SUÍÇA
PARA VER E REFLECTIR
É o titulo de um “power point” que me foi enviado por um querido camarada, que se entusiasmou com a apresentação, dizendo-me que: ” as fotos são fabulosas... e o texto arrasa-nos”
De facto concordo totalmente que as fotografias são excelentes mas o texto não nos afecta e muito menos “arrasa”!
Se não foi reflexo da má-língua que habitualmente classifica a incivilidade dos portugueses, permitimo-nos discordar e explicar porquê,
Então vejamos as várias razões que justificam o avanço civilizacional da Suíça:
1-Desde 1815 que não entra em qualquer guerra.
A sua geomorfologia, permite criar tais obstáculos a uma força invasora, que acaba por se tornar extremamente dissuasora.
Nós, logo após terminar a guerra de 39/45, numa visita que fizemos á Suíça, ainda tivemos ocasião de ver aeródromos em vales tão profundos, que a sua defesa antiaérea se fazia com metralhadoras pesadas, no cume dos montes sobranceiros.
Os hangares dos aviões estavam todos em cavernas perfuradas nas montanhas.
As estradas estavam todas minadas, com pequenas caixas para explosivos a curtas distâncias e de maiores dimensões, onde estrategicamente eram mais convenientes.
Os túneis que iam da Itália para a Alemanha passando pela Suíça e não só, estavam todos minados.
Todos os cidadãos estavam mobilizados, guardando o seu armamento pessoal em casa e fazendo exercícios militares nos fins-de-semana e trabalhando normalmente nas suas profissões durante a semana.
Só eram dispensados quem atingia um certo limite de idade que se bem me lembro rondava os 43 anos.
2-As suas características geomorfológicas , beneficiavam excepcionalmente a sua neutralidade, pela dificuldade de progressão no terreno, de qualquer força que a quisesse invadir.
3-Das numerosas guerras que se desenvolveram entre os países que a cercam, sempre foi aproveitado aquele espaço de neutralidade, para receber as populações refugiadas, normalmente as mais ricas.
Todos se lembram que a Suíça foi o país de eleição, para na guerra de 39/45 servir de passagem e refúgio aos judeus mais ricos, em fuga ao regime Nazi, porque os que não tinham dinheiro para indemnizar as autoridades, ou subornar os guardas fronteiriços, tinham as portas fechadas.
Ainda hoje a colónia de judeus na Suíça se conta por dezenas de milhares, embora muitos tenham emigrado para engrossar as fileiras dos voluntários, para Israel.
4-O seu Sistema bancário, um dos mais poderosos do mundo, cobrindo
27 % da rede de offshores mundial, está muito á frente do Luxemburgo, Caribe ou até do médio e extremo Oriente.
Nele trabalham mais de 14% da população.
Através do segredo bancário, estimula as contas secretas a todos os especuladores internacionais, negociantes que querem fugir ao fisco, máfias e sociedades secretas de todo mundo, depósitos confidenciais de judeus que nunca foram reclamados (até há pouco) resultantes das perseguições nazis, e por terem sido assassinados nos campos de concentração. Depósitos clandestinos do ouro alemão roubado durante a guerra pelos nazis e que embora há tempos começasse a ser reclamado em tribunal, dificilmente se provará a totalidade da sua proveniência.
Diz-se que lá se encontram as contas secretas de Barões da droga Colombiana, Brasileira, etc., Papa-Doc do Haiti, de Mugabe do Zimbabwe, da Mafia Russa, e muitos outros políticos?
Esta actividade, constitui uma extraordinária fonte de receita, mas neste momento corre gravíssimos problemas, que podem inclusive levar á falência de todo o sistema bancário Suíço.
O ataque vem dos Estados Unidos, e foi feito muito recentemente, a mando do próprio presidente Obama.
Há tempos os Estados Unidos tinha exigido à USB-União de Bancos Suíços, o nome de 250 clientes americanos que estava a fugir ao fisco.
Perante a ameaça dos americanos retirarem a licença, para operarem nos Estados Unidos, a USB protestou, mas lá passou os nomes.
Os suíços deram a mão e agora os Estados Unidos agarraram o pé: Querem, nem mais nem menos que o nome dos 52.000 americanos , detentores de contas ilegais na Suíça.
Esta situação está a ter graves consequências para a Suíça. É preciso recordar que a questão do segredo bancário era um dos trunfos tradicionais da Suíça e principal atractivo para os depósitos ilegais e fraudulentos.
Também não poderemos desligar esta problemática dos Estados Unidos contra a Suíça, sabendo nós o poder que o “loby” judeu tem sobre o governo americano e nomeadamente sobre o seu protegido de sempre Barack Obama, para se perceber que talvez seja a sequência do processo que levou a Banca Suíça a ter de indemnizar famílias judaicas americanas em mais de um bilião de dólares, remanescente de depósitos de falecidos familiares em campos de concentração, valor que não satisfez os familiares das vítimas, hoje cidadãos americanos.
Ainda temos de esperar muito para ver como vai terminar!!!
Para que se perceba melhor o que atrás foi dito, valerá a pena ler o que escrevemos sobre Barack Obama e a sua ascensão política, sobre a permanente vigilância e protecção do “loby” judeu, num artigo que escrevemos neste Blogue em 2 de Novembro de 2008, sob o título “OBAMA OU McCAIN???VENHA O DIABO E ESCOLHA!!!!”, ainda antes de ter sido eleito e onde prevíamos, contra a opinião corrente, que a diferença entre a sua futura política e a do “tenebroso” George Bush , não seria muito grande, como hoje poderemos constatar facilmente.
5 - As suas encantadoras paisagens, tornaram a Suíça desde sempre, um país de características turísticas e constitui uma das tradicionais fontes de rendimento.
6 – Uma diversificada indústria manufactureira, têxteis, aparelhos de precisão e nomeadamente a relojoaria.
6- Só uma pequena parte da população se dedica á agricultura.
No que se refere às suas fontes de energia, a hídrica e nuclear, satisfazem as suas necessidades e até permitem a exportação.
Foi para nós uma interessante novidade, o aproveitamento hidroeléctrico que uma barragem fazia, numa das nossas deambulações pela Suíça.
Certa ocasião, ao passar junto de uma barragem verificámos com surpresa, que durante o dia e nas horas de maior consumo (Horas de ponta) distribuía a energia na rede, e á noite a electricidade disponível era aproveitada para elevar a água que durante o dia tinha sido utilizada e que tinha ficado retida na base.
CONCLUSÃO- Reconhecemos facilmente, todas as virtudes que são enumeradas no “power point”, mas as suas condições de desenvolvimento, são tão específicas que certamente nós, portugueses, nas mesmas circunstâncias não estaríamos piores.
As nossas condições históricas e geográficas, tem condicionado imenso o desenvolvimento do nosso povo.
É um facto que pouco ou nada se fala disso, porque pesa na consciência de quem nos governa, e fazer actos de contrição, só se for para fazer pior que os que antecederam.
A nossa aliança histórica com a Inglaterra, (e agora não oficialmente com os Estados Unidos) só têm servido para manter o nosso atraso, na medida em que isso sempre tem favorecia unilateralmente, os interesses desses “ditos” aliados.
Sempre facilitou a vida aos nossos governantes colocarem-se à sombra da velha Albion, para se defenderem da Espanha e nomeadamente da França.
Por outro lado, sempre fomos um país em esforço de guerra, quer derivado da conquista e consolidação do território, nos primórdios da nacionalidade, quer na conquista e manutenção de territórios fora deste continente.
O esforço das descobertas e a colonização do Brasil, também nos absorveu imensas energias, embora durante um curto período, tivesse enriquecido as nossas elites.
Depois é bom lembrar a obra de atrofiamento cívico levado a cabo pela igreja, que sempre que descobria alguém que se destacava pela inteligência, era facilmente mobilizado para os seminários, na expectativa de subir na escala social, situação que nessa altura constituía a única via.
Dirigentes políticos tivemos, que Influenciaram negativamente, várias gerações, coarctando o desenvolvimento de uma sã consciência cívica, perseguindo intelectuais e até proibindo a circulação de livros, primeiro sintoma da origem da nossa vasta iliteracia.
Não estou a referir-me neste caso, só a Salazar, mas também a Pina Manique, de quem Salazar foi fiel continuador.
Revejam na vossa imaginação a infelicidade deste povo, no que diz respeito aos seus governantes de agora e do passado.
Que enorme qualidade genética é preciso ter este povo, para ir resistindo e lutando, sempre com a certeza de que as coisas hão-de mudar e é só dar tempo ao tempo.
Por tudo isto me parece injusta, qualquer comparação com a Suíça, seja qual for o ponto de vista.
É estar a comparar matérias incomparáveis.
Que me perdoe o meu querido camarada, que se sentia “arrasado” pelas diferenças civilizantes dos suíços em relação a nós e que para o provar me enviou este lindo “powe point”.
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