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sexta-feira, 24 de junho de 2011

UMA QUESTÃO DE DIREITOS HUMANOS

De um amigo recebi a carta que transcrevo abaixo, que tinha o título “DIREITOS HUMANOS SÓ DEVERIAM SER PARA “HUMANOS DIREITO”

Normalmente não dou muita importância a textos desta natureza, nem garanto que as coisas se tenham passado como nele é relatado, embora em subtítulo estivesse descrito como “ASSUNTO VERÍDICO”.

Normalmente estou de pé atrás, com estes textos comovedores do tipo de uma criancinha com cancro que não tem dinheiro para operar, vírus terrível que se abrirmos o texto onde ele está incluído, arrasa o nosso disco rígido, mensagens que se não forem reenviadas a uns quantos amigos, acarretam a nossa desgraça por não sei quantos anos e por aí adiante.

Acontece que me recordo de há tempos ter fixado na memória o problema da transferência de um preso para longe da família, porque se bem me lembro, era uma forma de castigo por comportamento disciplinarmente incorrecto do referido preso.

Aberta a hipótese de não ser o mesmo caso, mesmo assim encarei o exemplo descrito no email que me enviaram, com uma pequena reserva.

O título de “DIREITOS HUMANOS SÓ DEVERIAM SER PARA “HUMANOS DIREITO” a que se segue a reflexão: “ Talvez seja altura de recolocar os presidiários a trabalhar, para poderem pagar as despesas, saberem o que custa a vida, e não nós !”, não me parece ser coerente, porque uma coisa nada tem a ver com a outra.

Na minha modesta opinião ”Direitos Humanos”, são para todos: direitos, tortos, pretos, amarelos, brancos, sábios, ignorantes, ricos, pobres, criminosos ou inocentes.

Mas o texto, falando de um exemplo específico que envolve vários pressupostos incomuns, obriga a reflexões com variantes tão complexas, que torna o caso muito interessante.

INVERSÃO DE VALORES

CARTA DE UMA MÃE PARA OUTRA MÃE

Carta enviada de uma mãe para outra mãe no Porto, após um telejornal da RTP 1

De mãe para mãe ...

Cara Senhora, vi o seu enérgico protesto diante das câmaras de televisão contra a transferência do seu filho, presidiário, das dependências da prisão de Custóias para outra dependência prisional em Lisboa.

Vi-a a queixar-se da distância que agora a separa do seu filho, das dificuldades e das despesas que vai passar a ter para o visitar, bem como de outros inconvenientes decorrentes dessa mesma transferência.

Vi também toda a cobertura que os jornalistas e repórteres deram a este facto, assim como vi que não só você, mas também outras mães na mesma situação, contam com o apoio de Comissões, Órgãos e Entidades de Defesa de Direitos Humanos, etc...

Eu também sou mãe e posso compreender o seu protesto. Quero com ele fazer coro, porque, como verá, também é enorme a distância que me separa do meu filho. A trabalhar e a ganhar pouco, tenho as mesmas dificuldades e despesas para o visitar. Com muito sacrifício, só o posso fazer aos domingos porque trabalho (inclusive aos sábados) para auxiliar no sustento e educação do resto da família.

Se você ainda não percebeu, sou a mãe daquele jovem que o seu filho matou cruelmente num assalto a uma bomba de combustível, onde ele, meu filho, trabalhava durante a noite para pagar os estudos e ajudar a família.

No próximo domingo, enquanto você estiver a abraçar e beijar o seu filho, eu estarei a visitar o meu e a depositar algumas flores na sua humilde campa, num cemitério dos arredores...

Ah!

Já me esquecia:

Pode ficar tranquila, que o Estado se encarregará de tirar parte do meu magro salário para custear o sustento do seu filho e, de novo, o colchão que ele queimou, pela segunda vez, na cadeia onde se encontrava a cumprir pena, por ser um criminoso.

No cemitério, ou na minha casa, NUNCA apareceu nenhum representante dessas "Entidades" que tanto a confortam, para me dar uma só palavra de conforto ou indicar-me quais "os meus direitos".

Para terminar, ainda como mãe, peço por favor:

Façam circular este manifesto! Talvez se consiga acabar com esta (falta de vergonha) inversão de valores que assola Portugal e não só ...

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