrangeiros, ou até vice-primeiro ministro, ou eventualmente acumulando.

Estou a falar claramente do Dr. Paulo Portas.
Do meu ponto de vista, não está em causa evidentemente a total legitimidade política do seu partido, face aos resultados eleitorais, para integrar a coligação do governo.
Mas do meu ponto de vista está em causa a sua idoneidade e credibilidade pessoais e políticas para voltar a desempenhar cargos governamentais no nosso país, atentas as suas responsabilidades e comportamentos no passado, como governante e parlamentar.
Algum desses comportamentos ainda por esclarecer em justiça, como é devido.
Eu não estou a falar do caso Moderna, estou a referir-me á lesiva aquisição dos submarinos, lesiva para os contribuintes e para o Estado, de que ele foi o principal responsável político, como ministro da defesa e sobre o qual correm processos na justiça, por corrupção, fraude, burla, evasão fiscal, lavagem de dinheiro, facturas falsas, etc.
Enfim a justiça tem os problemas que sabemos.
O Procurador Geral da República conseguiu afastar as duas procuradoras que tinham iniciado essa investigação, mas eu tenho esperança que esse processo prossiga,,,é essencial para o nosso país, para a transparência e para a justiça.
Mas estou também a referir-me a outros comportamentos.
Todos os jornalistas em Portugal sabem, que junto do então ministro Paulo Portas, funcionou uma das centrais de desinformação e calúnia de dirigentes do PS, que alimentou o tratamento na imprensa do caso “Casa Pia” em 2003 e 2004.
Um seu muito próximo colaborador, Pedro Guerra, que o Dr. Paulo Portas tratou de colocar depois numa empresa pública, era um dos principais agentes dessa central de desinformação.
A justiça não funcionou até hoje, lamentavelmente, para esclarecer todos os contornos sórdidos do caso “Casa Pia”, incluindo a campanha de desinformação sobre quem queria desviar as atenções.
Lembro que eu própria nessa altura pedi ao PGR da época uma investigação às suspeitas levantadas pelo semanário francês “Le Point”, sobre dois ministros do governo de Durão Barroso que fariam investidas em meios de prostituição, um deles até disfarçado de cabeleira postiça e recordo como o PGR de então, tratou pateticamente de logo pôr fora um comunicado, a rejeitar qualquer investigação, que obviamente se impunha.
Estou a falar-vos neste momento de Estrasburgo/França, onde a classe política e a imprensa hoje introspeccionam com angústia, porque todos sabiam dos comportamentos pessoais desviantes de Dominique Stauss-Kahn e de como se repercutiam na sua vida pessoal e política e nada disseram, expondo a França á humilhação por que hoje passa e por que passará durante a próxima campanha presidencial, que poderá a vir ser contaminada com o julgamento em Nova Iorque, de Dominique Stauss-Kahn.

Digo isto finalmente, com plena consciência do que estou a dizer, para a atenção do próximo primeiro-ministro, do Presidente da República e de todos os responsáveis políticos em Portugal, da imprensa, para que não digam que não sabiam e que não foram avisados.”

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