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sábado, 16 de julho de 2011

O MEU GRITO DE ALMA

Acabei de ler que Passos Coelho se regozijava com o facto de terá participação dos estrangeiros para garantir o sucesso das privatizações.
Sinto uma enorme mágoa porque me vem á memória os tempos em que os média, dirigidos pelo maestro Mário Soares, diabolizavam as Nacionalizações, uma das mais nobres e justas, conquistas de Abril.
Bem me lembro da luta travada, de empresas industriais ocupadas, com os operários a serem alimentados pelas populações, para poderem continuar a luta e até com sacrifício de vidas, que em situações extremadas, tal esforço patriótico exigiu.
Quanto sofrimento e até suicídios foram provocados nas populações rurais e nos operários, pela injusta e desproporcionada privatização das terras e empresas nacionalizadas?
A ler o artigo que reproduzimos a seguir no jornal “Negócios”, senti uma repugnância imensa, por estes vendilhões do templo, que se prostituem por um pedaço de lentilhas, tentando iludir as consequências dos seus actos, que mais não são que subjectivas manobras para garantir os seus bem remunerados postos de trabalho no próximo futuro, que em mãos estrangeiras lhes vão render fortunas, baseados na memória e experiência, do passado de recente.

“O Executivo de Pedro Passos Coelho aposta na participação dos investidores estrangeiros para garantir o sucesso do programa de privatizações.
"O Governo vai abrir as portas ao investimento estrangeiro", anunciou o ministro das Finanças, Vítor Gaspar. No entanto, assegurou que "está fora de causa dar privilégios a capitalistas estrangeiros" na venda das dez empresas que integram a lista.”

Podem mascarar a realidade com imitações de discursos técnicos, ou pseudo-patrióticos
Digam o que disserem a realidade é esta:
“Os que vociferavam contra as nacionalizações, são os mesmos que até hoje têm alegremente vendido todo o património nacional e se propõem vender o pouco que resta.
Será que enganando os ouvidos, não há olhos para ver, inteligência para avaliar e discurso para condenar?
Será que o canto de sereia anticomunista, que utilizaram e utilizam para trair e vender Portugal, ainda estará a ter o efeito de adormecimento, a pesar das desmentidas evidências que fundamentavam os mentirosos argumentos???
De que privilégios a “capitalistas estrangeiros” estará a falar o ministro? Refere os que lhes têm dado as Agências de Rating baixando as cotações? Conversa de chacha!!!
Será que só terão os royalties que iremos pagar? Contos da Carochinha
Será que os dividendos, não irão sair dos nossos bolsos? Truque de Magia
Será que a gestão não será igualmente estrangeira para justificar o investimento? Esperteza saloia
Será que não iremos pagar com língua de palmo? Claro que vamos!!! Pergunta idiota!!!
Pergunta para além de idiota, incomensuravelmente injusta para os pobres, pensionista e reformados.
Estes, juntamente com os trabalhadores, alvos preferenciais para repor o buraco financeiro criado pelos especuladores americanos e os gulosos europeus, que queriam viver à custa das manipulações daqueles espertalhufos.
Por outro lado os componentes da classe média baixa, sobre quem proporcionalmente recai parte do fardo mais pesado da incompetência governativa.
É também esta classe de cidadãos que sente na alma quanto injusta é a situação dos portugueses estarem a fomentar a ladroagem, promovendo a deputados indivíduos só vão ao Parlamento para bater palmas, ou para propor leis que protegem particularmente as classes dominantes e requintadamente os bancos e os banqueiros.
O povo desgraçado e congenitamente divorciados da protecção da justiça, não só pela sua inacessibilidade justificada pelas elevadas custas judiciárias, demora das decisões, critérios sujeitos a factores juridicamente enviesados.
Códigos de justiça virados para a protecção dos criminosos ilustres ou poderosos e extremamente vigorosa na criminalização de pilha-galinhas.
Obrigatoriamente afreguesados das lojas chinesas, protectoras das suas economias de subsistência.
Contando os seus cêntimos no porta-moedas, para pagar os produtos da série económica comprados no Centro Comercial, olhando melancolicamente para os privilegiados que o rodeiam municiados de autênticos rosários de cartões dourados e das mais variadas e privilegiadas formas de pagamento.
Consultas de Saúde e até simples pedidos de medicamentos, dependente das dezenas de horas de espera para conseguirem.
Recurso obrigatório às urgências hospitalares, com horas esquecidas de espera por motivo de uma doença súbita.
Meses e anos de espera por uma operação urgente, preço de medicamentos que tornam o negócio da farmácia sem riscos e com elevados lucros, estímulo governativo ao fomento da assistência particular, cedência de instalações hospitalares a privados, na linha do que aconteceu com imensas obras públicas, pagas com o dinheiro dos contribuintes, e dadas de mão beijada aos privados.
Escolas fechadas que esvaziam o interior do país, dos seus parcos estímulos para manter as populações autóctones.
Crianças com fome, só saciadas na única refeição que as escolas lhes oferecem… por enquanto.
Guerra aos professores, com métodos “sofisticados”, de despejo.
Aumento das médias dos alunos, por artificiosas facilidades em exames de avaliação.
Atenção particular às inovadoras técnicas de manipulação estatística
Para terminar e ainda a procissão ia no adro, deixo uma pergunta pertinente!!!
Será que os nossos governantes, que se põem em bicos de pé, para adular os Estados Unidos e os seus dirigentes, não se envergonham de eles ser referirem a Portugal, como nós nos referimos aos cães sarnentos?
Será que eles ouviram o Presidente Obama ameaçar o Congresso Americano, sobre os malefícios que adviriam para os Estados Unidos, caso falhasse o acordo entre democratas e republicanos, dando como referência Portugal e á Grécia como países no limite da escala da descredibilização?
Eu, português me confesso…profundamente humilhado!!!
Acredito que foi assim que se sentiram os portugueses, quando os britânicos (nossos velhos aliados…hi!!!,hi!!, hi!!!) na forma de um "Memorando” tal como a “Troika”, nos fizeram o Ultimatum 1890.
Aí a reacção foi, não só fazer cair o governo, como criar as condições para a mudança do sistema fomentando a implantação da República.

E SE AGORA TIVÉSSEMOS A MESMA CORAGEM E LUCIDEZ???

É UM DESAFIO QUE DEIXO AOS PORTUGUESES QUE ME LÊEM.

É UM SINCERO DESAFIO A TODAS AS CONSCIÊNCIAS HONRADAS!!!

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